Torção testicular e infertilidade

Hoje, já é consenso na medicina que os problemas de infertilidade podem ser femininos, masculinos ou de ambos. As dificuldades reprodutivas, individuais ou do casal, tornaram-se inclusive uma das principais preocupações das sociedades contemporâneas, uma vez que os índices estão sempre em crescimento.

Para a gravidez ser um sucesso é necessário que o sistema reprodutor de homens e mulheres funcione corretamente, o que pode ser comprometido por diferentes condições. Nos homens, por exemplo as que afetam os testículos são as mais frequentemente registradas.

Os testículos são as glândulas sexuais masculinas, responsáveis pela produção dos espermatozoides, células sexuais ou gametas, que carregam as informações genéticas, e de testosterona.

Armazenados na bolsa testicular, são formados por diferentes lóbulos que abrigam os túbulos seminíferos, estruturas enoveladas em que o processo de produção dos gametas (espermatogênese) e de testosterona acontecem.

A torção testicular está entre as condições que podem interferir na função dos testículos e resultar em infertilidade.

Saiba tudo sobre torção testicular e infertilidade neste texto, das possíveis causas aos tratamento indicados. Acompanhe a leitura até o final e confira!

O que é torção testicular?

Durante o desenvolvimento embrionário, os testículos são fixados em duas estruturas, a bolsa testicular, que os mantêm na temperatura ideal para a espermatogênese e o cordão espermático, que os sustenta e garante o fornecimento de sangue para a região. Porém, essa fixação pode ocorrer de forma inadequada, aumentando o risco de torção testicular após o nascimento.

Torção testicular é uma condição em que o testículo gira em torno de seu próprio eixo, sobre o cordão espermático, interrompendo, assim, o suprimento sanguíneo de forma total ou parcial.

Geralmente, é consequência de malformações anatômicas, embora também tenha componentes genéticos e possa ser provocada por traumas na região ou prática excessiva de algumas atividades físicas, como o ciclismo. Pode acontecer durante atividades físicas ou quando o corpo está em repouso e na maiorias das vezes é unilateral, no testículo esquerdo; a bilateralidade é rara, porém pode ocorrer.

Apesar de ser mais comum entre os 12 anos e 18 anos, homens de qualquer idade podem ter seus testículos torcidos. Essa condição é grave e pode levar à perda dos testículos afetados e à infertilidade.

O principal sintoma é a dor aguda e repentina em um dos testículos, entretanto outros podem ajudar a identificar o problema:

• inchaço do testículo afetado;
• presença de nódulo dolorido;
• assimetria testicular;
• alterações de cor na bolsa testicular;
• dor abdominal;
• micção frequente;
• náuseas e vômito;
• febre.

Dor ou qualquer desconforto repentino em um ou ambos os testículos, independentemente da presença de outros sintomas, indicam a necessidade procurar auxílio médico com urgência, quanto mais rápido o tratamento, menores são as chances de danos.

Torção testicular e infertilidade

A confirmação da torção é feita por ultrassonografia testicular, que permite determinar se há ou não fluxo sanguíneo na região. O tratamento prevê a rotação manual dos testículos com correção do problema por cirurgia e, nesse caso, o tempo é um critério determinante para salvar o testículo.

• em até 6 horas após o evento as chances são de 90%;
• após 12h de 50%;
• após 24 horas reduzem para menos de 10%, resultando normalmente na perda dos testículo afetado.

No entanto, a infertilidade pode ser consequência mesmo quando o tratamento é feito em tempo. Isso porque, a falta de circulação sanguínea impede a oxigenação dos tecidos testiculares interferindo na espermatogênese. De acordo com a gravidade dos danos a infertilidade pode ser reversível ou permanente. Nos dois casos, a reprodução assistida é a indicação quando há o desejo de engravidar.

Reprodução assistida

A torção testicular pode resultar em infertilidade por oligozoospermia, baixa concentração de espermatozoides no sêmen ou azoospermia, ausência total, quadros confirmados pelo espermograma, exame padrão para avaliar a fertilidade masculina.

A técnica indicada nesses casos é fertilização in vitro com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), que prevê a fecundação em laboratório após a coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides.

Amostras de sêmen são submetidas ao preparo seminal, técnica que capacita os espermatozoides por diferentes métodos permitindo a seleção dos mais saudáveis. Durante a fecundação, cada um é injetado diretamente no citoplasma do óvulo com auxílio de um micromanipulador de gametas, o que aumenta as chances de sucesso quando o quadro é de oligozoospermia.

Em homens com azoospermia, por outro lado, podem ser coletados diretamente dos testículos ou dos epidídimos, ductos que os armazena após serem produzidos, selecionados e utilizados na fecundação.

Se a torção for bilateral e ambos os testículos forem removidos resultando em infertilidade permanente, o tratamento pode ser realizado com a doação de sêmen, procedimento em que os embriões são formados com óvulos da parceira e espermatozoides do doador.

Na FIV, os embriões formados na fecundação se desenvolvem por alguns dias e são posteriormente transferidos ao útero materno. Os percentuais de sucesso gestacional proporcionados pela técnica são os mais altos da reprodução assistida.

Siga o link e conheça outras condições que podem resultar em infertilidade masculina!

---