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Prolactina baixa: o que pode causar?

por Dr. Augusto Bussab



"Hormônios são substâncias químicas que atuam como mensageiros regulado funções importantes no organismo, incluindo a reprodutiva. São produzidos e/ou secretados por diferentes glândulas do sistema endócrino, processo orientado por eixos específicos geralmente coordenados pelo hipotálamo, região localizada no centro do sistema nervoso e pela hipófise, […]"
Prolactina baixa: o que pode causar?

Hormônios são substâncias químicas que atuam como mensageiros regulado funções importantes no organismo, incluindo a reprodutiva. São produzidos e/ou secretados por diferentes glândulas do sistema endócrino, processo orientado por eixos específicos geralmente coordenados pelo hipotálamo, região localizada no centro do sistema nervoso e pela hipófise, glândula na base do cérebro.

Os hormônios são liberados na corrente sanguínea, ligando-se a receptores presentes em órgãos ou tecidos. Alguns, cumprem funções específicas enquanto outros têm uma atuação mais abrangente.

Esse é o caso da prolactina que, segundo estudos, demonstrou ter mais de trezentas funções no corpo em várias áreas, reprodutiva, metabólica, regulação de fluidos (osmorregulação), regulação do sistema imunológico (imunorregulação) e do sistema límbico, responsável pelos aspectos cognitivos e pelas emoções.

A prolactina é um hormônio hipofisário, ou seja, sua produção ocorre majoritariamente na hipófise. Nomeado originalmente pela função de promover a produção de leite, lactação, em resposta à amamentação dos filhos após o nascimento, também desempenha um papel fundamental no desenvolvimento dos seios durante a gravidez, consideradas as principais atividades.

Para saber mais sobre esse hormônio e o que os níveis baixos de prolactina podem causar é só continuar a leitura até o final. Confira!

Quais são os níveis normais de prolactina?

O controle da produção de prolactina é feito pelo eixo hipotalâmico-hipofisário e é modulado por inibição. Um dos principais reguladores dessa produção é o neurotransmissor chamado dopamina, que atua restringindo o processo, enquanto a própria prolactina aumenta a secreção de dopamina, criando o que é chamado ciclo de feedback negativo .

O estrogênio, principal hormônio feminino que atua nos ciclos menstruais promovendo o preparo do endométrio, camada em que o embrião se implanta para dar início à gestação, segundo estudos também contribui para aumentar a produção e liberação do hormônio.

Além disso, interage com outros hormônios liberados pela hipófise que participam do ciclo menstrual, como o FSH (hormônio folículo-estimulante) e o LH (hormônio luteinizante), que estimulam o desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos, que contêm o óvulo imaturo, participando, dessa forma, da reprodução. Durante a gestação, também influencia na progressão da gravidez.

Ainda que a prolactina contribua para diversas funções corporais e participe indiretamente do processo gestacional, suas duas funções principais são o desenvolvimento das glândulas mamárias e a produção do leite materno e seus componentes:

  • lactose, o carboidrato do leite;
  • caseína, o componente proteico;
  • lipídios, um tipo de gordura que fornece energia.

Assim, a concentração do hormônio é naturalmente mais alta durante a gravidez e no puerpério. Porém, após o parto não permanecem constantemente elevados, só aumentam durante os períodos de amamentação.

Fora do período gestacional, entretanto, a alta concentração de prolactina, acima de 100 ng/ml pode provocar causar irregularidades menstruais e infertilidade feminina por anovulação, ausência de ovulação. Normalmente, a hiperprolactinemia é consequência de tumores benignos na hipófise.

Os valores considerados normais em mulheres não grávidas variam entre 25 e 309 ng/ml, nanogramas por mililitro de sangue. Nas mulheres grávidas e lactantes, por sua vez, são superiores a 35 ng/ml.

Na prolactina baixa, por outro lado, os valores inferiores a 2,8 ng/ml em mulheres não grávidas ou 9,7 ng/ml em gestantes e lactantes.

O que causa prolactina baixa?

A prolactina baixa costuma ser causada pelo hipopituitarismo, condição rara em que há deficiência de um, vários ou todos os hormônios produzidos pela hipófise. Geralmente, é provocado por danos ou pressão anormal na glândula.

Baixos níveis de prolactina circulando no sangue portanto, também é raro e pode ocorrer, por exemplo, após uma cirurgia na hipófise. Embora a maioria das pessoas com prolactina baixa não apresente nenhum problema médico específico, alguns estudos sugerem que elas podem ter uma má resposta imunológica.

A diminuição da quantidade de prolactina pode levar ao preparo inadequado das glândulas mamárias e à produção insuficiente de leite após o parto, por isso necessita de tratamento.

Por outro lado, apesar de a prolactina baixa não causar diretamente danos à fertilidade, o hipopituitarismo pode provocar o desenvolvimento de uma condição denominada hipogonadismo, em que a gônada sexual, os ovários, funcionam inadequadamente, resultando em distúrbios ovulatórios, como oligovulação, ovulação irregular ou anovulação.

Infertilidade e reprodução assistida

Mulheres com infertilidade como consequência de alterações nos níveis de prolactina podem contar com duas técnica de reprodução assistida para auxiliar a gravidez, a relação sexual programada (RSP) e a fertilização in vitro (FIV).

Em ambas, a primeira etapa do tratamento é a estimulação ovariana, procedimento em que medicamentos hormonais, semelhantes aos naturais, são administrados no início do ciclo menstrual para estimular a função ovariana e obter mais óvulos disponíveis para a fecundação.

Na RSP, entretanto, o ciclo é minimamente estimulado, pois a fecundação acontece como na gestação espontânea, nas tubas uterinas. Por isso, o objetivo é obter entre 1 e 3 óvulos. Dessa forma, a técnica é indicada para distúrbios ovulatórios mais leves, como a oligovulação.

Contudo, para utilizá-la, as tubas uterinas e os espermatozoides do parceiro devem ser saudáveis, pois além da estimulação ovariana o tratamento prevê apenas a programação do melhor período para intensificar a relação sexual.

Já na FIV, principal técnica de reprodução assistida, como a fecundação é realizada em laboratório as dosagens hormonais são mais altas para obter até 10 óvulos. Os óvulos são previamente coletados e selecionados para a fecundação e os embriões formados, após se desenvolverem por alguns dias, também em ambiente laboratorial, são transferidos diretamente ao útero materno.

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