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Câncer e infertilidade: existe relação?

por Dr. Augusto Bussab



"A infertilidade é um problema que afeta milhares de pessoas anualmente no mundo. A feminina, geralmente é consequência de distúrbios ovulatórios e má qualidade dos óvulos, obstruções tubárias e anormalidades uterinas, enquanto a masculina mais frequentemente resulta de problemas na produção e qualidade dos espermatozoides […]"
Câncer e infertilidade: existe relação?

A infertilidade é um problema que afeta milhares de pessoas anualmente no mundo. A feminina, geralmente é consequência de distúrbios ovulatórios e má qualidade dos óvulos, obstruções tubárias e anormalidades uterinas, enquanto a masculina mais frequentemente resulta de problemas na produção e qualidade dos espermatozoides ou obstruções que impedem o transporte para fecundar o óvulo.

Esses quadros podem ser causados por diferentes condições, entre as femininas mais conhecidas, por exemplo, estão a endometriose, miomas uterinos, pólipos endometriais ou síndrome dos ovários policísticos (SOP). Já as masculinas mais frequentemente registradas são a varicocele e processos inflamatórios que afetam os órgãos reprodutores, como orquite dos testículos e epididimite, dos epidídimos.

No entanto, outras condições podem interferir igualmente no funcionamento adequado dos órgãos reprodutores levando a quadros de infertilidade. Algumas podem ser de maior gravidade, como é o caso de alguns tipos de câncer. Além disso, mesmo que esteja presente em órgãos não associados à reprodução, seus tratamentos também podem interferir na capacidade de engravidar.

Mostramos, neste texto, qual a relação entre câncer e infertilidade, destacando a solução para preservar a fertilidade de mulheres e homens afetados pela doença. Confira!

Saiba o que é câncer e o que é infertilidade

As células que constituem o corpo humano são formadas por três partes: a membrana celular, mais externa, o citoplasma, corpo da célula e o núcleo, que contém os cromossomos com os genes. arquivos que armazenam e fornecem instruções para a organização das estruturas, formas e atividades celulares no organismo.

Cada célula sadia, portanto, contém instruções de como devem crescer e se dividir. O câncer, também chamado neoplasia, é um tumor que se forma surge a partir de uma mutação genética, ou seja, uma alteração no DNA da célula, que passa a receber instruções erradas para as suas atividades dividindo-se e multiplicando-se de forma desordenada.

Esse processo pode ocorrer em diferentes órgãos e regiões, como o pulmão, intestino, mamas, pele ossos e tecidos moles, que conectam e sustentam estruturas do corpo como músculos, gordura, vasos sanguíneos, nervos, tendões e o revestimento das articulações, por exemplo. Em alguns casos o tumor se forma lentamente e, em outros, isso acontece mais rapidamente, geralmente são os tipos mais agressivos.

O câncer também pode começar nos órgãos que compõem o sistema reprodutor de mulheres e homens e, assim com os outros tipos, as células cancerígenas podem se espalhar pela corrente sanguínea ou pelo sistema linfático em estágios mais avançados, formando tumores em outras regiões, o que é denominado metástase.

Infertilidade, por sua vez, é a incapacidade de engravidar naturalmente. O quadro é definido após um ano de tentativas malsucedidas sem o uso de nenhum método contraceptivos, incluindo os preservativos de barreira, as camisinhas masculina e feminina.

Câncer e infertilidade

O câncer pode afetar a fertilidade de homens e mulheres de duas formas, quando cresce ou se espalha para os órgãos reprodutores ou como consequência de tratamentos realizados para remissão da doença, como quimioterapia e radioterapia.

Entre eles estão o cervical, de colo do útero, de endométrio, camada interna uterina na qual o embrião se implanta para dar início à gestação ou de ovários nas mulheres e, o de testículos nos homens.

O câncer interfere na função desses órgãos comprometendo a fertilidade como resultado do funcionamento inadequado e, na maioria dos casos, além da quimioterapia e radioterapia que podem ser aplicadas antes ou após o tratamento, a principal conduta envolve a remoção do tumor.

Em boa parte dos casos, o órgão afetado também é removido, principalmente quando há o risco de tumores mais agressivos, que podem crescer e se espalhar rapidamente, ou se o câncer for diagnosticado em estágios mais avançados. Quando o órgão afetado é removido a infertilidade pode ser permanente.

Os tratamentos para câncer, por sua vez, podem causar danos na reserva ovariana, quantidade de folículos, estruturas que contém o óvulo imaturo, presentes desde o nascimento nos ovários e utilizados durante a fase reprodutiva, bem como na qualidade dos óvulos, enquanto nos homens interferem na produção dos espermatozoides e comprometem a sua qualidade.

São problemas que impedem a fecundação, evento em o espermatozoide penetra o óvulo para formar a primeira célula do embrião, estágio inicial de desenvolvimento do futuro bebê. E, nos casos em que a fecundação acontece, como embrião é formado com gametas de má qualidade normalmente não consegue se implantar no endométrio, levando a falhas e abortamento.

Atualmente, entretanto, além da evolução dos tratamentos e métodos de imagem, que resultam na remissão do tumor em muitas situações, é possível contar com a reprodução assistida para preservar a fertilidade e garantir a possibilidade de ter filhos no futuro, o que é chamado de preservação oncológica da fertilidade.

Infertilidade por câncer e reprodução assistida

A preservação oncológica da fertilidade é parte da fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida que prevê a fecundação em laboratório. Óvulos e amostras de sêmen com os espermatozoides são coletados e congelados antes de o tratamento para o câncer iniciar e, posteriormente descongelados quando houver o desejo de engravidar.

Após serem descongelados, são utilizados na fecundação, realizada por ICSI, injeção intracitoplasmática de espermatozoide em que cada um é injetado diretamente no citoplasma do óvulo. Os embriões formados se desenvolvem por alguns dias e são transferidos diretamente ao útero materno.

Mulheres que tiveram esse órgão removido podem contar com o útero de substituição, técnica complementar à FIV popularmente conhecida como barriga solidária em que parentes de até quarto grau dos pacientes em tratamento podem gestar o embrião.

Siga o link e leia o texto que aborda em detalhes a infertilidade feminina, das causas aos tratamentos disponíveis!


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