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Punção folicular: como é feita?

por Dr. Augusto Bussab



"A infertilidade é definida como a incapacidade de engravidar após um ano de relações sexuais regulares sem que sejam utilizados métodos contraceptivos. Esse problema é antigo e frequente, e as técnicas de reprodução assistida foram desenvolvidas a fim de tratar tais problemas. A punção folicular […]"
Punção folicular: como é feita?

A infertilidade é definida como a incapacidade de engravidar após um ano de relações sexuais regulares sem que sejam utilizados métodos contraceptivos. Esse problema é antigo e frequente, e as técnicas de reprodução assistida foram desenvolvidas a fim de tratar tais problemas. A punção folicular é uma das etapas da técnica com maiores taxas de sucesso, a FIV (fertilização in vitro).

A infertilidade pode ser por fatores femininos ou masculinos. Entre as técnicas de reprodução assistida existentes, as mais comuns são a relação sexual programada, a inseminação artificial e a FIV.

A indicação da melhor técnica depende da investigação da infertilidade, que avalia as causas da e as condições dos sistemas reprodutores masculino e feminino. Dessa forma, pacientes que estejam com dificuldade de engravidar podem procurar um médico para avaliar o que pode estar causando o problema.

As altas taxas de sucesso da FIV devem-se a diversas características da técnica.

O que é FIV?

A FIV consiste em propiciar, em laboratório, por meio das condições específicas para tal fim, a fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Quando essa etapa é cumprida com sucesso, os embriões são transferidos para o útero da mulher.

O número de embriões varia de acordo com a idade da mulher. Mulheres de até 35 anos podem receber apenas 2 embriões. As que têm de 36 a 39 podem receber 3. Já para as que têm 40 ou mais é possível transferir até 4 embriões.

Depois da transferência, o embrião precisa se implantar no endométrio, camada que reveste internamente o útero. Assim tem início a gestação. Quando há algum problema nesse processo, a mulher tem uma infertilidade por falha de implantação.

A etapa inicial da FIV é a estimulação ovariana. Cada mulher libera, a cada ciclo menstrual, um único óvulo para ser fecundado. A estimulação ovariana é necessária para que mais de um óvulo maduro seja liberado no mesmo ciclo menstrual.

Então, esses óvulos são retirados por punção folicular. Ao mesmo tempo ocorre a coleta do sêmen. Então, esses gametas são fecundados por injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI). A ICSI é uma técnica avançada de fecundação. Nela cada espermatozoide é capturado por uma agulha ultrafina e injetado diretamente no citoplasma do óvulo. Esse procedimento gera os embriões.

Os embriões fruto dessa fecundação são mantidos sob observação durante o cultivo embrionário e, por fim, é feita a transferência desses embriões para o útero.

Como é feita a punção folicular?

A punção folicular ocorre após a estimulação ovariana. Esse procedimento relativamente simples consiste em coletar os folículos dentro dos quais estão contidos os óvulos. Cada folículo contém um óvulo.

Esses folículos são aspirados por meio da utilização de uma agulha. Essa agulha é guiada pelo ultrassom transvaginal e, por isso, esse procedimento também é, por vezes, chamado de punção ovariana ou aspiração folicular.

Por ser um instrumento comprido e fino, a agulha utilizada para a punção folicular consegue chegar até os ovários, para que a aspiração seja feita por um aparelho especializado. A aspiração retira o líquido folicular, que fica dentro do folículo e envolve o óvulo.

Como é realizada a aspiração?

É aconselhável que a paciente mantenha um jejum total de 8 horas antes da realização da punção, visto que é necessária anestesia. A cirurgia tem duração de 20 minutos.

Então, lava-se a vagina e o colo uterino com um instrumento de exame ginecológico chamado espéculo e com soro fisiológico. A agulha é acoplada ao aparelho de ultrassom e, então, introduzida na vagina. A mulher deve permanecer em repouso até que o efeito do anestésico termine.

Possíveis resultados

O líquido coletado é enviado a um laboratório especializado para a separação e análise dos óvulos. O número de óvulos coletado varia de acordo com uma série de fatores. Cada organismo responde de forma diferente.

Alguns óvulos podem não resistir ao procedimento de punção folicular ou até mesmo à triagem e, por isso, é somente após a realização da análise que se torna possível saber com precisão quantos óvulos estão disponíveis para a fecundação.

O número de óvulos disponíveis para a fecundação deve ser comunicado para a paciente. Eles são fertilizados após a coleta e preparação do sêmen ou descongelamento, em caso de doação de sêmen.

O esperado é que o número de óvulos obtidos seja correspondente àquele de folículos visualizados durante a ultrassom, embora isso nem sempre ocorra, já que podem ser retirados mais óvulos do que aqueles inicialmente visualizados ou o líquido folicular pode não ter um óvulo.

Os óvulos retirados não necessariamente devem já ser utilizados para a fecundação. Eles podem ser congelados em um procedimento de preservação da fertilidade.

A punção folicular é o procedimento no qual os folículos são coletados do organismo feminino, procedimento realizado no contexto da fertilização in vitro. Para saber mais sobre a FIV, leia nosso artigo.

 

 


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