O que é motilidade espermática?

Os protagonistas do processo reprodutivo são os gametas, óvulos e espermatozoides, as células sexuais de mulheres e homens que carregam os genes e se fundem durante a fecundação formando a primeira célula do embrião, futuro bebê.

São produzidos nas gônadas, ovários e testículos, glândulas sexuais responsáveis ainda pela produção dos principais hormônios, os femininos, estrogênio e progesterona e o masculino, testosterona.

A produção de espermatozoides acontece nos túbulos seminíferos, estruturas enoveladas localizadas em cada lóbulo testicular. O processo, denominado espermatogênese é contínuo, inicia na puberdade e dura durante toda a vida do homem.

Depois de formados, os espermatozoides amadurecem nos epidídimos, ductos em que permanecem abrigados e são nutridos até que ocorra o estímulo sexual, quando são transportados aos ductos deferentes e ejaculatórios, misturados aos líquidos que formam o sêmen, produzidos pelas vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais., lançados na uretra e expelidos pelo pênis.

O sêmen é uma substância cremosa, opaca e espumosa, cuja função é nutrir e abrigar os espermatozoides, protegendo-os do ambiente ácido da vagina e facilitando o transporte no organismo feminino. Um espermatozoide completo, por sua vez, é composto por cabeça, peça intermediária e cauda ou flagelo.

Ainda que durante a ejaculação milhares sejam lançados no organismo feminino, os menos saudáveis são naturalmente eliminados durante o trajeto até o óvulo, apenas os mais capacitados chegam às tubas uterinas, que abrigam a fecundação, e somente um alcança o óvulo e o fecunda.

Portanto, a saúde dos espermatozoides é fundamental para a fertilidade dos homens e consequente sucesso da concepção, o que envolve parâmetros como a motilidade espermática.

Continue a leitura até o final para saber o que é motilidade espermática e entender sua importância para a capacidade reprodutiva dos homens. Confira!

O que é motilidade espermática?

Cada porção do espermatozoide tem uma função específica. Na cabeça fica armazenado o núcleo com o material genético, enquanto a cauda ou flagelo vai garantir o movimento no organismo feminino e a peça intermediária contém mitocôndrias, organelas responsáveis pela produção do trifosfato de adenosina (ATP), substância essencial para o movimento dos flagelos.

Assim, motilidade espermática é o termo que descreve a capacidade do espermatozoide em se movimentar pelo organismo feminino e alcançar o óvulo. Essa capacidade e a morfologia, forma, são considerados os dois principais parâmetros para definir a saúde dos gametas masculinos.

Outros, como a concentração nas amostras de sêmen e a qualidade seminal também são necessários para a fertilidade dos homens. Esse conjunto de parâmetros é analisado pelo espermograma, padrão para avaliar a fertilidade masculina e auxiliar na definição do tratamento mais adequado em cada caso.

A motilidade dos espermatozoides é determinada percentualmente, a partir da avaliação da capacidade de movimento, vigor e direção, classificando-os em grupos que consideram a motilidade espermática progressiva, não progressiva, bem como o número de espermatozoides imóveis.

Os gametas como motilidade progressiva, capacidade de nadar para frente, são os que têm mais chance de fecundar o óvulo. Idealmente, pelo menos 32% dos que estão presentes nas amostras de sêmen analisadas devem ter essa característica.

Por outro lado, na motilidade espermática não progressiva, cerca de 40% se movimentam de forma circular e sem progressão.

Quando os resultados do espermograma apontam um percentual alto de espermatozoides com motilidade reduzida ou imóveis, a condição é denominada astenozoospermia e pode ser consequência de processos inflamatórios nos órgãos reprodutores, como orquite, dos testículos, epididimite, dos epidídimos e prostatite, da próstata ou de condições como a varicocele.

Uma doença masculina comum, a varicocele tem como característica a formação de varizes nos testículos, que interferem na espermatogênese e na qualidade dos gametas masculinos, afetando a motilidade espermática, que pode ser ainda comprometida por hábitos de vida como tabagismo, alcoolismo, uso excessivo de drogas recreativas, uso de anabolizantes e exposição a substâncias químicas.

Porém, apesar de comprometer a capacidade do homem de engravidar a parceira, técnicas de reprodução assistida podem auxiliar a gravidez quando o diagnóstico é de astenozoospermia.

Infertilidade e reprodução assistida

A técnica indicada para infertilidade masculina por fatores mais graves é fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (FIV com ICSI), em que a fecundação é realizada em laboratório, precedida da coleta e seleção dos melhores gametas, óvulos e espermatozoides.

Os espermatozoides são capacitados pelo preparo seminal, técnica que se baseia nos resultado do espermograma para utilizar que métodos que permitem selecionar os mais saudáveis e com melhor motilidade espermática.

Durante a fecundação, cada espermatozoide é ainda avaliado individualmente em movimento por um microscópio de alta magnificação e injetado diretamente no citoplasma do óvulo. Dessa forma, há mais chances de homens com astenozoospermia terem sucesso na concepção.

Os embriões formados, são posteriormente acomodados em incubadoras em que se desenvolvem por até seis dias e transferidos diretamente ao útero materno, com percentuais de sucesso gestacional considerados os mais altos da reprodução assistida. A técnica responde pelo nascimento de milhares de crianças, anualmente, no mundo todo.

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