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Casais homoafetivos masculinos e reprodução assistida

por Dr. Augusto Bussab



"As técnicas de reprodução assistida se tornaram mais conhecidas quando nasceu o primeiro bebê concebido com a utilização da fertilização in vitro (FIV), na década de 1970, na Inglaterra e, posteriormente, nos anos 1980 em território nacional. Hoje, entretanto, proporcionam a solução de praticamente todas […]"
Casais homoafetivos masculinos e reprodução assistida

As técnicas de reprodução assistida se tornaram mais conhecidas quando nasceu o primeiro bebê concebido com a utilização da fertilização in vitro (FIV), na década de 1970, na Inglaterra e, posteriormente, nos anos 1980 em território nacional.

Hoje, entretanto, proporcionam a solução de praticamente todas as necessidades reprodutivas das sociedades contemporâneas. No Brasil, por exemplo, desde 2013 o CFM, Conselho Federal de Medicina, órgão que determina as regras da reprodução assistida no país, permite a utilização das técnicas por casais homoafetivos que desejam engravidar.

As resoluções foram sofrendo atualizações durante os anos seguintes, flexibilizando ainda mais esse uso, o que tem tornado a procura cada vez mais alta, tanto por casais homoafetivos masculinos quanto femininos.

Este texto, apresenta as opções de reprodução assistida para os casais homoafetivos masculinos terem filhos biológicos. Continue e leitura até o final e saiba mais. Confira!

Opções da reprodução assistida para casais homoafetivos masculinos

Antes da reprodução assistida os casais homoafetivos masculinos podiam contar apenas com o processo de adoção para aumentar a família. Porém, com a evolução da fertilização in vitro (FIV) e a incorporação de técnicas complementares, foi possível realizar o sonho de ter filhos biológicos.

Na FIV, são reproduzidas em laboratório etapas importantes da gestação, como a fecundação, precedida da coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides, e o desenvolvimento inicial dos embriões formados nesse processo.

Depois de alguns dias de desenvolvimento, os embriões são transferidos diretamente ao útero para que a implantação aconteça naturalmente, quando se fixam à camada interna uterina, o endométrio.

Para gerar uma nova vida, os casais homoafetivos masculinos precisam contar com duas técnicas complementares à FIV, a doação de óvulos e o útero de substituição ou cessão temporária do útero, popularmente conhecida como barriga solidária. Entenda, abaixo, como o tratamento funciona:

Anamnese

Anamnese é a entrevista inicial do casal, ocasião em que é definido o doador de espermatozoides, que deve ser submetido ao espermograma, exame que confirma a saúde dos seus gametas apontando critérios como a concentração no sêmen, morfologia (forma) e motilidade (movimento), além da qualidade seminal. Segundo o CFM, o membro do casal escolhido deve também ter no máximo 45 anos.

O espermograma analisa amostras de sêmen, que devem ser coletadas após um intervalo de abstinência sexual entre 2 e 7 dias, de acordo com a determinação do médico.

Diferentes condições podem afetar a qualidade dos espermatozoides e comprometer o sucesso do tratamento, assim como os resultados apontados pelo exame orientam a escolha da técnica de preparo seminal utilizada para a seleção dos que vão participar da fecundação.

Escolha da doadora de óvulos

A doadora de óvulos pode ser anônima, selecionada na própria clínica de reprodução assistida de acordo com as características biológicas do casal, ou ter parentesco de até quarto grau com um dos pacientes em tratamento, aquele que não doou seus gametas para que não exista nenhum risco de consanguinidade, como determina o CFM.

A doadora de óvulos, nesse caso, deve ter no máximo 37 anos, idade em que os níveis da reserva ovariana, quantidade de folículos presentes nos ovários, ainda estão altos. Além disso, deve ser submetida a diferentes exames para confirmar a saúde geral e não ocorrência de distúrbios genéticos, que podem ser transmitidos, ou de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que podem comprometer a saúde dos gametas.

Após ter a saúde confirmada, passa pela estimulação ovariana, procedimento em que medicamentos hormonais estimulam os ovários para obter uma quantidade maior de óvulos. Os melhores são posteriormente selecionados em ambiente laboratorial, utilizados a fresco ou congelados.

Escolha do útero de substituição

A mulher que vai ceder o útero também pode ter parentesco de até quarto grau com o casal homoafetivo masculino em tratamento: mães, filhas, avós, irmãs, tias, sobrinhas e primas. No entanto, deve ter pelo menos um filho vivo, no máximo 50 anos, e ser igualmente submetida a diferentes exames para confirmar a capacidade de sustentar a gestação.

Caso não seja possível contar com nenhuma parente, deve ser feita uma solicitação de autorização ao Conselho Regional de Medicina (CRM). A cessão temporária do útero, bem como a doação de óvulos, não pode ter caráter lucrativo ou comercial.

Preparo seminal

Preparo seminal é uma técnica que utiliza diferentes métodos para capacitar os espermatozoides do doador e selecionar os mais saudáveis para a fecundação. O método utilizado é indicado de acordo com os resultados apontados pelo espermograma.

Por exemplo, a lavagem simples é utilizada quando as amostras são de maior qualidade e o gradiente descontínuo de densidade nos casos em que têm parâmetros escassos de concentração, motilidade ou morfologia.

Fecundação

Após a seleção dos melhores gametas, a fecundação é realizada com a utilização da ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que cada um é novamente avaliado individualmente por um microscópio de alta magnificação e injetado diretamente no citoplasma do óvulo com auxílio de um micromanipulador de gametas.

Cultivo embrionário

Os embriões formados na fecundação são acomodados em incubadoras e se desenvolvem por até 6 dias, fase chamada blastocisto, em que já possuem centenas de células diferenciadas por função. O processo é acompanhado diariamente pelo embriologista.

Transferência embrionária

Os embriões podem ser transferidos ao útero de substituição em dois estágios de desenvolvimento: D3 ou clivagem, entre o segundo e terceiro dia, ou no blastocisto. A transferência em D3 é feita particularmente quando eles têm a saúde mais frágil, sendo mais adequado o desenvolvimento em ambiente uterino.

Porém, a transferência em blastocisto geralmente é a opção, uma vez que é nessa fase que ocorre a implantação na gestação natural, o que sugere maior sincronização fisiológica.

Os casais homoafetivos masculinos, portanto, podem contar com a FIV para ter seus filhos biológicos. A técnica, considerada a principal da reprodução assistida, registra anualmente o nascimento de milhares de crianças no mundo todo, e apresenta os percentuais mais altos de sucesso gestacional. Quer conhecer mais detalhes do tratamento? Toque aqui!


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