Para que a fecundação do óvulo, a implantação do embrião e o andamento da gravidez ocorram de maneira adequada, é necessário que não haja alterações nas estruturas do sistema reprodutor, incluindo o útero. Assim, doenças como pólipo endometrial podem afetar o órgão e ser uma causa de infertilidade feminina.
Esse tipo de pólipo é uma lesão sólida, geralmente benigna, que se desenvolve na camada interna do útero. São células que crescem de modo desordenado, formando um espessamento no endométrio. A boa notÃcia é que dá para tratar o problema por meio da histeroscopia cirúrgica, restabelecendo a receptividade do endométrio, particularmente afetada, e devolvendo a forma normal à cavidade uterina para o sucesso da gestação.
Quer compreender como é feito o tratamento cirúrgico dos pólipos endometriais e como essa técnica pode auxiliar a fertilidade feminina? É só conferir este texto!
Afinal, o que é histeroscopia?
A histeroscopia é uma técnica cirúrgica que proporciona o a tratamento de diversas condições e doenças que afetam o útero. A técnica recebe essa denominação porque, para sua realização, é utilizado um histeroscópio, aparelho que transmite imagens em tempo real do colo do útero, endométrio e tubas uterinas.
É importante destacar que há dois tipos de histeroscopia:
- Ambulatorial (ou diagnóstica): utilizada para o diagnóstico, ou seja, para investigar se há alguma anormalidade nos órgãos do sistema reprodutor feminino, o que prejudica, por exemplo, a fecundação ou a implantação embrionária;
- Cirúrgica: utilizada para o tratamento do problema encontrado, como no caso dos pólipos endometriais.
Dependendo da situação, o médico pode realizar o diagnóstico e o tratamento no mesmo procedimento cirúrgico. Contudo, de acordo com o caso clÃnico, o tratamento deve ser realizado em ambiente hospitalar por conta da complexidade.
Como os pólipos endometriais são tratados pela histeroscopia cirúrgica?
O procedimento é indicado, principalmente, para mulheres que precisam investigar irregularidades menstruais, casos de aborto de repetição ou dificuldades de engravidar. Com isso, o diagnóstico pode identificar, entre outros problemas, os pólipos endometriais, uma condição que tem uma incidência maior entre mulheres de 40 e 50 anos, mas que pode afetar pacientes mais jovens, inclusive a partir da puberdade.
Assim, a histeroscopia cirúrgica é indicada para casos em que os pólipos no endométrio apresentam sintomas, como cólicas severas ou sangramentos em excesso, ou ainda para casos assintomáticos, em mulheres que desejam engravidar, mas não conseguem.
Realização da cirurgia
Uma dúvida que surge entre as pacientes é como essa cirurgia é realizada. Vamos explicar! Não há a necessidade de incisões no abdômen, já que o histeroscópio é introduzido pelo canal vaginal até a cavidade uterina. O procedimento é realizado com anestesia.
O equipamento, com filamentos de fibra óptica e uma microcâmera, tem ainda um compartimento para pinças e tesouras em miniatura. Desse modo, o médico injeta soro fisiológico para distender a cavidade e faz a retirada das lesões do endométrio, observando as imagens pelo monitor.
Para fazer o procedimento, a mulher não pode estar menstruada nem com qualquer tipo de infecção ou inflamação ginecológica.
Pós-cirúrgico
A recuperação da paciente é rápida, não havendo necessidade de internação após a cirurgia. Ela fica em observação apenas por um perÃodo, por conta da anestesia. O que pode ocorrer no pós-cirúrgico são cólicas e pequenos sangramentos, que são normais após esse tipo de procedimento, visto que os tecidos internos passaram por intervenções.
Dessa maneira, a recomendação é repouso no primeiro dia e ficar sem ter relações sexuais na primeira semana.
Como a técnica é minimamente invasiva, o risco de complicações é extremamente baixo. Porém, em casos de presença de coágulos, febre, corrimento vaginal com odor, sangramento abundante ou cólica forte (que não cessa com analgésicos), é preciso procurar o médico.
Quais outros tipos de tratamento podem ser feitos com a histeroscopia cirúrgica?
Você pôde acompanhar como é o tratamento dos pólipos endometriais, mas saiba que a histeroscopia cirúrgica é indicada também para diferentes casos, como:
- Remoção de miomas submucosos, que se desenvolvem no interior da cavidade uterina;
- Retirada de aderências da cavidade uterina;
- Remoção de septo uterino, estrutura fibrosa na cavidade uterina;
- Retirada de DIU (dispositivo intrauterino), quando não é possÃvel visualizar os fios;
- Realização de biópsias na região uterina.
Como esse tratamento pode ajudar na fertilidade feminina?
A histeroscopia cirúrgica para o tratamento dos pólipos endometriais é um procedimento importante para auxiliar na fertilidade feminina. Como dissemos, essas lesões atingem a camada interna intrauterina, sendo esse o local em que, após a fertilização do óvulo pelo espermatozoide, o embrião se implanta. Com isso, a receptividade do endométrio pode ser afetada.
Há ainda casos em que, mesmo que a implantação embrionária ocorra, os pólipos podem crescer, ocupando espaço na cavidade uterina. Dessa forma, atrapalham o andamento da gravidez, ou seja, o desenvolvimento fetal. Sendo assim, é uma doença que pode levar a abortos ou parto prematuro.
Por esses motivos, os pólipos endometriais precisam ser retirados mesmo em mulheres que, por conta de outros problemas de infertilidade, precisam recorrer à reprodução assistida de forma geral, inclusive à fertilização in vitro (FIV).
Portanto, ao realizar a retirada dos pólipos no endométrio, é possÃvel, em muitos casos, restabelecer a fertilidade feminina, contribuindo para a fixação adequada do embrião e redução de abortamentos.
Como mostramos, a histeroscopia cirúrgica é um tratamento com boas chances de sucesso para mulheres que têm dificuldade para engravidar, especialmente devido aos pólipos endometriais. O procedimento, apesar de ser feito em ambiente cirúrgico, é minimamente invasivo e vai auxiliar na implantação do embrião e desenvolvimento da gravidez.
As informações deste texto foram úteis? Quer entender também como a técnica permite o exame do endométrio e do interior do útero no consultório? Conheça a vÃdeo-histeroscopia ginecológica!
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