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Hidrossalpinge e obstrução das tubas uterinas: qual é a relação?

por Dr. Augusto Bussab



"Os órgãos reprodutores femininos e masculinos devem cumprir adequadamente sua função para a gravidez ser um sucesso. Porém, é no organismo das mulheres que as principais etapas acontecem, da fecundação, evento em que o espermatozoide penetra o óvulo gerando a primeira célula do embrião, à […]"
Hidrossalpinge e obstrução das tubas uterinas: qual é a relação?

Os órgãos reprodutores femininos e masculinos devem cumprir adequadamente sua função para a gravidez ser um sucesso. Porém, é no organismo das mulheres que as principais etapas acontecem, da fecundação, evento em que o espermatozoide penetra o óvulo gerando a primeira célula do embrião, à sua implantação no endométrio, camada interna do útero, órgão em que se desenvolve até o nascimento.

Além do útero, cuja função é abrigar o embrião-feto, protegê-lo e nutri-lo, as tubas uterinas, os ovários e a vagina compõem o sistema reprodutor feminino. Nos ovários, ficam abrigados os folículos, estruturas presentes desde o nascimento que contêm o óvulo imaturo e são produzidos os principais hormônios das mulheres, estrogênio e progesterona.

As tubas uterinas, por sua vez, fazem a ligação entre os ovários e o útero e são responsáveis pela fecundação, pelo transporte dos gametas, óvulos e espermatozoides, para que esse evento aconteça, assim como do embrião formado ao útero.

Durante a fase reprodutiva, que inicia na puberdade e se encerra na menopausa, diferentes condições podem comprometer o funcionamento desses órgãos, resultando em infertilidade feminina. A hidrossalpinge, um dos principais fatores de obstruções tubárias, está entre elas.

Para saber em detalhes qual é a relação da hidrossalpinge com obstruções tubárias é só continuar a leitura do texto até o final. Confira!

O que hidrossalpinge?

As tubas uterinas são dois tubos musculares com aproximadamente 10 cm cada. São divididas em quatro partes, infundíbulo, ampola, istmo e intramural.

A porção mais distal é o infundíbulo, se liga aos ovários e tem prolongamentos em forma de franjas, as fímbrias. Já a porção intramural fica localizada na extremidade oposta, atravessa a parede uterina e se abre no interior do útero, enquanto a ampola abriga a fecundação.

No ciclo menstrual, vários folículos são recrutados e crescem, um deles se destaca, denominado folículo dominante, desenvolve, amadurece e rompe liberando seu óvulo na ovulação. O óvulo liberado é captado pelas fimbrias, que o conduzem até a ampola.

Quando ocorre a ejaculação do homem, milhares de espermatozoides viajam pela extremidade uterina para encontrá-lo, entretanto, apenas um o alcança e penetra, gerando a primeira célula do embrião, o zigoto, que sofre sucessivas divisões celulares enquanto é transportado ao útero.

O embrião chega ao útero aproximadamente no quinto dia de desenvolvimento, fase em que é conhecido como blastocisto e se implanta no endométrio para dar início o gravidez.

A função das tubas uterinas, portanto, é essencial para o sucesso da gravidez e qualquer alteração impede ou dificulta o processo. A hidrossalpinge está entre as condições que podem comprometer a função tubária, tem como característica o acúmulo de líquidos no interior de uma ou ambas as tubas e sua dilatação, provocando obstruções.

Geralmente, é consequência da salpingite, inflamação das tubas, provocada na maioria das vezes por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a clamídia e a gonorreia.

Assim como as tubas, os outros órgãos reprodutores também podem ser afetados e a presença de inflamações em qualquer um deles pode resultar na hidrossalpinge, mesmo quando as causas não são ISTs, como o processo inflamatório característico da endometriose ou intervenções médicas.

Quanto mais tempo a inflamação permanece sem tratamento maiores são os danos à fertilidade. Observar os possíveis sintomas da hidrossalpinge é uma das formas de garantir de diagnósticos.

Sintomas e riscos da hidrossalpinge

As obstruções impedem o transporte de óvulos e espermatozoides, bem como do embrião formado ao útero. Dessa forma, além de a fecundação não acontecer, o embrião pode se implantar em uma das tubas, o que é conhecido como gravidez ectópica, condição potencialmente perigosa para a mulher, com risco inclusive de morte.

Se o bloqueio for unilateral, a outra tuba continua a executar sua função, no entanto, como há uma alternância dos ovários para a liberação do óvulo, as chances de engravidar naturalmente diminuem. Nos casos em que é bilateral, por outro lado, o quadro é de infertilidade. Os bloqueios tubários são, inclusive, uma das causas mais comuns de infertilidade feminina.

Além disso, da mesma forma que inflações em outros órgãos podem levar à hidrossalpinge, o processo inflamatório nas tubas uterinas também interfere em outras etapas da gravidez, como o desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos, provocando problemas de ovulação, ou o preparo do endométrio, o que resulta em falhas na implantação e abortamento.

Assim, a dificuldade para engravidar se torna o principal sintoma da hidrossalpinge, embora outros característicos da ISTs mais comuns, consideradas a principal causa, possam contribuir para suspeitar do problema, incluindo:

  • Corrimento vaginal com odor forte;
  • Sangramento fora do período menstrual ou após as relações sexuais;
  • Dor durante as relações sexuais (dispareunia);
  • Dor pélvica;
  • Febre.

Para confirmar a hidrossalpinge são realizados exames laboratoriais que indicam a presença de bactérias e o tipo, como por exemplo, os de sangue, urina ou análise das secreções, enquanto os exames de imagem avaliam os possíveis danos às tubas, determinando se a obstrução é unilateral ou bilateral.

O exame considerado padrão ouro para identificar a hidrossalpinge é a histerossalpingografia, uma técnica de raio-X com contraste, substância que realça as obstruções nas imagens geradas e o que as causou.

Os resultados diagnósticos são importantes para determinar o tratamento mais adequado para cada paciente.

Tratamento e reprodução assistida

O tratamento inicial da hidrossalpinge é feito por antibióticos, prescritos de acordo com o tipo de bactéria. A cirurgia ´também é necessária para drenagem do líquido. Nos casos em que a tuba afetada sofreu maiores danos ela deve ser removida.

Ainda que seja necessária a remoção de ambas as tubas, quando o problema é bilateral, a reprodução assistida pode auxiliar a gravidez. A técnica indicada nesse casos é fertilização in vitro (FIV), em que que a fecundação e o desenvolvimento inicial dos embriões acontecem em laboratório.

A FIV foi inclusive desenvolvida para solucionar obstruções tubárias, uma vez que os órgãos não têm nenhuma função no tratamento. Após o desenvolvimento dos embriões eles são transferidos diretamente ao útero materno.

Além de obstruções tubárias, a técnica possibilita a solução de praticamente todos os problemas de infertilidade, femininos ou masculinos, bem como atende a outras necessidades reprodutivas das sociedades contemporâneas.

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