Um processo complexo, a gravidez depende do funcionamento adequado dos órgão reprodutores e do equilÃbrio dos diferentes hormônios envolvidos no processo reprodutivo. O estrogênio, por exemplo, tem funções importantes no ciclo menstrual das mulheres, assim como a progesterona. Os dois são os principais hormônios sexuais femininos.
Além dos hormônios sexuais outros também garantem que as fases do ciclo ocorram de forma adequada, como as gonadotrofinas FSH (hormônio folÃculo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), cuja ação é fundamental no recrutamento, desenvolvimento e amadurecimentos dos folÃculos ovarianos, bolsas que contêm o óvulo primário.
As gonadotrofinas atuam ainda na espermatogênese, produção de espermatozoides, em associação com a testosterona, principal hormônio masculino. Os homens também produzem estrogênio, assim como as mulheres testosterona, mas em menor quantidade.
Dessa forma, pode-se dizer que os hormônios são necessários para a fertilidade e qualquer desequilÃbrio nos nÃveis durante a fase reprodutiva pode resultar em infertilidade feminina ou masculina.
Neste texto abordamos o estrogênio, destacando a diferença entre o estradiol e sua atuação nas diferentes etapas da vida das mulheres, da puberdade, quando a fase reprodutiva inicia, à menopausa, quando finaliza, e, na reprodução assistida, considerada o tratamento padrão quando há problemas na fertilidade. Continue a leitura até o final e confira!
O que é estrogênio?
Estrogênio é uma designação genérica de uma classe de hormônios cuja ação está relacionada ao processo reprodutivo e desenvolvimento de caracterÃsticas femininas, como o crescimento das mamas e de pelos pubianos. É produzido pelos ovários em maior quantidade e, em menor, pelas glândulas suprarrenais e pelo tecido adiposo.
Existem três tipos de estrogênios: estradiol, estriol e estrona, que desempenham papéis importantes em diferentes etapas da vida mulher.
Estradiol é o tipo de estrogênio mais prevalente durante a fase fértil feminina, que se inicia quando ocorre a primeira menstruação, estimulada pelo hormônio, inaugurando os ciclos menstruais ou reprodutivos.
O ciclo menstrual é dividido em três fases, que funcionam em sincronia para proporcionar a gravidez. Na primeira, chamada folicular, vários folÃculos são recrutados pelo FSH, um deles se torna dominante, amadurece e rompe liberando o óvulo na ovulação.
Durante o crescimento, os folÃculos passam a produzir estradiol, que age promovendo o espessamento do endométrio, camada interna uterina na qual o embrião se implanta para dar inÃcio à gestação.
À medida que o folÃculo dominante se desenvolve os nÃveis de estrogênio aumentam e, na fase seguinte, a ovulatória, um pico do hormônio estimula o LH a induzir seu amadurecimento e rompimento, quando o óvulo é liberado para ser fecundado pelo espermatozoide.
Na fase lútea, última do ciclo menstrual, as células do folÃculo rompido formam uma glândula endócrina temporária, o corpo lúteo, que passa a secretar progesterona. Em associação com o estradiol, agora em nÃveis mais baixos, garante o preparo final do endométrio, tornando-o receptivo para receber o embrião.
Esse tipo de estrogênio, portanto, é essencial em todas as fases do ciclo reprodutivo. Porém, durante a gravidez outro tipo passa a predominar, o estriol. Entre suas funções está a preparação da musculatura uterina para o parto e o aumento da sensibilidade à ocitocina, hormônio que vai estimular as contrações para a expulsão do feto. Por ser produzido pela unidade feto-placentária é ainda um importante marcador da saúde fetal durante o desenvolvimento intrauterino.
Estrona, por outro lado, é o principal estrogênio na pré-menopausa e na menopausa, etapa marcada pela última menstruação. Durante a pré-menopausa o hormônio continua sendo produzido em maior quantidade pelos ovários, entretanto, na menopausa, quando o órgão entre em falência e a reserva ovariana se esgota, as glândulas suprarrenais e o tecido adiposo passam a suprir a produção.
Além de estar presente nas diferentes etapas de vida das mulheres, o estrogênio tem ainda uma participação especial nos tratamentos de reprodução assistida.
Estrogênio na reprodução assistida
Alterações nos nÃveis de estrogênio podem comprometer a ovulação e a implantação do embrião, problemas que podem ser solucionados pela reprodução assistida. Hoje, entre os tratamentos disponÃveis duas técnicas podem ser indicadas nesses casos, a relação sexual programada (RSP) e a fertilização in vitro (FIV).
A RSP é mais adequada quando há distúrbios de ovulação leves. A primeira etapa do tratamento é a estimulação ovariana, procedimento realizado com medicamentos hormonais sintéticos, semelhantes aos naturais, para induzir o desenvolvimento e amadurecimento de até 3 folÃculos ovarianos. O estrogênio é um dos hormônios utilizados.
No entanto, nessa técnica a fecundação acontece de forma natural, nas tubas uterinas. Por isso, deve ser apenas utilizada quando elas estão permeáveis e se a mulher tiver até 35 anos, idade em que os nÃveis da reserva ovariana ainda são mais altos.
Se os distúrbios de ovulação forem mais severos, a mulher estiver acima dos 35 anos ou se o problema for abortamento de repetição consequente de falhas na implantação do embrião, é indicado o tratamento com FIV, em que a fecundação é realizada em laboratório.
A técnica também tem a estimulação ovariana como primeira etapa, entretanto, as dosagens hormonais são mais altas com objetivo de obter uma quantidade maior de óvulos para a fecundação. Os embriões formados se desenvolvem posteriormente por alguns dias em laboratório e são transferidos ao útero para se implantar naturalmente.
Antes da transferência é possÃvel preparar o endométrio com estrogênio e progesterona sintéticos, aplicados nas fases do ciclo menstrual que necessitam da ação de cada um. Até que o preparo esteja concluÃdo, os embriões são congelados e a transferência ocorre apenas no ciclo seguinte.
Assim, o estrogênio destaca sua importância no processo reprodutivo feminino, tanto na gestação espontânea quanto na reprodução assistida.
Siga o link e conheça detalhadamente o tratamento por fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida!
A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]
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