Histerossalpingografia e infertilidade

Você já deve ter ouvido esse termo longo e difícil: “histerossalpingografia”. Mas o que é e qual a relação dele com a infertilidade? Se você chegou aqui, é porque quer saber como isso pode te ajudar. Então vamos descobrir.

Atualmente, é mais fácil identificar as causas de infertilidade, tanto masculinas como femininas. Existem diversas técnicas e exames que possibilitam um diagnóstico mais preciso, o que contribui para aumentar o sucesso dos tratamentos.

A histerossalpingografia ajuda exatamente nisso. Ela permite uma avaliação detalhada do útero e das tubas uterinas, identificando possíveis causas que possam estar interferindo na sua capacidade reprodutiva.

Acompanhe este texto até o final para conhecer detalhadamente a relação entre a histerossalpingografia e a infertilidade e esclarecer suas principais dúvidas sobre o tema. Boa leitura!

O que é a histerossalpingografia e como é feita?

A histerossalpingografia é um exame de raio-X realizado com a utilização de contraste que permite visualizar detalhadamente a anatomia das estruturas analisadas: útero e tubas uterinas.

Simples e situado em uma faixa segura de exposição à radiação, é realizado em ambiente laboratorial. Com a mulher em posição ginecológica, após a assepsia e anestesia do colo uterino, o contraste é injetado e a paciente é posicionada sob a máquina de raio-X para que as imagens sejam obtidas.

As imagens são transmitidas para um monitor, proporcionando o acompanhamento em tempo real. Quando o exame detecta alguma anormalidade, o estudo pode ser novamente realizado após um intervalo para avaliar de forma mais detalhada a região afetada.

É importante ressaltar que a histerossalpingografia tem um momento ideal para ser feita: entre o 6º e o 12º dia do ciclo menstrual. Ou seja, após o período menstrual e antes de uma possível ovulação, evitando assim a possibilidade de uma gravidez ainda não identificada, uma vez que os efeitos da radiação podem ser prejudiciais ao bebê.

Embora não seja necessária preparação, o exame deve ser realizado com a bexiga vazia, e, geralmente, é indicado um medicamento laxante para limpeza do intestino, o que facilita a visualização. Para reduzir o desconforto, podem também ser administrados anti-inflamatórios uma hora antes do procedimento.

Além disso, o médico deve ser informado se houver alergia ao material de contraste. O exame dura aproximadamente 30 minutos, e a paciente é liberada em seguida sem que seja necessário cuidado especial ou repouso.

Qual a relação entre histerossalpingografia e infertilidade?

A histerossalpingografia é um dos exames mais importantes para a avaliação da fertilidade feminina quando há dificuldades para engravidar. É inclusive considerado padrão-ouro para diagnosticar obstruções nas tubas uterinas, uma das causas mais comuns de infertilidade.

O útero também é um órgão importante avaliado pelo exame, principalmente quando há suspeita de malformações uterinas, assim como é utilizado para investigar as causas de abortamento de repetição, um dos sinais que indicam a possibilidade de infertilidade feminina.

Normalmente, a histerossalpingografia é solicitada nas seguintes situações:

• para verificar a possibilidade de anormalidades anatômicas do útero, que podem ser congênitas, como o útero septado, bicorno e didelfo, ou adquiridas, provocadas por miomas uterinos, pólipos endometriais ou endometriose;
• para confirmar a suspeita de obstruções nas tubas uterinas, que podem ser provocadas por inflamação, aderências resultantes de intervenções cirúrgicas ou pelo tecido ectópico característico da endometriose;
• para confirmar a possibilidade de gravidez ectópica, quando o embrião se implanta fora do útero, geralmente em uma das tubas uterinas.

Quando o exame encontra algum tipo de anormalidade, exames complementares podem ser solicitados para fechar o diagnóstico de forma mais precisa, como a videolaparoscopia.

Tratamento da infertilidade e reprodução assistida

Os resultados orientam o médico para indicar o tratamento mais adequado, que pode ser feito com medicamentos ou cirurgia, dependendo do caso. Cada caso deve ser profundamente estudado para que o tratamento seja eficaz.

Quando os tratamentos primários não possibilitam a restauração da fertilidade, a reprodução assistida pode ser indicada.

Na fertilização in vitro (FIV), por exemplo, a fecundação é feita em laboratório e os embriões formados são transferidos diretamente para o útero. Assim, possibilita a gravidez quando há obstrução tubária, pois as tubas não têm função na FIV.

O útero de substituição, por outro lado, técnica complementar ao tratamento com FIV popularmente conhecida como barriga de aluguel, também possibilita a gravidez quando malformações uterinas não puderam ser corrigidas por cirurgia, levando a dificuldades para a sustentação da gravidez.

Nesse caso, outra mulher, que deve ser parente de até quarto grau de um dos pacientes em tratamento, recebe os embriões formados com os gametas do casal (óvulos e espermatozoides).

A histerossalpingografia, portanto, é uma ferramenta bastante importante para indicar condições que podem causar infertilidade feminina e orientar na definição do tratamento mais adequado em cada caso. No entanto, a individualização é fundamental para aumentar as chances de sucesso.

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