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Histerossonografia e reprodução assistida

por Dr. Augusto Bussab



"Atualmente, a infertilidade é considerada questão de saúde pública mundial, pois afeta milhões de pessoas no mundo todo. No entanto, esse quadro é apenas determinado quando há pelo menos um ano de tentativas malsucedidas para engravidar. Segundo estudos, apesar dos altos percentuais, pelo menos 8 […]"
Histerossonografia e reprodução assistida

Atualmente, a infertilidade é considerada questão de saúde pública mundial, pois afeta milhões de pessoas no mundo todo. No entanto, esse quadro é apenas determinado quando há pelo menos um ano de tentativas malsucedidas para engravidar.

Segundo estudos, apesar dos altos percentuais, pelo menos 8 em cada 10 casais em que a mulher tem menos de 40 anos concebem naturalmente nesse intervalo, desde que as relações sexuais sejam regulares e sempre desprotegidas, ou seja, sem o uso de nenhum método contraceptivo, incluindo as camisinhas, masculina ou feminina.

O termo regular, por outro lado, se refere a prática sexual a cada dois ou três dias, preferencialmente intensificada durante o período fértil da mulher, marcado pela ovulação, evento em que os ovários liberam um óvulo para ser fecundado pelo espermatozoide.

No entanto, se após o intervalo de um ano o casal não obtiver sucesso, é preciso, então, procurar um especialista para investigar as causas. Ambos passam por uma investigação, em que podem ser solicitados diferentes exames, solicitados a partir da avaliação inicial e possíveis sintomas apresentados.

A histerossonografia está entre os que podem ser solicitados para investigar a infertilidade feminina. Acompanhe a leitura do texto até o final, saiba como e quando é realizada e sua relação com a reprodução assistida. Confira!

O que é histerossonografia?

Histerossonografia, é um exame de ultrassom que utiliza uma solução fisiológica para dilatar o útero, proporcionando uma visualização mais detalhada da cavidade uterina e, dessa forma, o diagnóstico de diferentes condições que podem afetar o órgão e comprometer a capacidade de engravidar.

O ultrassom é um exame de imagem feito com auxílio de um aparelho chamado transdutor, que envia ondas sonoras transformadas em imagens quando refletidas nos órgãos, transmitidas para um monitor em tempo real. Além de não ser invasivo, tem curta duração, aproximadamente 30 minutos e custo acessível.

A histerossonografia é uma variação da ultrassonografia transvaginal, ou seja, o transdutor é inserido pela vagina. No entanto, a dilatação do útero proporciona melhor visualização do que a obtida pelo exame clássico, de rotina.

O exame pode ser solicitado se o médico perceber alterações no útero durante o exame pélvico, como aumento do volume, ou suspeita de problemas no órgão sinalizados por abortamentos repetidos ou sangramento uterino anormal (SUA), além da dificuldade de engravidar a pós o período de um ano de tentativas.

O abortamento repetido, quando há perda da gravidez clinicamente comprovada por mais de dois meses consecutivos, inclusive define quadros de infertilidade.

Assim, a histerossonografia está entre os principais exames realizados na reprodução assistida, considerada o tratamento padrão quando há dificuldades reprodutivas.

Como a histerossonografia é feita e o que pode identificar?

Para garantir melhor visibilidade, o ideal é que a histerossonografia seja feita após o período menstrual ou quando não há sangramento vaginal. Preferencialmente na semana seguinte ao término da menstruação, momento ciclo menstrual em que o endométrio ainda está mais fino, o que facilita a visualização.

Endométrio é camada interna uterina na qual o embrião se implanta para dar início à gestação. Para recebê-lo, torna-se mais espesso durante os ciclos menstruais.

A histerossonografia é feita em ambiente ambulatorial, como clínicas ou consultórios médicos, com a bexiga totalmente esvaziada. Para evitar desconforto podem ser prescritos medicamentos analgésicos ou antiespasmódicos.

A paciente recebe uma veste especial e é posicionada em uma maca de costas com as pernas flexionadas e afastadas em suportes. Essa posição é denominada litotômica, também conhecida como posição ginecológica. Após a assepsia do colo do útero, o soro fisiológico é inserido por um cateter e, em seguida, o transdutor introduzido pela vagina.

O especialista acompanha em tempo real o exame por um monitor, as imagens em 3D ou 4D atuais permitem observar mais detalhadamente a cavidade uterina, diagnosticando com precisão diferentes condições que podem impedir ou dificultar a gravidez. Veja abaixo:

Miomas uterinos

Os miomas uterinos são tumores benignos que crescem a partir de uma única célula do miométrio, camada muscular intermediária do útero, e podem se projetar em direção às outras camadas. Quando estão localizados exclusivamente no miométrio, chamados intramurais, podem causar distorções na anatomia uterina em tamanhos maiores, dificultando o desenvolvimento da gravidez, resultando em abortamento.

Próximos ao endométrio, por outro lado, miomas submucosos, interferem no preparo adequado durante os ciclos menstruais, provocando falhas na implantação do embrião e abortamento.

Pólipos endometriais e endometrite

Os pólipos são igualmente formações geralmente benignas, que surgem a partir do crescimento desordenado das células durante o espessamento do endométrio, enquanto a endometrite é a infamação da região, normalmente consequência de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia e gonorreia.

Ambos podem interferir no preparo endometrial e provocar falhas na implantação, bem como causar distorções anatômica e dificultar o desenvolvimento da gestação; os pólipos, quando encontrados em tamanhos ou quantidades maiorias e, a endometrite, nos casos em a inflamação leva à formação de aderências, conhecidas como sinequias uterinas, que podem se espalhar e ocupar tidas a cavidade uterina, condição denominada síndrome de Asherman.

Malformações uterinas também podem ser congênitas, ou seja, ocorrem ainda durante o desenvolvimento embrionário, como é o caso do útero septado, a mais frequente, em que um septo (uma parede) divide a cavidade uterina em duas partes, de forma parcial ou total.

Bloqueio das tubas uterinas

A histerossonografia permite ainda detectar bloqueios tubários que impedem a fecundação, realizada nesse órgãos, responsáveis ainda pelo transporte dos gametas, óvulos e espermatozoides e do embrião formado ao útero.

As obstruções podem ser provocadas por aderências resultantes da inflamação das tubas uterinas, salpingite, que leva ainda à formação de líquidos em seu interior, hidrossalpinge, da endometriose, doença em que um tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, em locais próximos como as tubas.

Por sua capacidade de detectar com precisão condições que interferem na implantação embrionária ou no desenvolvimento da gravidez, a histerossonografia se tornou fundamental nos tratamentos de reprodução assistida, passando a compor o conjunto dos exames que podem ser realizados para investigar as causas da infertilidade.

Embora essas condições possam ser muitas vezes solucionadas por tratamentos primários, proporcionando a gravidez espontânea, quando isso não acontece ou provocam maiores danos à saúde reprodutiva, a fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida auxilia a gravidez.

A FIV pode ser ainda a primeira opção, como nos casos de obstruções tubárias, uma vez que prevê a fecundação em laboratório, dispensando a função das tubas uterinas. Os embriões formados, após se desenvolverem por alguns são transferidos diretamente ao útero materno.

Além disso, nos casos em que não foi possível a correção de distorções anatômicas, por exemplo, a mulher pode contar como uma técnica complementar ao tratamento, o útero de substituição, em que os embriões são formados com os gametas dos pais e transferidos ao útero de uma parente de até quarto grau doa pacientes em tratamento.

Siga o link e conheça tudo sobre o tratamento com a FIV!


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