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Como saber se tenho hidrossalpinge?

por Dr. Augusto Bussab



"Hidrossalpinge é uma condição que afeta as tubas uterinas de uma mulher, também chamadas trompa de Falópio, causada por um acúmulo de líquido e dilatação. As tubas uterinas são dois tubos musculares com aproximadamente 10 cm cada, conectadas em uma extremidade ao útero e, na […]"
Como saber se tenho hidrossalpinge?

Hidrossalpinge é uma condição que afeta as tubas uterinas de uma mulher, também chamadas trompa de Falópio, causada por um acúmulo de líquido e dilatação.

As tubas uterinas são dois tubos musculares com aproximadamente 10 cm cada, conectadas em uma extremidade ao útero e, na outra, aos ovários. Na maioria das vezes ocorre na conectada aos ovários, embora a que se liga ao útero possa também ser afetada. 

O termo hidrossalpinge vem do grego, com hidro significando água e salpinx tubo. Quando a tuba é bloqueada, as células presentes em seu interior secretam um fluido que não pode se dissipar, provando, dessa forma, a dilatação. 

A hidrossalpinge pode causar infertilidade feminina por fator tubário. Porém, além de interferir capacidade reprodutiva de diferentes formas, aumenta a possibilidade de complicações como a gravidez ectópica, situação potencialmente perigosa para a mulher, na qual o embrião se implanta fora do útero, na maioria das vezes em uma das tubas.

Ainda que seja mais comum afetar apenas uma das tubas uterinas (unilateral), se ocorrer em ambas (bilateral) há mais as chances de resultar nesses problemas. Por isso, é importante diagnosticá-la precocemente. 

Continue a leitura até o final para saber quais sinais indicam a hidrossalpinge, como é feito o diagnóstico e quais as formas de tratamento. Confira!

Conheça a função das tubas uterinas 

Os órgãos reprodutores femininos – útero, ovários e tubas uterinas – desempenham funções necessárias para o sucesso gestacional. 

Os ovários, por exemplo, devem liberar um óvulo a cada mês para ser fecundado pelo espermatozoide. Assim, diferentes hormônios atuam promovendo o recrutamento, desenvolvimento e amadurecimento dos folículos, bolsas em que ficam armazenados; um deles amadurece o suficiente e rompe liberando-o. 

O óvulo liberado é captado pelas fimbrias, filamentos das tubas uterinas semelhantes a franjas, e transportado até a ampola, porção mais dilatada em que a fecundação acontece. Quando o homem ejacula, milhões de espermatozoides são liberados e viajam até as tubas pela extremidade uterina para encontrar o óvulo, mas apenas um deles o penetra, formando o embrião. 

O embrião inicia o processo de divisão celular ainda nas tubas uterinas enquanto é transportado ao útero para se implantar no endométrio, tecido de revestimento interno também previamente preparado por hormônios, e dar início à gestação. 

As tubas uterinas, portanto, desempenham uma função essencial no processo reprodutivo e qualquer alteração pode impedir o sucesso da gravidez. A hidrossalpinge está entre as condições que podem ocorrer durante a fase fértil e afetar a saúde reprodutiva mulheres. 

A causa mais comum de hidrossalpingite é a salpingite, inflamação da tubas, geralmente consequente de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia e gonorreia. No entanto, o processo inflamatório característico da endometriose também pode resultar no problema, assim como outros que atingem a cavidade pélvica, região em que os órgãos reprodutores ficam abrigados. 

Uma forma de identificar o problema é observar os possíveis sintomas apresentados por mulheres com doenças que a provocam, além da dificuldade para engravidar. 

Possíveis sintomas da hidrossalpinge

A hidrossalpinge geralmente é assintomática, no entanto, como normalmente é consequência de ISTs a mulher pode apresentar alguns sintomas, incluindo: 

  • Corrimento vaginal com odor forte;
  • Sangramento fora do período menstrual;
  • Dor pélvica;
  • Dor durante as relações sexuais (dispareunia);
  • Febre;
  • Infertilidade. 

O líquido formado na hidrossalpinge pode causar bloqueios tubários, impedindo a captação do óvulo e o transporte dos espermatozoides ou embrião. Dessa forma, não há fecundação e, quando acontece, existe o risco de gravidez ectópica. 

A inflamação pode comprometer ainda a receptividade do endométrio quando a fecundação ocorre e o embrião é transportado ao útero, ou interferir em sua qualidade. Em ambos os casos ocorrem falhas na implantação e abortamento. 

Por isso, o quanto antes a hidrossalpinge for identificada, menores são as chances de complicações. Se houver a manifestação de qualquer sintoma, isoladamente ou em associação, é importante procurar um especialista para investigar a causa.

Diagnóstico da hidrossalpinge

Durante a consulta com o especialista é feito o acolhimento dos sintomas e análise do histórico clínico da paciente, bem como o exame físico, que permite detectar alterações como o corrimento vaginal que sugere a possibilidade de ISTs. 

Se houver suspeita de infertilidade por fatores tubários são solicitados exames laboratoriais e de imagem. O laboratoriais confirmam a presença de bactérias identificando o tipo e podem incluir exames de sangue, de urina ou análise das secreções. 

O primeiro exame de imagem solicitado é a histerossalpingografia, uma técnica de raio-X com contraste, substância que realça as obstruções nas imagens geradas. Considerada o exame padrão-ouro para avaliar as tubas uterinas, geralmente consegue determinar se o bloqueio é consequência do acúmulo de líquido e dilatação. São solicitados outros apenas se o resultado for inconclusivo.

A videohisteroscopia ginecológica, que possibilita a visualização direta dos órgãos reprodutores e a ressonância magnética são as principais opções quando isso acontece. 

A partir dos resultados diagnósticos é definido o tratamento mais adequado para cada paciente. 

Tratamento e reprodução assistida

O tratamento da hidrossalpinge pode ser feito por antibióticos, quando a causa são ISTs e/ou por cirurgia, para drenar o líquido e reparar possíveis danos provocados pela obstrução. Muitas vezes, a tuba afetada tem que ser removida, o que não compromete totalmente a fertilidade, embora dificulte a gravidez, uma vez que a outra continua a executar normalmente sua função. 

Contudo, quando ambas são removidas, a infertilidade é permanente e apenas é possível ter filhos biológicos com auxílio da fertilização in vitro (FIV), técnica de reprodução assistida que prevê a fecundação em laboratório. 

Na FIV, óvulos e espermatozoides são previamente coletados e selecionados. Atualmente, a fecundação é realizada por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), método em que cada gameta masculino é injetado diretamente no citoplasma do óvulo.

Os embriões formados se desenvolvem durante alguns dias e são transferidos ao útero materno. Portanto, as tubas uterinas não possuem nenhuma função. Apesar de a FIV registrar altos índices de sucesso gestacional, se a hidrossalpinge for resultado de bactérias sexualmente transmissíveis o tratamento prévio com antibióticos continua a ser necessário e, muitas vezes, a drenagem do líquido.

Quando não tratada, a infecção pode espalhar para os demais órgãos reprodutores, além de outras complicações para a saúde geral. Por outro lado, a presença de infecções pode comprometer as taxas de sucesso. A parceria sexual também deve ser tratada para evitar a reinfecção e disseminação.

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