A qualidade de vida da mulher está relacionada a fatores culturais, socioeconômicos, psicológicos e biológicos. Consideramos que, em geral, sua saúde deve ser preservada por hábitos que incluem cuidados com a alimentação, com a qualidade das suas relações e com os aspectos particulares da sua vida reprodutiva.
Para tanto, é importante fazer exames periódicos para o diagnóstico prévio de doenças, que, quanto antes forem identificadas, melhores e mais eficientes são os resultados de um tratamento.
O papanicolau é um exemplo de exame bastante conhecido entre as mulheres e é comum a ideia de que ele é o suficiente. No entanto, outros métodos, como a histeroscopia, oferecerem investigações mais detalhadas da cavidade uterina e podem apontar a presença de outros tipos de doença. A técnica possui duas modalidades: a diagnóstica e a cirúrgica.
Neste texto, vamos abordar mais especificamente o método cirúrgico, considerado padrão-ouro para o tratamento dos miomas submucosos. Confira!
A histeroscopia
A histeroscopia tem o objetivo de identificar e tratar doenças uterinas, como os miomas submucosos e os pólipos endometriais.
O histeroscópio, instrumento utilizado para visualização da cavidade uterina, tem a forma de tubo com aproximadamente 10 mm de diâmetro, e é inserido pela vagina até o colo do útero. Por uma câmera acoplada, é possÃvel que as imagens do interior do órgão sejam capturadas e transmitidas para um monitor.
Os principais objetivos da histeroscopia são:
- Histeroscopia diagnóstica (ou ambulatorial): investigar condições que afetam o útero e podem provocar infertilidade;
- Histeroscopia cirúrgica: proporciona o tratamento da maiorias das condições identificadas pelo exame, o que muitas vezes pode ser feito em um mesmo procedimento, método conhecido como see and treat ou ver e tratar.
Por ser um procedimento feito por acesso vaginal, a histeroscopia cirúrgica não realiza cortes e suturas, sendo, portanto, menos invasivo quando comparado a outras técnicas. Por essa caracterÃstica, é o tratamento mais indicado para mioma submucoso.
O que é um mioma?
Miomas são tumores benignos que podem se desenvolver no útero e são formados em decorrência da multiplicação anormal das células musculares do miométrio, camada intermediária do útero.
As causas de seu desenvolvimento ainda não são conhecidas, mas sabe-se que alguns fatores de risco podem colaborar para que isso aconteça, entre eles o inÃcio precoce da menstruação e a nuliparidade, ou seja, nunca ter tido filhos.
Os miomas podem causar sintomas que vão desde alterações na menstruação a cólicas severas antes e durante o perÃodo menstrual (dismenorreia) e dores durante a relação sexual (dispareunia). A observação desse sintomas indica a necessidade de procurar auxilio médico. O diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso do tratamento.
Classificação dos miomas
Existem três tipos de miomas, classificados segundo a região do útero em que se desenvolvem:
- Mioma subseroso:desenvolve-se na parte externa do útero. Como tem mais espaço para se desenvolver, pode atingir grandes dimensões, pressionando os órgãos mais próximos e causando diferentes sintomas;
- Mioma intramural: desenvolve-se no miométrio. Dependendo das caracterÃsticas do mioma, pode causar contrações prematuras durante a gravidez ou distorções na anatomia uterina, que podem impedir o seu desenvolvimento, resultando em abortamento;
- Mioma submucoso:desenvolve-se na camada mais interna do útero, o endométrio. É o tipo de mioma que oferece mais risco à fertilidade.
Os tratamentos para os diferentes tipos de miomas consideram a localização, a intensidade dos sintomas, a idade da paciente e o seu desejo de ter filhos.
Tais intervenções podem ser realizadas pelo uso de medicamentos hormonais, que promovem a redução dos miomas, aliviando, consequentemente, os sintomas; por cirurgia, geralmente indicada quando os sintomas são mais severos ou os miomas interferem na fertilidade; e por técnicas de reprodução assistida, principalmente se houver infertilidade associada.
Como tratar um mioma submucoso?
O endométrio é a camada mais interna do útero. A cada ciclo menstrual é preparado pela ação dos hormônios femininos estrogênio e progesterona para receber o embrião. Nele, o embrião se implanta e é nutrido até que ocorra a formação da placenta.
Quando essa camada tem alguma alteração, o embrião pode ter mais dificuldade em se implantar e continuar seu desenvolvimento. O mioma submucoso, por se desenvolver próximo do endométrio, pode afetar a receptividade endometrial, momento mais propÃcio para a implantação, resultando, assim, em falhas de implantação, ou se projetar para a cavidade uterina e ocupar parte do útero, podendo provocar aborto, ou até obstruir as tubas uterinas, impedindo a fecundação.
Mesmo os miomas submucosos têm caracterÃsticas diferentes entre eles. Eles podem ocupar uma área maior ou menor do útero, por exemplo, e, dependendo das suas caracterÃsticas, a histeroscopia pode não ser a melhor opção.
Para as mulheres que buscam engravidar, é recomendado um acompanhamento ginecológico para avaliação detalhada dos miomas e da fertilidade.
Dependendo do caso, eles podem ser removidos pela histeroscopia. A histeroscopia cirúrgica é um procedimento em que o histeroscópio é introduzido pela vagina e vai até o útero. Portanto, o mioma é retirado sem a necessidade de incisões abdominais, como acontece em outras técnicas.
A retirada do mioma pode oferecer ótimos resultados para a fertilidade feminina, proporcionando a gravidez em boa parte dos casos. Quando isso não acontece, entretanto, ainda é possÃvel aumentar as chances de gravidez com o tratamento principalmente por fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida, com percentuais de sucesso bastante altos.
Para saber mais sobre a histeroscopia, siga o link.
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