Dr. Augusto Bussab | Reprodução Humana | WhatsApp
Ebook SOP Baixe agora o e-book sobre Síndrome dos Ovários Policísticos e entenda tudo sobre essa doença! Clique Aqui!
Ficou com alguma dúvida? Agende sua consulta agora! Clique Aqui!

Indução da ovulação na reprodução assistida

por Dr. Augusto Bussab



"A ovulação é uma das etapas mais importantes da gravidez, pois é durante esse evento que os ovários liberam um óvulo para ser fecundado pelo espermatozoide, marcando, dessa forma, o período de maior fertilidade das mulheres. Em cada ciclo menstrual, vários folículos, estruturas que armazenam […]"
Indução da ovulação na reprodução assistida

A ovulação é uma das etapas mais importantes da gravidez, pois é durante esse evento que os ovários liberam um óvulo para ser fecundado pelo espermatozoide, marcando, dessa forma, o período de maior fertilidade das mulheres.

Em cada ciclo menstrual, vários folículos, estruturas que armazenam o óvulo imaturo, são recrutados e crescem, porém apenas um deles se desenvolve o suficiente, amadurecendo e rompendo para liberar seu óvulo, também maduro, na ovulação.

O óvulo liberado é captado pelas tubas uterinas, órgão em que a fecundação acontece e fica disponível de 12h a 24h para o encontro com o espermatozoide. Nesse período, conhecido como janela da fertilidade, há mais chances de a concepção ser bem-sucedida.

Quando a ovulação ocorre regularmente é uma indicação natural de que o sistema reprodutor de uma mulher está funcionando adequadamente. A irregular ou ausente, por outro lado, geralmente sinaliza problemas subjacentes, como o desequilíbrio dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo que pode ser causado por diferentes condições, sugerindo, nesse caso, a necessidade de procurar um especialista.

Os distúrbios de ovulação são considerados a causa mais comum de infertilidade feminina, no entanto, podem ser solucionados pela reprodução assistida, cujas técnicas são consideradas o tratamento padrão. Em todas as elas, a indução da ovulação faz parte da primeira etapa.

Continue a leitura do texto até o final para saber o que é indução da ovulação e entender como é feita a indução da ovulação na reprodução assistida. Confira!

O que é indução da ovulação?

Na gestação natural, o recrutamento e crescimento dos folículos ovarianos é estimulado pelo hormônio folículo-estimulante (FSH), enquanto o LH (hormônio luteinizante), induz o amadurecimento do folículo dominante, estimulando, ao mesmo tempo, as células da teca, que compõem a parte externa, a produzirem testosterona, convertida pelo FSH em estrogênio.

Estrogênio é o hormônio responsável pelo preparo do endométrio, tornando-o adequado para receber um possível embrião formado na fecundação. Nessa camada interna uterina ele se implanta para dar início à gestação.

Aproximadamente na metade do ciclo menstrual, ou aumento de estrogênio leva a um pico de LH, induzindo o folículo dominante ao amadurecimento final e rompimento na ovulação.

É possível perceber, que os hormônios desempenham um papel essencial em todo esse processo; alterações podem resultar em distúrbios de ovulação, como oligovulação, ovulação irregular ou anovulação, ovulação ausente.

A principal doença feminina associada aos distúrbios de ovulação é a síndrome dos ovários policísticos (SOP), caracterizada pelo aumento de testosterona (hiperandrogenismo) e anovulação crônica consequente do desequilíbrio hormonal.

Nas técnicas de reprodução assistida é realizado um procedimento denominado estimulação ovariana para indução da ovulação, ou seja, estimular a função ovariana para que pelo menos um óvulo maduro seja liberado durante o ciclo menstrual, de acordo a gravidade dos distúrbios ovulatórios e técnica utilizada.

Entenda como a indução da ovulação é feita na reprodução assistida

A estimulação ovariana com indução da ovulação é a primeira etapa de todas as técnicas de reprodução assistida disponíveis atualmente, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), classificadas como de baixa complexidade por preverem a fecundação de forma natural, nas tubas uterinas e fertilização in vitro (FIV), de alta complexidade em que a fecundação é realizada em ambiente laboratorial.

É realizada com medicamentos hormonais sintéticos semelhantes aos naturais, que estimulam o aumento da produção hormonal garantindo, dessa forma, que mais folículos se desenvolvam e amadureçam.

Os medicamentos são administrados no início do ciclo menstrual e o desenvolvimentos dos folículos acompanhado por exames de ultrassonografia transvaginal periódicos, a cada dois ou três dias. Assim, é possível determinar o momento em que eles atingem o auge do desenvolvimento, quando novos medicamentos são usados para indução da ovulação.

O objetivo é obter mais óvulos maduros para serem liberados na ovulação, aumentando as chances de pelo menos um deles ser fecundado naturalmente, quando o tratamento é realizado por técnicas de baixa complexidade e, permitindo na FIV, que mais embriões sejam formados.

Por isso, os protocolos diferem entre as técnicas de baixa e alta complexidade. Na RSP e IA são utilizadas dosagens hormonais mais baixas para obter entre um e três óvulos maduros, enquanto na FIV as dosagens são mais altas para obter até 10 óvulos.

Veja abaixo o que acontece em cada técnica após a indução da ovulação:

Relação sexual programada (RSP)

Após a administração dos medicamentos indutores, a ovulação ocorre em aproximadamente 36 horas. Apesar de os óvulos sobrevirem por pouco tempo, os espermatozoides têm um tempo de sobrevida maior, cerca de 72 horas. Assim, na RSP a relação sexual é programada para os dias que antecedem a indução da ovulação e deve ser intensificada no período previsto para ovulação.

A RSP é mais simples das técnicas de reprodução assistida, e a primeira opção quando os distúrbios ovulatórios são mais leves.

Inseminação artificial (IA)

Na IA, após a indução da ovulação os espermatozoides do parceiro, previamente capacitados e selecionados, são inseridos em um cateter e depositados no útero no período previsto para a ovulação.

Por possibilitar a manipulação dos espermatozoides, além de distúrbios ovulatórios a IA também é indicada nos casos em que os espermatozoides têm pequenas alterações, para mulheres solteiras que desejam uma gravidez independente e casais homoafetivos femininos, que, nesse caso, realizam o tratamento com espermatozoides de um doador.

Fertilização in vitro (FIV)

Na FIV, após a indução da ovulação os folículos maduros são individualmente coletados por punção folicular, procedimento realizado por uma agulha finíssima acoplada a uma seringa conectada a um aparelho de ultrassom. Posteriormente, seus óvulos são extraídos e selecionados em laboratório para serem utilizados na fecundação.

Os embriões formados, depois de se desenvolverem por alguns dias são transferidos diretamente ao útero materno para se implantarem naturalmente.

A FIV é indicada para os problemas mais graves de ovulação, como a anovulação crônica, bem como atende a praticamente todas as necessidades reprodutivas das sociedades contemporâneas com percentuais bastante altos de sucesso gestacional.

Agora que você já conhece uma das principais etapas da FIV, a estimulação ovariana com indução da ovulação, toque aqui para entender em detalhes como é realizado o tratamento com a técnica!


Se inscrever
Notificação de
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Pr¨®xima leitura
Mórula, embrião e blastocisto: qual é a relação?

A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]

Ler mais...