A ovulação é uma das etapas mais importantes da gravidez, pois é durante esse evento que os ovários liberam um óvulo para ser fecundado pelo espermatozoide, marcando, dessa forma, o perÃodo de maior fertilidade das mulheres.
Em cada ciclo menstrual, vários folÃculos, estruturas que armazenam o óvulo imaturo, são recrutados e crescem, porém apenas um deles se desenvolve o suficiente, amadurecendo e rompendo para liberar seu óvulo, também maduro, na ovulação.
O óvulo liberado é captado pelas tubas uterinas, órgão em que a fecundação acontece e fica disponÃvel de 12h a 24h para o encontro com o espermatozoide. Nesse perÃodo, conhecido como janela da fertilidade, há mais chances de a concepção ser bem-sucedida.
Quando a ovulação ocorre regularmente é uma indicação natural de que o sistema reprodutor de uma mulher está funcionando adequadamente. A irregular ou ausente, por outro lado, geralmente sinaliza problemas subjacentes, como o desequilÃbrio dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo que pode ser causado por diferentes condições, sugerindo, nesse caso, a necessidade de procurar um especialista.
Os distúrbios de ovulação são considerados a causa mais comum de infertilidade feminina, no entanto, podem ser solucionados pela reprodução assistida, cujas técnicas são consideradas o tratamento padrão. Em todas as elas, a indução da ovulação faz parte da primeira etapa.
Continue a leitura do texto até o final para saber o que é indução da ovulação e entender como é feita a indução da ovulação na reprodução assistida. Confira!
O que é indução da ovulação?
Na gestação natural, o recrutamento e crescimento dos folÃculos ovarianos é estimulado pelo hormônio folÃculo-estimulante (FSH), enquanto o LH (hormônio luteinizante), induz o amadurecimento do folÃculo dominante, estimulando, ao mesmo tempo, as células da teca, que compõem a parte externa, a produzirem testosterona, convertida pelo FSH em estrogênio.
Estrogênio é o hormônio responsável pelo preparo do endométrio, tornando-o adequado para receber um possÃvel embrião formado na fecundação. Nessa camada interna uterina ele se implanta para dar inÃcio à gestação.
Aproximadamente na metade do ciclo menstrual, ou aumento de estrogênio leva a um pico de LH, induzindo o folÃculo dominante ao amadurecimento final e rompimento na ovulação.
É possÃvel perceber, que os hormônios desempenham um papel essencial em todo esse processo; alterações podem resultar em distúrbios de ovulação, como oligovulação, ovulação irregular ou anovulação, ovulação ausente.
A principal doença feminina associada aos distúrbios de ovulação é a sÃndrome dos ovários policÃsticos (SOP), caracterizada pelo aumento de testosterona (hiperandrogenismo) e anovulação crônica consequente do desequilÃbrio hormonal.
Nas técnicas de reprodução assistida é realizado um procedimento denominado estimulação ovariana para indução da ovulação, ou seja, estimular a função ovariana para que pelo menos um óvulo maduro seja liberado durante o ciclo menstrual, de acordo a gravidade dos distúrbios ovulatórios e técnica utilizada.
Entenda como a indução da ovulação é feita na reprodução assistida
A estimulação ovariana com indução da ovulação é a primeira etapa de todas as técnicas de reprodução assistida disponÃveis atualmente, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), classificadas como de baixa complexidade por preverem a fecundação de forma natural, nas tubas uterinas e fertilização in vitro (FIV), de alta complexidade em que a fecundação é realizada em ambiente laboratorial.
É realizada com medicamentos hormonais sintéticos semelhantes aos naturais, que estimulam o aumento da produção hormonal garantindo, dessa forma, que mais folÃculos se desenvolvam e amadureçam.
Os medicamentos são administrados no inÃcio do ciclo menstrual e o desenvolvimentos dos folÃculos acompanhado por exames de ultrassonografia transvaginal periódicos, a cada dois ou três dias. Assim, é possÃvel determinar o momento em que eles atingem o auge do desenvolvimento, quando novos medicamentos são usados para indução da ovulação.
O objetivo é obter mais óvulos maduros para serem liberados na ovulação, aumentando as chances de pelo menos um deles ser fecundado naturalmente, quando o tratamento é realizado por técnicas de baixa complexidade e, permitindo na FIV, que mais embriões sejam formados.
Por isso, os protocolos diferem entre as técnicas de baixa e alta complexidade. Na RSP e IA são utilizadas dosagens hormonais mais baixas para obter entre um e três óvulos maduros, enquanto na FIV as dosagens são mais altas para obter até 10 óvulos.
Veja abaixo o que acontece em cada técnica após a indução da ovulação:
Relação sexual programada (RSP)
Após a administração dos medicamentos indutores, a ovulação ocorre em aproximadamente 36 horas. Apesar de os óvulos sobrevirem por pouco tempo, os espermatozoides têm um tempo de sobrevida maior, cerca de 72 horas. Assim, na RSP a relação sexual é programada para os dias que antecedem a indução da ovulação e deve ser intensificada no perÃodo previsto para ovulação.
A RSP é mais simples das técnicas de reprodução assistida, e a primeira opção quando os distúrbios ovulatórios são mais leves.
Inseminação artificial (IA)
Na IA, após a indução da ovulação os espermatozoides do parceiro, previamente capacitados e selecionados, são inseridos em um cateter e depositados no útero no perÃodo previsto para a ovulação.
Por possibilitar a manipulação dos espermatozoides, além de distúrbios ovulatórios a IA também é indicada nos casos em que os espermatozoides têm pequenas alterações, para mulheres solteiras que desejam uma gravidez independente e casais homoafetivos femininos, que, nesse caso, realizam o tratamento com espermatozoides de um doador.
Fertilização in vitro (FIV)
Na FIV, após a indução da ovulação os folÃculos maduros são individualmente coletados por punção folicular, procedimento realizado por uma agulha finÃssima acoplada a uma seringa conectada a um aparelho de ultrassom. Posteriormente, seus óvulos são extraÃdos e selecionados em laboratório para serem utilizados na fecundação.
Os embriões formados, depois de se desenvolverem por alguns dias são transferidos diretamente ao útero materno para se implantarem naturalmente.
A FIV é indicada para os problemas mais graves de ovulação, como a anovulação crônica, bem como atende a praticamente todas as necessidades reprodutivas das sociedades contemporâneas com percentuais bastante altos de sucesso gestacional.
Agora que você já conhece uma das principais etapas da FIV, a estimulação ovariana com indução da ovulação, toque aqui para entender em detalhes como é realizado o tratamento com a técnica!
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