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Como saber se tenho infertilidade?

por Dr. Augusto Bussab



"O sucesso da gravidez depende do funcionamento adequado dos sistemas reprodutores de mulheres e homens, bem como do equilíbrio dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo. Em cada ciclo menstrual, por exemplo, os ovários devem liberar um óvulo, célula sexual ou gameta feminino, para ser fecundado […]"
Como saber se tenho infertilidade?

O sucesso da gravidez depende do funcionamento adequado dos sistemas reprodutores de mulheres e homens, bem como do equilíbrio dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo.

Em cada ciclo menstrual, por exemplo, os ovários devem liberar um óvulo, célula sexual ou gameta feminino, para ser fecundado pelo espermatozoide, célula sexual ou gameta masculino.

A fecundação acontece nas tubas uterinas, órgãos que fazem a ligação entre os ovários e o útero, responsáveis também pelo transporte do óvulo, dos espermatozoides e do embrião formado para se implantar no endométrio, camada interna uterina, evento que marca o início da gestação.

Todo esse processo, entretanto, acontece em diferentes etapas; o sucesso de uma está diretamente associado ao da seguinte e é coordenado por diferentes hormônios. Além disso, outros elementos são essenciais, incluindo a produção e saúde dos gametas. Alterações, portanto, podem resultar em infertilidade.

Acompanhe a leitura do texto até o final para saber o que é infertilidade e como é identificada. Confira!

O que é infertilidade?

Infertilidade é a impossibilidade de ter filhos naturalmente. O quadro é definido após um ano de tentativas malsucedidas sem o uso de nenhum método contraceptivo, como as pílulas e preservativos de barreira, as camisinhas masculinas ou femininas. É considerada uma doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e afeta milhões de pessoas no mundo todo.

Embora a infertilidade fosse historicamente atribuída às mulheres, sabe-se hoje que os fatores podem ser tanto femininos quanto masculinos ou de ambos. Veja abaixo o que pode interferir na capacidade de engravidar:

Infertilidade feminina

As mulheres já nascem com uma reserva ovariana, termo utilizado para definir a quantidade de folículos, estruturas que contêm o óvulo imaturo, presentes nos ovários.

Esses folículos são utilizados nos ciclos menstruais durante a idade fértil, intervalo localizado entre a puberdade, fase em que ocorre a primeira menstruação marcando o início dos ciclos menstruais e a menopausa, quando a mulher deixa de menstruar e a reserva ovariana se esgota.

A cada ciclo, vários são recrutados e crescem estimulados pelo FSH (hormônio folículo-estimulante). Um deles se destaca entre eles, desenvolve, amadurece e rompe liberado seu óvulo na ovulação, o que é induzido pelo LH (hormônio-luteinizante). Os que não desenvolveram são naturalmente eliminados.

Estima-se que aproximadamente 1000 folículos sejam eliminados por ciclo menstrual, assim, a idade se destaca como o principal fator de infertilidade feminina; o envelhecimento leva ainda à perda na qualidade dos óvulos.

No entanto, também pode ser consequência de distúrbios ovulatórios, caracterizados por dificuldades no desenvolvimento, amadurecimento e ruptura dos folículos ovarianos, obstruções tubárias, que impedem a fecundação ou transporte dos gametas e embriões, bem como problemas uterinos.

Entre os problemas uterinos estão os que acometem o endométrio, impedindo a implantação do embrião resultando em falhas e abortamento e as anormalidade da anatomia, o que impede ou dificulta o desenvolvimento e sustentação da gravidez, resultando igualmente em perda.

O desequilíbrio nos níveis dos hormônios reprodutivos, pode ainda interferir nos sucesso de cada etapa. Além do FSH e LH, estrogênio e progesterona são essenciais. O estrogênio, liberado pelo folículo em desenvolvimento, inicia o preparo do endométrio, que deve estar receptivo para receber um possível embrião e a progesterona, produzida pelo corpo-lúteo, estrutura formada pelas células resquiciais do folículo rompido, o finaliza.

Essas alterações podem ser provocadas por diferentes condições que afetam as mulheres durante a fase reprodutiva. As mais comuns são:

  • síndrome dos ovários policísticos (SOP);
  • miomas uterinos;
  • endometriose;
  • pólipos endometriais;
  • doença inflamatória pélvica (DIP), geralmente consequência de infecções sexualmente transmissíveis, como clamídia ou gonorreia;
  • hábitos de vida: tabagismo, alcoolismo, uso de drogas recreativas em excesso, sedentarismo, baixo peso e sobrepeso são considerados ainda fatores de risco.

Infertilidade masculina

Ao contrário dos gametas femininos que se esgotam, os masculinos são produzidos durante toda a vida do homem desde a puberdade, porém também perdem em qualidade com o envelhecimento.

O processo de produção, espermatogênese, acontece nos testículos, nos túbulos seminíferos, estruturas enoveladas localizadas nos lóbulos testiculares. Após a produção, são armazenados nos epidídimos, ductos em que amadurecem formando a cauda.

