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O que é sêmen?

por Dr. Augusto Bussab



"Antigamente, quando um casal não conseguia conceber o problema era atribuído à mulher. No entanto, sabe-se hoje que homens e mulheres têm a mesma probabilidade de contribuir para a infertilidade conjugal. Afinal, para gerar uma nova vida é necessário que todos os órgãos dos sistemas […]"
O que é sêmen?

Antigamente, quando um casal não conseguia conceber o problema era atribuído à mulher. No entanto, sabe-se hoje que homens e mulheres têm a mesma probabilidade de contribuir para a infertilidade conjugal.

Afinal, para gerar uma nova vida é necessário que todos os órgãos dos sistemas reprodutores de ambos estejam funcionando adequadamente, pois, cada um cumpre uma função importante no processo reprodutivo. 

Desde a puberdade o ser humano se torna apto a engravidar. Nesse período de transição, entre a infância e a adolescência, ocorre o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e a aceleração do crescimento, levando ao início das funções reprodutivas.

Começam, então, os ciclos menstruais femininos e a produção de espermatozoides. A cada ciclo um óvulo é liberado para ser fecundado pelo espermatozoide e formar um embrião, primeiro estágio de desenvolvimento do futuro bebê. O sêmen tem um papel importante nesse processo e, consequentemente, na fertilidade masculina.

Assim, alterações seminais estão entre os fatores que podem causar dificuldades para engravidar a parceira. Continue a leitura até o final para saber o que é sêmen e entender sua importância no processo reprodutivo. Confira!

O que é sêmen?

Sêmen é uma substância produzida pelos homens durante o estímulo sexual. Após serem formados os espermatozoides, as células reprodutivas que carregam o material genético do homem, compostas por cabeça, peça intermediária e cauda com flagelo, são transportados para os epidídimos, dutos localizados na parte posterior de cada testículo em que amadurecem e ganham motilidade, ou seja, capacidade para movimentar pelo organismo feminino. 

Quando ocorre o estímulo sexual, durante o trajeto para serem ejaculados são incorporados aos líquidos produzidos pelas vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais formando o sêmen, cuja principal função é transportar, nutrir e proteger os gametas masculinos no organismo feminino. 

O fluido fornecido pelas vesículas seminais representa aproximadamente 60% do volume total de sêmen e contém nutrientes como frutose e aminoácidos, enquanto o produzido pela próstata pode ser de até 30% e tem um pH alcalino que os protege do ambiente ácido da vagina. 

O sêmen saudável é geralmente de consistência viscosa, esbranquiçado e opalino. O volume total para cada ejaculação é em média entre 2ml e 5 ml e contém geralmente de 200 a 300 milhões de espermatozoides. Alterações na composição do sêmen ou na estrutura dos espermatozoides podem dificultar ou impedir a fecundação, resultando, dessa forma, em infertilidade masculina. 

Como as alterações no sêmen são diagnosticadas?

O principal exame realizado para avaliar alterações seminais é o espermograma, que analisa critérios como cor, volume, viscosidade, pH, frutose, capacidade de coagulação e as possíveis alterações na estrutura dos espermatozoides, determinando morfologia, motilidade e concentração nas amostras de sêmen avaliadas.

O exame pode apontar alterações que vão do baixo volume de sêmen à ausência dos espermatozoides, condição denominada azoospermia, uma das causas mais comuns de infertilidade masculina. Também indica percentualmente os espermatozoides com motilidade reduzida (astenozoospermia) ou com morfologia anormal (teratozoospermia). 

A principal causa de alterações seminais são as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia e gonorreia, que resultam em inflamações nos órgãos masculinos, incluindo, por exemplo, epididimite, dos epidídimos, orquite, dos testículos e prostatite, da próstata. 

Na epididimite, a inflamação pode levar à formação de aderências que provocam obstruções impedindo a passagem dos espermatozoides, enquanto na orquite pode interferir na espermatogênese, processo de produção dos gametas masculinos, e, na prostatite, alterar a qualidade do líquido prostático. 

A varicocele, doença masculina caracterizada pela dilatação das veias do cordão espermático, que sustenta os testículos na bolsa testicular, está ainda nas condições que podem interferir na espermatogênese e na qualidade dos gametas. 

Porém, mesmo que alterações seminais possam dificultar ou impedir a gravidez, ainda é possível ter filhos biológicos com auxílio da reprodução assistida.

Sêmen e reprodução assistida

Duas técnicas de reprodução assistida são particularmente indicadas para o tratamento de infertilidade masculina, a inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV) com ICSI, injeção intracitoplasmática de espermatozoide. 

Em ambas, as amostras de sêmen são submetidas ao preparo seminal, que utiliza diferentes métodos para remover as impurezas e capacitar os espermatozoides, permitindo, assim, a seleção dos mais saudáveis. 

Na IA as amostras de sêmen com os melhores espermatozoides são inseridas no útero da parceira durante o período fértil, encurtando o caminho até as tubas uterinas para que a fecundação aconteça naturalmente. Por isso, a técnica é mais indicada quando os gametas masculinos apresentam apenas pequenas alterações. As tubas uterinas da parceira também devem estar permeáveis, uma vez que são essas estruturas que sediam a fecundação. 

A FIV com ICSI, por outro lado, foi desenvolvida com objetivo de proporcionar a gravidez de homens com fatores de infertilidade de maior gravidade, como alterações mais severas nos espermatozoides ou a ausência deles no sêmen. 

Se os espermatozoides não estiverem presentes no sêmen, por exemplo, podem ser recuperados diretamente dos epidídimos ou dos testículos por métodos de recuperação espermática. 

Além disso, durante a fecundação, realizada em laboratório por ICSI, cada espermatozoide é individualmente avaliado por um microscópio de alta magnificação e após ter a saúde confirmada é injetado diretamente no citoplasma do óvulo. 

Ambas as técnicas possibilitam a gravidez de homens com infertilidade por alterações no sêmen quando bem indicadas. Na IA, os percentuais de sucesso são semelhantes aos da gestação espontânea, cerca de 20% por ciclo de tratamento, enquanto na FIV são os mais altos da reprodução assistida, em média 40% por ciclo. 

Siga o link para saber detalhadamente como o espermograma funciona e quais condições o exame pode diagnosticar!


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