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O que é mioma submucoso?

por Dr. Augusto Bussab



"O útero é o maior órgão dos sistema reprodutor feminino e sua função é abrigar o embrião-feto até o nascimento. Tem formato de pera invertida e é muscular e oco, característica que permitem adaptar-se às diferentes etapas do desenvolvimento gestacional. Além disso, é dividido em […]"
O que é mioma submucoso?

O útero é o maior órgão dos sistema reprodutor feminino e sua função é abrigar o embrião-feto até o nascimento. Tem formato de pera invertida e é muscular e oco, característica que permitem adaptar-se às diferentes etapas do desenvolvimento gestacional. Além disso, é dividido em camadas de revestimento essenciais a esse processo.

Na interna, por exemplo, denominada endométrio, o embrião se implanta para dar início à gestação, enquanto a muscular intermediária, o miométrio, auxilia nas contrações na no momento do parto.

Durante a fase reprodutiva das mulheres, localizada entre a puberdade e a menopausa, diferentes condições podem afetar o útero e sua função, resultando, dessa forma, muitas vezes em infertilidade feminina.

O mioma uterino é uma das mais comuns, recebendo diferentes classificações de acordo com o local de crescimento, critério que interfere diretamente nos efeitos que pode provocar na fertilidade, bem como em outros possíveis sintomas.

Acompanhe a leitura do texto até o final para saber o que mioma submucoso, as interferências que pode causar na saúde geral e reprodutiva, métodos diagnósticos e tratamento, quando há ou não o quadro de infertilidade e o desejo de engravidar no momento. Confira!

O que é mioma?

Mioma é um tumor benigno formado a partir de uma única célula do miométrio, composto por células musculares lisas, cuja função é a contração e distensão das fibras musculares. O mioma cresce sob estímulo do estrogênio, hormônio que atua no ciclo menstrual promovendo o espessamento do endométrio, tornando-o mais espesso e vascularizado para receber um possível embrião formado na fecundação.

Com o desenvolvimento, pode ser projetar para outras camadas uterinas. Assim, é possível ter um ou vários miomas, que recebem uma classificação de acordo com sua localização no útero. O sistema de classificação proposto pela da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) considera três tipos como principais:

  • mioma intramural: localizado apenas no miométrio;
  • mioma submucoso: se origina no miométrio e se projeta para o interior da cavidade uterina, próximo ao endométrio;
  • mioma subseroso: se origina no miométrio e se projeta em direção à camada externa., denominada perimétrio.

Estudos sugerem que diferentes fatores de risco podem levar ao desenvolvimento de miomas. A idade e a nuliparidade (nunca ter tido filhos), estão entre eles, o que é justificado pela exposição durante mais tempo ao estrogênio, hormônio que atua em seu desenvolvimento.

A genética, a obesidade e a diferença racial também são citadas, a incidência é mais alta em mulheres que têm parentes de primeiro grau com a doença, nas de pele negra e nas obesas, bem como alguns hábitos de vida, como o consumo de álcool e cafeína em excesso.

Ainda que os miomas sejam benignos, durante a fase reprodutiva alguns tipos podem comprometer a fertilidade ou causar desfechos obstétricos adversos, o mioma submucoso é o mais fortemente associado ao problema.

Mioma submucoso

O mioma submucoso está localizado majoritariamente ou parcialmente no endométrio e pode interferir no preparo adequado dessa camada durante os ciclos menstruais.

Alterações no preparo endometrial causam um deslocamento da janela de implantação, período em que essa camada está totalmente preparada e mais receptiva para receber um possível embrião, resultando em falhas e abortamento, muitas vezes de repetição, um dos critérios que define a infertilidade feminina.

Além desse efeito, mesmo quando a maior parte do seu volume está localizada no miométrio, pode resultar em distorções anatômicas, que comprometem a sustentação e desenvolvimento da gravidez, levando igualmente à perda.

Para avaliar os impactos provocados na saúde reprodutiva, os miomas recebem uma classificação própria, com tipos que variam de 0 a 7, sendo que os 3 primeiros são os mais associados ao problema, veja abaixo:

  • 0: intracavitário, aqueles que crescem até a cavidade do útero;
  • 1: submucoso com menos de 50% do seu volume no miométrio;
  • 2: submucoso com mais de 50% do volume no miométrio;
  • 3: intramural em contato com o endométrio;
  • 5: subseroso com mais de 50% do seu volume intramural;
  • 6: subseroso com mais menos de 50% do volume intramural;
  • 7: subseroso pediculado.

Embora a infertilidade seja considerada a principal consequência do mioma submucoso, algumas mulheres podem ter sangramento e cólicas severas entre os períodos menstruais e, em alguns casos, menorragia, aumento excessivo do fluxo menstrual, que pode ser prolongado, resultando muitas vezes em anemia. São sintomas que comprometem a qualidade de vida e as atividade do dia a dia.

O tratamento do mioma submucoso envolve da administração de medicamentos e cirurgia à reprodução assistida, de acordo com o quadro de cada paciente, considerando critérios como a severidade dos sintomas e o desejo de engravidar no momento.

Tratamento do mioma submucoso e reprodução assistida

Os medicamentos, geralmente são indicados para mulheres com mioma submucoso e sintomas mais leves que não desejam engravidar no momento, uma vez que esse tipo de tratamento envolve a administração de hormônios para promover a suspensão da menstruação e minimizar a ação do estrogênio, o que leva à redução do mioma e, assim, ao alívio dos sintomas.

A cirurgia, por sua vez, passa a ser a principal opção nos casos de sintomas mais severos, incluindo a infertilidade se houver o desejo de engravidar. O procedimento, chamado miomectomia, prevê a remoção do mioma submucoso por vídeo-histeroscopia, uma técnica minimamente invasiva, que permite a visualização direta da cavidade uterina evitando, dessa forma, qualquer tipo de dano uterino.

Durante o procedimento, se for necessário é feita ainda a correção de possíveis distorções anatômicas.

Após a remoção, boa parte das mulheres conseguem engravidar naturalmente, porém se isso não acontecer as técnicas de reprodução assistida podem auxiliar o processo. A mais indicada nesses casos é a fertilização in vitro (FIV), que prevê a fecundação e o desenvolvimento inicial do embriões em laboratório com posterior transferência diretamente ao útero materno.

Mulheres com histórico de abortamento de repetição, podem ter todos os embriões formados na fecundação congelados e transferidos no ciclo seguinte. Essa técnica complementar à FIV, chamada freeze all, permite que o endométrio seja preparado adequadamente por medicamentos hormonais antes da transferência, minimizando, dessa forma, riscos de falhas na implantação.

Os percentuais de sucesso gestacional proporcionados pela FIV são bastante expressivos e os mais altos da reprodução assistida.

Siga o link e leia o texto que aborda tudo sobre miomas, destacando os principais tipos e seus sintomas, bem como os tratamentos indicados em cada caso.


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