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Transferência na FIV: saiba como é feita

por Dr. Augusto Bussab



"Entre as técnicas de reprodução assistida a fertilização in vitro (FIV) é a mais complexa, portanto também é a que oferece as melhores chances de gravidez. A fecundação, por exemplo, é realizada em laboratório, permitindo um controle melhor. O tratamento prevê 5 etapas principais, sendo […]"
Transferência na FIV: saiba como é feita

Entre as técnicas de reprodução assistida a fertilização in vitro (FIV) é a mais complexa, portanto também é a que oferece as melhores chances de gravidez. A fecundação, por exemplo, é realizada em laboratório, permitindo um controle melhor.

O tratamento prevê 5 etapas principais, sendo a transferência embrionária a última. O sucesso de cada uma é fundamental para obter a tão sonhada gravidez.

Aqui vamos explicar como é feita a transferência embrionária na FIV, destacando as etapas que antecedem o procedimento. Aproveite para esclarecer todas as dúvidas sobre o tema. Boa leitura!

Etapas da FIV

Antes do tratamento o casal faz exames para avaliar a fertilidade e indicar as possíveis causas da dificuldade para engravidar. Os primeiros geralmente são a avaliação da reserva ovariana para a mulher e o espermograma para o homem, que possibilitam determinar critérios como a quantidade e a qualidade dos gametas, óvulos e espermatozoides.

Os resultados são importantes para a individualização do tratamento. Quando a FIV é indicada, o casal passa por cinco etapas principais, mas algumas vezes são necessárias técnicas complementares:

Estimulação ovariana e indução da ovulação

A estimulação ovariana é um procedimento que utiliza medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos ovarianos em um ciclo menstrual, assim é possível obter mais óvulos maduros para a fecundação.

Os medicamentos são administrados pouco depois do início do ciclo, com dosagens definidas para cada paciente de acordo com os resultados apontados pela avaliação da reserva ovariana.

Exames de ultrassonografia transvaginal realizados periodicamente indicam o momento de administrar novos medicamentos para induzir os folículos ao amadurecimento final e ovulação, que ocorre em aproximadamente 36 horas.

Aspiração folicular e preparo seminal

Durante o período previsto para a ovulação, os folículos maduros são individualmente aspirados, procedimento bastante simples. Cada óvulo é posteriormente extraído do líquido coletado em laboratório e os melhores são selecionados e preparados para a fecundação.

Ao mesmo tempo, as amostras de sêmen do parceiro, coletadas por masturbação, passam pelo preparo seminal, técnica que capacita os espermatozoides permitindo também a seleção dos melhores.

Fecundação

A fecundação na FIV é realizada em laboratório. Atualmente, o método mais utilizado é a FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulo. Precisamos de um espermatozoide apenas para cada óvulo.

Cultivo embrionário

Os embriões que resultam da fecundação se desenvolvem durante alguns dias em laboratório. O processo, denominado cultivo embrionário, é acompanhado diariamente por um embriologista.

Transferência na FIV: como funciona?

A transferência na FIV é a última etapa e uma das mais importantes do tratamento. Pode ser realizada em duas fases do desenvolvimento embrionário: entre o segundo e terceiro dia chamada D3 ou clivagem, ou entre o quinto e sexto dia, quando o embrião atinge os estágio de blastocisto. A indicação do melhor momento considera características individuais de cada paciente.

O procedimento também é bem simples e realizado na clínica. Com a paciente em posição semelhante à do exame ginecológico, os embriões são inseridos em um cateter e depositados no útero segundo as regras do Conselho Federal de Medicina (CFM):

  • até 37 anos: até 2 embriões;
  • acima de 37 anos: até 3 embriões;
  • quando há embriões euploides ao diagnóstico genético: até 2 embriões, independentemente da idade.

Todo o processo é acompanhado por ultrassonografia que exige apenas que a bexiga esteja cheia, o que auxilia a deixar o útero na melhor posição e na visualização.

Após a transferência o embrião deve se implantar naturalmente no endométrio, camada de revestimento interno uterino, para dar início à gestação. Em alguns casos, podem ser aplicadas técnicas complementares à FIV para aumentar as chances de a implantação ser bem-sucedida.

Entre elas estão o PGT, que é o teste genético pré-implantacional, o hatching assistido e o congelamento de todos os embriões (freeze-all).

O PGT possibilita a análise das células embrionárias detectando anormalidades cromossômicas que podem levar a falhas e abortamento, enquanto o hatching assistido auxilia a romper a zona pelúcida, camada que protege o embrião nos primeiros dias, com a criação de aberturas artificiais.

O congelamento de todos os embriões gerados em um ciclo para a transferência no seguinte também é uma estratégia que pode ser indicada, uma vez que os medicamentos utilizados na estimulação ovariana podem interferir na receptividade do endométrio, critério fundamental para a implantação ser bem-sucedida.

Os embriões que não forem transferidos à fresco também são congelados para utilização em um próximo ciclo, se houver falhas em tentativas anteriores, ou para obter uma nova gravidez no futuro. Devem permanecer congelados por pelo menos três anos e se não forem utilizados podem ser descartados ou doados para casais que não podem engravidar com os próprios gametas.

Embora a transferência na FIV seja uma das etapas mais importantes, o sucesso de todas é fundamental para o da gravidez. Toque aqui e conheça tudo sobre a FIV!


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