Localizado entre a bexiga urinária e o reto, o útero é um órgão feminino, musculoso, oco, que possui formato de uma pera invertida. Ele faz parte do sistema reprodutor feminino e é responsável pela menstruação, gravidez e pelo parto. É no útero que o embrião se instala e se desenvolve até o momento do nascimento.
Sabe-se que este é um órgão fundamental para a fertilidade feminina e que ele precisa estar em perfeito funcionamento para que ocorra uma gestação. Além disso, as características de sua anatomia também são muito importantes.
Algumas mulheres podem passar por anomalias anatômicas do útero e nem mesmo ter consciência disso, podendo até já ter tido filhos sem algum tipo de problema. Porém, algumas malformações estão relacionadas à infertilidade.
A seguir, você terá mais informações sobre os tipos de anomalias encontradas no útero e como elas influenciam na fertilidade da mulher.
O que são malformações uterinas?
Também conhecidas como “anomalias müllerianas congênitas””, as malformações uterinas são caracterizadas por anormalidades causadas pela fusão embriológica com defeitos ou ainda por falhas de recanalização dos ductos de Muller na formação da cavidade uterina normal.
Os ductos müllerianos têm o seu desenvolvimento embriológico iniciado por volta da 12ª semana de gestação e é quando eles se desenvolvem e se fundem aos ductos paramesonéfricos (ou müllerianos). Esse processo dó origem ao útero, trompas uterinas e terço superior da vagina, por isso as falhas nesse período determinam as malformações.
É possível que ocorra uma aplasia congênita do útero, que é a ausência do órgão. Este é um problema associado à malformação, porém é um caso bastante raro.
Muitas mulheres que passam por essa situação são assintomáticas, o que dificulta a definição de sua incidência.
Tipos de malformações uterinas
O útero pode sofrer algumas anomalias que possuem características diversas. Dentre elas, alguns tipos são:
Útero bicorno
Também conhecido como útero com dois “chifres”, esta é a alteração morfológica mais comum no útero. Ele possui a aparência de um coração com um recorte na parte superior.
Durante a gestação, o bebê fica com menos espaço para seu crescimento do que teria num útero de tamanho normal, o que aumenta as chances de um parto prematuro.
O corpo do útero apresenta-se dividido em dois e não possui seu desenvolvimento correto, sendo que essa divisão pode ser parcial ou total.
Normalmente o útero bicorno não necessita de tratamento, somente nos casos em que as mulheres que encontram dificuldades para engravidar devido a essa condição.
Em sua maioria, é um problema assintomático e a mulher só descobre na fase adulta, quando realiza uma ultrassonografia por outros motivos. Algumas mulheres podem sentir um pequeno desconforto no período da ovulação, dores abdominais, dor durante a relação sexual ou ainda menstruação irregular.
É possível manter uma vida sexual normal com o útero bicorno e manter a gravidez e o parto normalmente. Porém, em alguns casos, a malformação do útero pode levar a infertilidade, causar o aborto espontâneo, provocar o nascimento prematuro do bebê ou ainda anormalidades nos rins.
Útero duplo ou didelfo
Nesses casos a mulher possui dois úteros totalmente desenvolvidos, sendo cada um deles formado por um corpo e ligados à trompa uterina correspondente. Os dois colos uterinos podem estar ligados a uma vagina dupla.
É uma condição que muitas vezes não apresenta nenhum sintoma, mas algumas mulheres com útero duplo podem sofrer com fortes cólicas menstruais, além de dores durante as relações sexuais.
O útero duplo não está diretamente relacionado à infertilidade, e a grande maioria das mulheres com essa malformação não apresentam dificuldade para engravidar. Porém, a possibilidade de abortos espontâneos ou partos prematuros é maior.
Útero unicorno
Também chamado de útero unicorne, este é um tipo raro de anomalia. O desenvolvimento do útero não ocorre normalmente e ele possui apenas metade do tamanho considerado normal.
Diferentemente do que ocorre normalmente, quando a mulher possui duas trompas uterinas, nesses casos ela só possui uma.
Útero septado
O útero septado apresenta sua cavidade interna dividida por uma parede longitudinal denominada septo. Este septo pode alcançar somente a metade do caminho ou chegar até o colo do útero.
Causas e consequências das malformações
Essas anomalias anatômicas podem ser causadas por fatores genéticos, esporádicos ou hereditários, podendo ser relacionados a outras malformações.
Problemas sofridos pela mãe durante a gravidez também é uma possível causa desta adversidade, entre elas:
- doenças infecciosas;
- intoxicação;
- consumo de certos tipos de medicamentos durante a gestação.
A fertilidade e a gravidez são as mais afetadas pelas malformações do útero. As anomalias não impedem totalmente a gestação, mas trazem algumas dificuldades para que ela ocorra e a tornam mais complicada.
Quando a mulher tem dificuldade para engravidar, deve realizar diversos exames que podem constatar a anomalia. Uma das possibilidades é a histerossalpingografia, uma radiografia realizada com contraste e ainda a ultrassonografia.
A malformação é facilmente detectada por imagens bidimensionais através da via abdominal ou endovaginal. Ainda é possível utilizar da laparoscopia para examinar o útero, as trompas e retirar um possível septo.
Para mulheres que passam por problemas de infertilidade causados por essas anomalias, existe a solução oferecida pelos métodos de reprodução assistida.
Existem diversas técnicas, exames e recursos que aumentam as chances de engravidar, dentre elas as principais são: fertilização in vitro (FIV) convencional e por ICSI, inseminação artificial (IA) e a relação sexual programada (RSP).
Aqui no site você encontra mais textos sobre reprodução assistida que podem trazer uma melhor orientação. É indicada ainda a leitura do texto sobre infertilidade feminina, que pode esclarecer outros possíveis motivos para a dificuldade de engravidar e seus tratamentos adequados.
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