Gravidez ectópica é uma condição em que o embrião se implanta fora do útero, em outras estruturas que não suportam seu desenvolvimento. Esse tipo de gestação não pode ser levado a termo e precisa ser interrompido, pois pode causar diferentes problemas para a saúde da mulher, de alterações na fertilidade ao risco de morte.
Assim, deve ser idealmente diagnosticada precocemente. Por isso, é importante ter atenção aos possÃveis sintomas iniciais de gravidez, como atraso da menstruação, aumento e sensibilidade dos seios, enjoos e cansaço, e realizar os exames necessários para verificar se é clinicamente viável.
Em casos mais graves de gravidez ectópica, outros sinais especÃficos também podem ser indicativos, incluindo dor abdominal intensa, sangramento abundante, tontura extrema e desmaios, o que é considerado uma emergência médica.
O conhecimento das causas prováveis de gravidez ectópica é igualmente importante, deixando mais atenta a possibilidade desse problema ocorrer. Acompanhe o texto até o final e saiba quais são. Boa leitura!
Entenda como e onde acontece a gravidez
A cada ciclo menstrual, um óvulo é liberado pelos ovários e capturado pelas tubas uterinas, local em que aguarda por 24 horas o encontro com o espermatozoide. Esse é o perÃodo de maior fertilidade da mulher.
Quando ocorre a ejaculação durante a relação sexual, entre os milhares de espermatozoides liberados um alcança o óvulo e o penetra formando a primeira célula do embrião, o zigoto, que se divide em novas.
Nos primeiros dias de desenvolvimento o embrião, ainda nas tubas uterinas, é transportado ao útero enquanto as divisões iniciais celulares acontecem. Chega ao órgão no quinto dia, quando já possui centenas de células.
Nessa fase, é chamado de blastocisto e precisa eclodir da zona pelúcida, camada que o protege, para se implantar no endométrio, tecido que reveste o útero internamente.
A implantação do embrião, conhecida ainda como nidação, marca o inÃcio da gravidez. No útero ele permanece abrigado, é nutrido e se desenvolve até o nascimento do futuro bebê.
Na gravidez ectópica, o embrião se implanta nas tubas uterinas em vez do útero na maioria das vezes, embora mais raramente isso também possa acontecer em outros órgãos da cavidade abdominal, como os ovários.
Por sua capacidade de expansão o útero consegue se adaptar ao desenvolvimento do embrião/feto. O que não acontece com as tubas uterinas, por exemplo, que podem se romper causando hemorragia grave e risco de vida, bem como diminuir as chances de gravidez no futuro.
Conheça as principais causas de gravidez ectópica
Bloqueios nas tubas uterinas são a principal causa de gravidez ectópica, interferindo no transporte dos gametas ou do embrião formado. Podem ser consequência de condições como a DIP (doença inflamatória pélvica), provocada geralmente por infecções sexualmente transmissÃveis (ISTs), como clamÃdia e gonorreia.
A DIP pode causar inflamações em todos os órgãos reprodutores. Nas tubas uterinas, provoca a formação de aderências ou o acúmulo de lÃquidos, que podem obstruÃ-las.
O processo inflamatório caracterÃstico da endometriose, doença comum durante a idade fértil, também pode resultar na formação de aderências, que, nesse caso, provocam bloqueios por deformações na anatomia.
São considerados ainda fatores de risco:
- Histórico de gravidez ectópica;
- Cirurgias tubárias, incluindo a laqueadura, procedimento de esterilização feminina;
- Cirurgias em outros órgãos pélvicos, que também podem levar à formação de aderências e obstruções;
- Uso do DIU (dispositivo intrauterino) como método contraceptivo. Embora a chance de engravidar com DIU seja rara, de apenas 1%, quando isso acontece o risco de o embrião se implantar nas tubas é, ao contrário, bastante alto;
- Idade: mulheres acima de 36 anos têm mais risco de gravidez ectópica do que as mais jovens.
Ainda que a gravidez ectópica não possa ser prevenida, conhecer as causas aumenta a atenção à possibilidade de o problema acontecer, ao mesmo tempo que também funciona como um alerta.
Como a gravidez normal, a ectópica é diagnostica por exames de sangue ou urina e pela ultrassonografia transvaginal, que permite confirmar o local em que o embrião se implantou.
O tratamento pode ser feito por medicamentos ou cirurgia, assim como muitas vezes a conduta é apenas de observação do quadro (expectante), por ser normal a ocorrência de um abortamento espontâneo. A cirurgia é opção quando há risco de a tuba se romper ou se o rompimento acontecer, e, na maioria dos casos é necessário remover o embrião e tuba afetada.
No entanto, ainda é possÃvel engravidar naturalmente se a outra estiver saudável, embora as chances diminuam.
Gravidez ectópica na reprodução assistida
Nas técnicas de reprodução assistida também há risco de gravidez ectópica, porém, é bem menor, uma vez que a mulher é submetida a diferentes exames para investigar as causas da infertilidade, entre elas possÃveis obstruções tubárias, uma das mais comuns. Quando isso acontece a abordagem terapêutica é a mesma.
Por outro lado, a reprodução assistida é uma importante solução para as que não conseguiram engravidar após a remoção da tuba afetada. Nesse caso, a técnica indicada é a fertilização in vitro (FIV), que prevê a fecundação em laboratório e a transferência dos embriões diretamente ao útero materno.
Na FIV, portanto, a função das tubas uterinas não é necessária e os percentuais de sucesso gestacional são bastante expressivos, independentemente do fator de infertilidade.
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A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]
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