Dr. Augusto Bussab | Reprodução Humana | WhatsApp
Ebook SOP Baixe agora o e-book sobre Síndrome dos Ovários Policísticos e entenda tudo sobre essa doença! Clique Aqui!
Ficou com alguma dúvida? Agende sua consulta agora! Clique Aqui!

Clivagem: o que é?

por Dr. Augusto Bussab



"Para que nova vida seja gerada, o óvulo, célula sexual ou gameta feminino, que carrega as informações genéticas da mãe, deve ser fertilizado pelo espermatozoide, a célula sexual masculina com os genes paternos. Esse processo resulta na formação do embrião, que sofre sucessivas divisões celulares […]"
Clivagem: o que é?

Para que nova vida seja gerada, o óvulo, célula sexual ou gameta feminino, que carrega as informações genéticas da mãe, deve ser fertilizado pelo espermatozoide, a célula sexual masculina com os genes paternos.

Esse processo resulta na formação do embrião, que sofre sucessivas divisões celulares enquanto se desenvolve. Clivagem é o período após a fertilização em que um embrião de 1 célula começa a se desenvolver em um organismo multicelular.

Assim, tem início o desenvolvimento do futuro ser humano. O embrião passa a ser posteriormente chamado de feto, denominação que permanece até o nascimento.

A clivagem, portanto, é fundamental para o sucesso gestacional, tanto na gestação natural, aquela que ocorre por relação sexual, quanto na reprodução assistida, quando é auxiliada por técnicas especializadas.

Continue a leitura deste texto até o final para entender em detalhes como a clivagem acontece Ele aborda da fecundação à implantação do embrião, etapa em que se fixa à camada interna do útero, o endométrio. Confira!

Etapas iniciais da gravidez

A capacidade reprodutiva de mulheres e homens tem início na puberdade. Elas já nascem com uma reserva ovariana, quantidade de folículos, estruturas que contém o óvulo imaturo presentes nos ovários, que crescem e se desenvolvem a cada ciclo menstrual. O homem, por outro lado, começa a produzir espermatozoides de forma contínua, por toda a vida.

Na primeira fase do ciclo menstrual, o hormônio folículo-estimulante (FSH) estimula o crescimento de vários folículos, entretanto, apenas um deles se torna dominante, desenvolve e amadurece pela ação do LH (hormônio luteinizante), enquanto passa a secretar estrogênio, hormônio que torna o endométrio mais espesso e vascularizado para receber um possível embrião.

Aproximadamente na metade do ciclo, o folículo finaliza seu processo de amadurecimento e um pico de LH o induz ao rompimento para liberação do óvulo, captado pela tubas uterinas, órgãos em que a fecundação acontece.

Durante a ejaculação, milhões de espermatozoides são liberados, porém apenas um deles alcança o óvulo. Para fertilizá-lo, deve penetrar a zona pelúcida, camada de glicoproteínas que o protege.

Quando o espermatozoide penetra o óvulo ocorre a fusão dos pronúcleos dos dois gametas com os genes dos pais, formando, assim, a primeira célula, o zigoto. Em seguida a clivagem começa.

Clivagem ou segmentação, é o termo científico utilizado para determinar os primeiros estágios de divisão celular. A primeira divisão acontece nas 24h após a fecundação, quando o zigoto é dividido em duas células, chamadas blastômeros, que se dividem simultaneamente em 4 nas 40h seguintes.

As células continuam a se dividir a cada 18-20h e no quarto estágio de segmentação acontece a formação da mórula, um maciço celular com aproximadamente 16 células compactadas que recebe esse nome por ser semelhante a uma amora.

A formação da mórula representa a última etapa do estágio de clivagem, que acontece ainda nas tubas uterinas enquanto o embrião é transportado ao útero, depois disso, passa ser chamado de blastocisto.

O embrião chega ao útero entre o quinto e sexto dia de desenvolvimento, fase em que já possui centenas de células diferenciadas e divididas por função. O grupo celular externo, trofoblasto, vai formar a placenta e os anexos embrionários, e, o interno, embrioblasto, forma o embrião propriamente dito.

Para se implantar o embrião deve eclodir a zona pelúcida herdada do óvulo e estabelecer um contato com o endométrio, já devidamente preparado para recebê-lo. O trofoblasto invade o estroma endometrial para estabelecer uma conexão com o sangue materno, permitindo, dessa forma, a troca de nutrientes até que a placenta seja formada.

A implantação marca o início da gestação. Após a oitava semana o embrião passa ser denominado feto até o nascimento.

Como a clivagem acontece na reprodução assistida?

A clivagem acontece da mesma forma nos tratamentos de reprodução assistida, porém na fertilização in vitro (FIV), considerada a principal técnica, esse estágio pode ser controlado. A FIV reproduz em laboratório etapas importantes como a fecundação e o desenvolvimento dos embriões, transferidos posteriormente ao útero materno.

Óvulos e espermatozoides são previamente coletados e selecionados os melhores para a fecundação, realizada atualmente por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que cada um é injetado diretamente no óvulo, aumentando as chances de sucesso.

Depois de formados, os embriões são acomodados em incubadoras, em meios de cultura que simulam o ambiente natural, e se desenvolvem por até seis dias antes da transferência. Essa etapa do tratamento é chamada de cultivo embrionário e é acompanhada diariamente por um embriologista.

Ainda que sejam utilizados os melhores gametas na fecundação, uma observação precisa da qualidade do embrião é de fundamental importância para o sucesso do tratamento, o que depende principalmente da avaliação morfológica em estágio de clivagem.

Para isso, cada embrião é avaliado diariamente por um microscópio de alta magnificação, e o embriologista utiliza sistemas de pontuação baseados nas características como número e simetria dos blastômeros, grau de fragmentação e estado de compactação na fase de mórula.

Embriões de boa qualidade também devem apresentar cinética e sincronia de divisão apropriadas. Se o desenvolvimento for normal, a divisão celular ocorre a cada 18-20 horas. Processos mais lentos ou mais rápidos, por exemplo, podem indicar defeitos metabólicos e/ou cromossômicos.

Essa observação, além de proporcionar a seleção dos de maior qualidade para serem transferidos ao útero, critério fundamental para o sucesso da implantação, permite determinar a fase mais adequada para realizar a transferência.

Em alguns casos, é mais adequado transferi-los na fase D3, entre o segundo e terceiro dia, para o desenvolvimento acontecer em ambiente uterino. No entanto, sempre que possível a transferência é feita no blastocisto por proporcionar maior sincronia fisiológica, pois é nessa fase que o embrião se implanta na gestação natural.

Siga o link e conheça detalhadamente o funcionamento de cada etapa do tratamento com a fertilização in vitro (FIV)!


Se inscrever
Notificação de
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Pr¨®xima leitura
Mórula, embrião e blastocisto: qual é a relação?

A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]

Ler mais...