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Espermograma e reprodução assistida: qual é a importância do exame?

por Dr. Augusto Bussab



"Diferentes estudos já comprovaram que o sucesso da gravidez depende do funcionamento correto dos órgãos reprodutores de mulheres e homens. Alterações podem resultar em infertilidade. Os principais órgãos reprodutores masculinos são os testículos, epidídimos, ductos deferentes e ejaculatórios, vesículas seminais, próstata, glândulas bulbouretrais, bolsa testicular […]"
Espermograma e reprodução assistida: qual é a importância do exame?

Diferentes estudos já comprovaram que o sucesso da gravidez depende do funcionamento correto dos órgãos reprodutores de mulheres e homens. Alterações podem resultar em infertilidade.

Os principais órgãos reprodutores masculinos são os testículos, epidídimos, ductos deferentes e ejaculatórios, vesículas seminais, próstata, glândulas bulbouretrais, bolsa testicular e pênis.

Os testículos são responsáveis pela produção de espermatozoides, gametas ou células sexuais dos homens com as informações genéticas e, do principal hormônio masculino, a testosterona, fundamental nesse processo denominado espermatogênese, que acontece nos túbulos seminíferos, estruturas organizadas em formato de novelo nos lóbulos testiculares.

Depois de produzidos, são transportados aos epidídimos, ductos em que amadurecem e formam a cauda. O espermatozoide maduro é composto por três porções: cabeça, peça intermediária e cauda com flagelo. Na cabeça fica localizado o núcleo com o material genético, enquanto a cauda proporciona a movimentação no organismo feminino.

Durante o estímulo sexual, são transportados aos ductos deferentes, ejaculatórios e lançados na uretra para serem expelidos pelo pênis. Nesse trajeto, recebem líquidos produzidos pelas vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais formando o sêmen, substância que os abriga, facilita o transporte, nutre e protege do ambiente ácido da vagina.

A infertilidade masculina pode ser consequência de interferências na espermatogênese, obstruções que impedem o transporte dos gametas e anormalidades na qualidade dos espermatozoides ou do sêmen, provocadas por diferentes condições. O espermograma é o primeiro exame solicitado para avaliar a capacidade reprodutiva dos homens.

Continue a leitura até o final e entenda a importância do espermograma na reprodução assistida, área da medicina que reúne um conjunto de técnicas para auxiliar a gravidez, consideradas o tratamento padrão quando há infertilidade. Confira!

Investigação da infertilidade masculina

A infertilidade é definida após um ano de tentativas malsucedidas de engravidar a parceira sem o uso de nenhum método contraceptivo, como a camisinha, que impede a entrada do espermatozoide quando o homem ejacula.

Podem ser realizados diferentes exames para investigar as causas. O espermograma é o primeiro a ser solicitado, pois permite avaliar a qualidade dos espermatozoides a partir da análise de critérios como morfologia (forma) e motilidade (movimento). Determina, ainda, a qualidade do sêmen, apontando da concentração de espermatozoides presentes nas amostras à aparência, acidez e volume.

Assim, apesar de não ser um exame diagnóstico é obrigatório, pois indica possíveis alterações que podem sugerir as causas prováveis da infertilidade, incluindo azoospermia, ausência de espermatozoides nas amostras analisadas, bem como orienta a escolha dos exames de imagem necessários à essa investigação.

Como o espermograma é realizado?

Para realizar o espermograma são coletadas três amostras em intervalos de sete dias, durante dois meses, uma vez que diariamente ocorre uma variação na contagem de espermatozoides. O paciente deve ficar em abstinência sexual por até cinco dias antes de cada coleta e evitar a masturbação para não interferir na avaliação de critérios como o volume seminal.

São feitos, então, dois tipos de análise. A macroscópica, que analisa características do sêmen e a microscópica, dos espermatozoides. Veja, abaixo, o principais critérios investigados por cada uma:

Análise do sêmen ou macroscópica

  • volume;
  • viscosidade (consistência);
  • pH (acidez);
  • frutose (açúcar presente no sêmen, que fornece energia para os gametas);
  • capacidade de coagulação e liquefação: velocidade com que passa da consistência mais espessa para a líquida.

Análise dos espermatozoides ou microscópica

  • concentração: número de espermatozoides por volume de sêmen e o total de espermatozoides nas amostras;
  • morfologia: analisa tamanho e forma determinando o percentual de espermatozoides normais e anormais;
  • motilidade: também determina percentualmente a capacidade de movimento, vigor e direção.

Assim, além da azoospermia o espermograma pode indicar outras alterações, incluindo oligozoospermia, baixa concentração de espermatozoides, astenozoospermia, alto percentual de espermatozoides com motilidade reduzida e teratozoospermia, alto percentual com morfologia anormal, que podem ser provocadas por diferentes condições.

Entre elas a varicocele se destaca como uma das mais comuns. É caracterizada pela formação de varizes testiculares, que causam alterações na temperatura da bolsa testicular, responsável por manter os testículos no grau ideal para a espermatogênese, interferindo, dessa forma, no processo de produção e na qualidade dos gametas.

Já inflamações nos órgãos reprodutores, como orquite (nos testículos) e epididimite (nos epidídimos), causadas na maioria das vezes por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) como clamídia e gonorreia, podem interferir na espermatogênese ou provocar a formação de aderências que obstruem o transporte, resultando em oligozoospermia e azoospermia. Afetam ainda a qualidade dos espermatozoides e os níveis de testosterona, essencial para produção.

São considerados fatores de risco hábitos como tabagismo, alcoolismo, uso excessivo de drogas recreativas, exposição a produtos químicos ou tóxicos e tratamentos para neoplasias.

Espermograma na reprodução assistida

Os resultados do espermograma são fundamentais na reprodução assistida para orientar a técnica mais adequada a cada paciente. A inseminação artificial (IA), por exemplo, considerada de baixa complexidade, pode solucionar problemas como pequenas anormalidades nos espermatozoides ou baixo volume seminal.

Na IA, eles são capacitados pelo preparo seminal, técnica que permite selecionar os mais saudáveis por diferentes métodos indicados a partir dos resultados apontados pelo espermograma. Os melhores são inseridos em um cateter e depositados no útero durante o período fértil da parceira para que a fecundação aconteça naturalmente, nas tubas uterinas.

O preparo seminal é igualmente realizado na fertilização in vitro (FIV), técnica de maior complexidade em que a fecundação acontece em laboratório, indicada para fatores de maior gravidade como alterações mais severas nos espermatozoides, baixa concentração no sêmen (oligozoospermia) e ausência (azoospermia).

Após a seleção dos melhores espermatozoides cada um é injetado diretamente no citoplasma do óvulo por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), o que é particularmente importante quando há baixa concentração. Em homens com azoospermia, por outro lado, eles podem ser recuperados diretamente dos testículos ou epidídimos por diferentes métodos e posteriormente submetidos ao preparo seminal, selecionados e usados na fecundação.

Os embriões formados na fecundação se desenvolvem durante alguns dias em laboratório e são transferidos diretamente ao útero da parceira.

O espermograma, portanto, da mesma forma que orienta os exames necessários para identificar as possíveis causas da infertilidade masculina é fundamental para a definição do tratamento mais adequado de reprodução assistida para auxiliar a gravidez. Siga o link e saiba mais!


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