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Como saber se tenho uretrite?

por Dr. Augusto Bussab



"A uretra faz parte do sistema urinário e sua função é transportar a urina da bexiga para fora do corpo. É um tubo membranoso, que difere em tamanho, largura, espessura e anatomia nos homens e mulheres. A feminina mede aproximadamente 4 cm, enquanto a masculina tem […]"
Como saber se tenho uretrite?

A uretra faz parte do sistema urinário e sua função é transportar a urina da bexiga para fora do corpo. É um tubo membranoso, que difere em tamanho, largura, espessura e anatomia nos homens e mulheres.

A feminina mede aproximadamente 4 cm, enquanto a masculina tem mais de 20 cm e compõe também a parte final do sistema reprodutor, participando da ejaculação do sêmen, substância que abriga os espermatozoides.

No momento em que os receptores da bexiga recebem a informação de que ela está completa, ocorre a comunicação com o esfíncter que permitirá a passagem da urina; a uretra tem esfíncteres que permitem o controle consciente quando há o desejo de eliminá-la.

Esse é um processo voluntário do organismo, a não ser que ocorra liberação emergencial, como em casos de excesso armazenado ou de algumas condições, incluindo a ureterite, que afeta a uretra e pode comprometer a fertilidade de homens e mulheres.

Acompanhe a leitura do texto até o final para saber se tem e o que é uretrite, sua interferência na fertilidade, bem como os tratamentos indicados em cada situação. Confira!

O que é uretrite?

A uretra feminina está localizada na parte anterior da vagina, atrás da sínfise púbica. É irrigada por diversas artérias em toda sua extensão e composta por glândulas responsáveis pela lubrificação sexual, produção de enzimas e pela ejaculação das mulheres.

A masculina, por sua vez, está localizada desde o orifício uretral interno na extremidade da bexiga até a parte externa do pênis. É dividida em três porções: prostática, membranosa e esponjosa.

  • porção prostática: localizada no interior da próstata, pode aumentar de tamanho ao dilatar-se e receber os espermatozoides, líquidos seminais e prostáticos, que se misturam para formar o sêmen;
  • porção membranosa: localizada entre a próstata e o início do pênis, logo após o esfíncter uretral, tem apenas 1 centímetro de comprimento e a função de secretar um fluido pré-ejaculatório para limpar a uretra dos restos de urina e de possíveis microrganismos;
  • porção esponjosa: localizada no corpo do pênis, atravessando-o internamente, tem glândulas que liberam o lubrificante sexual masculino.

A uretra masculina, portanto, tem ainda função reprodutiva, permitindo a passagem do sêmen com os espermatozoides durante a ejaculação: começa quando recebe, na metade de sua extensão, os espermatozoides produzidos nos túbulos seminíferos e armazenados nos epidídimos, ductos em que amadurecem e permanecem até que ocorra o estímulo sexual.

Uretrite é a inflamação da uretra. Geralmente, é consequência de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia e gonorreia, provocadas pelas bactérias Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis.

Porém, outros agentes transmitidos por relação sexual desprotegida com pessoas contaminadas podem igualmente levar ao processo inflamatório, entre eles Trichomonas vaginalis, Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis, herpes simples e HPV, por exemplo.

As bactérias podem ascender e espalhar para os órgãos reprodutores, resultando, dessa forma, em infertilidade feminina ou masculina.

Infertilidade feminina

Quando as bactérias atingem os órgãos reprodutores femininos, podem levar ao desenvolvimento de uma condição denominada doença inflamatória pélvica (DIP) que, como o nome sugere, é caracterizada pela presença de processos inflamatórios, em alguns ou todos, de acordo com o tempo de permanência da infecção, critério que interfere igualmente na gravidade dos danos causado à fertilidade.

Geralmente, o colo do útero é o primeiro a ser afetado (cervicite) por sua proximidade com a vagina, seguido do endométrio (endometrite), camada interna uterina na qual o embrião se implanta para dar início à gestação. Nos dois casos, o processo inflamatório pode interferir no preparo adequado do endométrio durante os ciclos menstruais, levando a falhas na implantação e abortamento.

No endométrio, há ainda o risco de aderências, que se formam em resposta à reação do sistema imunológico para combater a infecção, provocarem distorções anatômicas dificultando ou impedindo o desenvolvimento da gravidez, resultando da mesma forma em perda gestacional.

Nas tubas uterinas (salpingite), órgãos que fazem a ligação entre o útero e os ovários, a inflamação pode provocar a formação de líquidos no interior (hidrossalpinge) obstruindo-as; efeito igualmente causado por aderências.