Durante o estímulo sexual são transportados aos ductos deferentes, ejaculatórios, uretra e expelidos pelo pênis. No trajeto, são incorporados ao líquido seminal produzido pelas vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais formando o sêmen, substância que os abriga, nutre e protege do ambiente ácido da vagina, facilitando o transporte até o óvulo

As dificuldades reprodutivas do homem podem ser resultado de interferências no processo de produção, de obstruções que impedem o transporte dos espermatozoides, de problemas estruturais, como anormalidades na forma (morfologia) e movimento (motilidade), fundamentais para que eles alcancem o óvulo, e, de alterações na qualidade do sêmen.

Quando a espermatogênese e o transporte dos gametas são comprometidos, pode haver baixa concentração (oligozoospermia) ou ausência de espermatozoides no sêmen (azoospermia), que provocam quadros de subfertilidade ou infertilidade masculina, respectivamente.

Entre as condições mais comuns que podem causar essa alterações estão:

  • varicocele, doença caracterizada pela formação de varizes testiculares;
  • doença inflamatória pélvica (DIP), que, nesse caso, leva à inflação dos órgãos reprodutores masculinos;
  • cistos ou tumores;
  • lesões testiculares;
  • desequilíbrio hormonal: FSH e LH também participam da espermatogênese, assim como a testosterona, principal hormônio masculinos cuja produção acontece nos testículos;
  • hábitos de vida: alcoolismo, tabagismo, uso de drogas recreativas, de anabolizantes, exposição excessiva ao calos ou substâncias químicas são igualmente considerados fatores de risco.

Como saber se tenho infertilidade?

Uma das formas de suspeitar de infertilidade, é observar os possíveis sintomas provocados pelas condições que levam ao quadro. Nas mulheres, por exemplo, os ciclos menstruais tendem a ser irregulares, mais longos do que o normal. Outros incluem:

  • períodos com muito ou pouco fluxo menstrual;
  • ausência de menstruação (amenorreia);
  • períodos dolorosos, com cólicas severas (dismenorreia);
  • dor durante as relações sexuais (dispareunia);
  • corrimento com odor forte;
  • crescimento de pelos escuros em locais anormais, como na face, seios ou costas;
  • alterações na pele;
  • queda temporária de cabelo;
  • inchaço ou ganho de peso repentinos;
  • mudanças no desejo sexual.

Já os homens podem apresentar:

  • sensibilidade e dor testicular;
  • inchaço de um ou ambos os testículos;
  • assimetria testicular;
  • secreção peniana aquosa e leitosa;
  • dor ao ejacular;
  • dor durante as relações sexuais;
  • diminuição dos pelos corporais;
  • diminuição dos pelos faciais;
  • crescimento anormal das mamas (ginecomastia);
  • dificuldades para ejacular;
  • pequenos volumes ejaculados;
  • ejaculação precoce;
  • redução do desejo sexual.

O acolhimento dos sintomas é feito durante a primeira consulta, quando são solicitados os exames iniciais. Homens e mulheres devem passar uma investigação minuciosa, permitindo determinar se a infertilidade é feminina, masculina ou conjugal.

Inicialmente são solicitados os exames padrão para avaliar a fertilidade. Às mulheres, os testes de avaliação da reserva ovariana, que determinam a quantidade de folículos presentes no momento, dos menores aos que têm capacidade para ovular e, aos homens, o espermograma, que analisa a qualidade do sêmen e dos espermatozoides presentes nas amostras.

De acordo com os resultados são, então, solicitados exames laboratoriais e de imagem. Os laboratoriais incluem análises de sangue, urina e secreções, que identificam a presença de bactérias e os que avaliam os níveis hormonais.

Os de imagem normalmente solicitados às mulheres para investigar os órgãos reprodutores são a ultrassonografia transvaginal simples ou com preparo especial se a suspeita for endometriose; vídeo-histeroscopia ginecológica, ressonância magnética e histerossalpingografia, que avalia a possibilidade de obstruções tubárias.

Já aos homens podem ser solicitados a ultrassonografia testicular, simples ou com Doppler se a suspeita for de varicocele, ou ultrassonografia transretal para analisar a próstata, se o médico suspeitar de alterações na qualidade do sêmen e ressonância magnética.

Os resultados orientam o tratamento mais adequado em cada caso.

Tratamento e reprodução assistida

O tratamento considera o desejo de engravidar no momento e pode envolver abordagens primárias com medicamentos, por cirurgia ou com auxílio da reprodução assistida quando não há sucesso ou como opção inicial.

Três técnicas de reprodução assistida estão disponíveis atualmente, indicadas de acordo com a severidade dos quadros. Relação sexual programada (RSP), para os casos mais leves de infertilidade feminina, inseminação artificial (IA), para fatores femininos e masculinos são igualmente mais leves e fertilização in vitro (FIV), nos casos em que são mais graves.

Todas, se forem bem indicadas, ajudam a ter filhos biológicos com percentuais de sucesso bastante expressivos.

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