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Histeroscopia diagnóstica: o que é e como é realizada?

por Dr. Augusto Bussab



"A histeroscopia é um procedimento que permite a visualização direta do útero, colo uterino e tubas uterinas (antigamente chamadas de trompas de Falópio), para diagnosticar problemas de sangramento nas mulheres, causas de infertilidade ou abortos espontâneos repetidos. Do ponto de vista terapêutico, a histeroscopia pode ser usada […]"
Histeroscopia diagnóstica: o que é e como é realizada?

A histeroscopia é um procedimento que permite a visualização direta do útero, colo uterino e tubas uterinas (antigamente chamadas de trompas de Falópio), para diagnosticar problemas de sangramento nas mulheres, causas de infertilidade ou abortos espontâneos repetidos.

Do ponto de vista terapêutico, a histeroscopia pode ser usada para realizar procedimentos de esterilização ou para ajudar a corrigir problemas nessas estruturas.

Existem dois tipos de histeroscopia: diagnóstica e cirúrgica. A primeira tem como objetivo fazer o diagnóstico e é realizada em regime ambulatorial. Já a histeroscopia cirúrgica é utilizada para realizar algum tipo de intervenção. Como a natureza dos procedimentos é diferente, também há diferenças nos equipamentos utilizados e na execução em si.

O nosso objetivo, neste texto, é explicar em que consiste a histeroscopia diagnóstica, como é realizada e o quando o procedimento é indicado. Continue a leitura!

O que é histeroscopia diagnóstica?

A histeroscopia diagnóstica é um procedimento que envolve o exame do interior do útero e das tubas uterinas. É uma valiosa ferramenta de diagnóstico realizada com o auxílio de um dispositivo fino denominado histeroscópio, equipado com uma pequena câmera, inserido pela vagina.

O especialista, ao realizar o procedimento, pode verificar se há algum problema que necessite de mais investigação ou tratamento específico, seja pela técnica, seja por outro tipo de terapêutica.

Avanços tecnológicos recentes, como o desenvolvimento de novos histeroscópios rígidos e flexíveis de pequeno diâmetro, tornaram possível a realização da histeroscopia em ambiente ambulatorial, quando o objetivo é diagnóstico ou pequenas intervenções, como a remoção de pólipos endometriais menores.

Quando o procedimento é indicado?

Uma histeroscopia diagnóstica pode ser solicitada nas seguintes situações:

  • Sangramento uterino anormal, como períodos menstruais mais longos ou mais intensos, ou quando ocorrem com menos frequência do que o normal;
  • Diagnosticar a causa de abortos espontâneos de repetição, quando ocorrem mais de dois abortos espontâneos consecutivos;
  • Diagnosticar doenças, como miomas e pólipos, crescimentos não cancerosos no útero;
  • Diagnosticar obstruções nas tubas uterinas (trompas de Falópio);
  • Identificar, localizar e recuperar dispositivo intrauterino (DIU);
  • Investigar possíveis causas de infertilidade.

A histeroscopia não pode ser realizada em gestantes ou quando há presença de infecção genital.

Como é feito o procedimento?

A histeroscopia diagnóstica é agendada quando a paciente não está em período menstrual. Nas técnicas mais recentes, é feita uma abordagem vídeo-histeroscópica em que o histeroscópio é inserido na vagina da paciente sem o auxílio de um espéculo.

A vagina é dilatada com solução salina. O dióxido de carbono também pode ser usado para expandir as paredes do útero. Esse tipo de abordagem tem possibilitado a eliminação de qualquer tipo de pré-medicação, analgesia ou anestesia, o que torna o procedimento mais rápido e sem complicações.

A quantidade de fluido usada é verificada cuidadosamente ao longo do procedimento. A histeroscopia permite a retirada de amostras (biópsia), se necessário, com pinças especiais passadas pelo histeroscópio. Esses tipos de amostra de biópsia endoscópica são indolores.

Os histeroscópios disponíveis hoje são menores em calibre. Essa redução do diâmetro tornou o exame menos doloroso. Na maioria das vezes, a duração é de 15 minutos, podendo se estender, de acordo com a complexidade.

Possíveis efeitos colaterais

Com relação aos efeitos colaterais da histeroscopia diagnóstica, o mais provável é que a paciente perceba alguma dor pélvica ou um leve desconforto semelhante a uma cólica menstrual, que poderá ser amenizada com analgésicos receitados pelo especialista.

Portanto, uma vez finalizado o teste e após um período de repouso, a paciente poderá continuar levando uma vida completamente normal.

Histeroscopia e infertilidade

A histeroscopia diagnóstica é um exame fundamental no estudo da infertilidade, pois ela permite uma avaliação da cavidade uterina em busca de uma anomalia responsável pela alteração que impede o nascimento de filhos.

Essa técnica oferece melhores resultados na avaliação da cavidade uterina, apesar do desenvolvimento tecnológico alcançado pela ultrassonografia e histerossonografia.

Pode ser aconselhável realizar uma histeroscopia diagnóstica antes de iniciar um ciclo de fertilização in vitro (FIV), a fim de detectar condições que possam levar a falhas na implantação de embriões.

Toda a investigação e o tratamento da infertilidade são individualizados. Cada casal tem características peculiares e é importante conhecê-lo antes de fazer qualquer indicação ou intervenção.

Riscos e complicações da histeroscopia diagnóstica

Geralmente, a histeroscopia diagnóstica é um procedimento isento de complicações se a indicação, assepsia e manipulação forem realizadas de maneira adequada.

Em resumo, a histeroscopia diagnóstica apresenta muitas vantagens em relação a outros procedimentos que podem ser realizados, como segurança, eficiência, conveniência e custo-benefício. Hoje estima-se que, com sistema de referência adequado e critérios médicos atualizados, até 90% das histeroscopias podem ser feitas em consultório e em ambulatório.

No entanto, dependendo do caso e das suspeitas, é mais indicado realizar a histeroscopia cirúrgica diretamente, em que o diagnóstico e o tratamento podem ser realizados no mesmo procedimento. Ela é um pouco mais complexa, mas evita que dois procedimentos sejam feitos.

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