As tubas abrigam a fecundação e respondem pelo transporte dos gametas, óvulos e espermatozoides, para que o evento aconteça: o espermatozoide penetra o óvulo formando a primeira célula do embrião. As obstruções, portanto, dificultam ou impedem esse encontro.

A fecundação pode ainda ser comprometida se as bactérias atingirem os ovários (ooforite), interferindo no processo de desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos, que contêm os óvulos imaturos, ou impedindo a liberação do óvulo, ovulação, durante os ciclos menstruais.

A qualidade dos óvulos é ainda comprometida; embriões formados com gametas de má qualidade normalmente não conseguem se implantar.

Infertilidade masculina

Nos homens, a DIP resulta em epididimite, inflamação dos epidídimos, orquite, inflação dos testículos e prostatite, da próstata, que provocam as seguintes alterações na fertilidade:

  • orquite: os túbulos seminíferos são estruturas enoveladas localizadas nos lóbulos testiculares. Assim, a inflação dos testículos interfere diretamente na espermatogênese, processo de produção dos espermatozoides;
  • epididimite: as aderências resultantes do processo inflamatório impedem o transporte dos espermatozoides quando ocorre o estímulo sexual;
  • prostatite: a inflamação compromete a qualidade do líquido prostático e, consequentemente, do sêmen e dos espermatozoides abrigados nessa substância.

Em homens com orquite e epididimite pode haver baixa concentração de espermatozoides no sêmen (oligozoospermia) ou ausência total (azoospermia), causas comuns de subfertilidade e infertilidade masculina.

Como saber se tenho uretrite

A primeira maneira de reconhecer a uretrite é observar a presença de possíveis sintomas. Além da urgência e frequência urinária, normalmente com sensação de queimação ou dor, e, infertilidade, comuns aos dois sexos, outros podem estar presentes de acordo com o agente infectante, os mais comuns são:

Na mulheres

  • inchaço ou vermelhidão na abertura da uretra;
  • corrimento anormal e com odor forte;
  • sangramento entre os períodos menstruais ou após as relações sexuais;
  • dor abdominal;
  • dor durante as relações sexuais (dispareunia);

Nos homens

  • inchaço ou vermelhidão na abertura da uretra;
  • dor ao ejacular;
  • inchaço, dor e sensibilidade dos testículos;
  • secreção peniana aquosa ou semelhante ao pus;
  • febre.

Como a uretrite é principalmente causada por bactérias sexualmente transmissíveis, para confirmá-la são realizados exames laboratoriais, como os de urina, sangue e análise de secreções, se estiverem presentes. Eles permitem identificar bactérias e determinar o tipo.

Se os resultados forem inconclusivos, podem ser pesquisados outros agentes etiológicos. Além disso, nos casos de infertilidade, mulheres e homens são submetidos a diferentes exames, dos que avaliam a fertilidade, espermograma e avaliação da reserva ovariana, aos que identificam danos nos órgãos reprodutores, como a ultrassonografia transvaginal e testicular.

Os resultados diagnósticos orientam o tratamento mais adequado para cada paciente, porém, a observação dos sintomas é um importante recurso para garantir diagnóstico e tratamento precoces, evitando maiores danos à saúde reprodutiva.

Tratamento e reprodução assistida

Embora o tratamento para uretrite e dos processos inflamatórios nos órgãos reprodutores seja geralmente bastante simples, realizado por antibióticos, a cirurgia pode ser necessária para a remoção de aderências, líquido característico da hidrossalpinge e correção de possíveis distorções anatômicas, quando há o desejo de engravidar.

Após as abordagens primárias, muitas vezes a gravidez acontece espontaneamente. Se não houver sucesso ou a inflamação resultar em maiores danos, a reprodução é indicada , bem como pode ser opção inicial.

As mulheres com até 37 anos, por exemplo, idade em que os níveis da reserva ovariana ainda estão altos, e tubas uterinas saudáveis, podem obter a gravidez com auxilio da relação sexual programada (RSP), a mais simples das técnicas em que a fecundação acontece como na gestação natural, indicada para distúrbios de ovulação mais leves.

Já nos casos mais graves de infertilidade feminina e masculina, incluindo obstruções tubárias e baixos níveis da reserva ovariana, é indicado o tratamento por fertilização in vitro (FIV), técnica mais complexa que prevê a fecundação em laboratório, com posterior transferência dos embriões ao útero materno após alguns dias de desenvolvimento.

Na FIV, homens com infertilidade por azoospermia podem ainda ter seus gametas recuperados diretamente dos epidídimos ou testículos com a utilização de diferentes métodos de recuperação espermática.

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