Entre os sistemas do corpo humano, o endócrino é composto por glândulas responsáveis pela secreção ou produção de hormônios, substâncias quÃmicas que regulam diversas funções corporais, incluindo a reprodutiva. A hipófise ou glândula pituitária, tem um papel especial nesse processo, sendo essencial em diversas atividades e fortemente associada ao sucesso gestacional, por isso é conhecida como glândula mestra.
A hipófise está localizada na base do cérebro e tem cerca de meia polegada (1,25 cm) de diâmetro, o tamanho de uma ervilha, por exemplo. Está ligada por uma haste ao hipotálamo, região localizada no centro do sistema nervoso; juntos formam o sistema neuroendócrino.
Hipófise e o hipotálamo, por sua vez, compõem eixos com alguns órgãos alvo, coordenando sua função. Esse é o caso, por exemplo, do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas, ovários e testÃculos respectivamente, as glândulas sexuais de mulheres e homens, responsáveis pela produção dos gametas, óvulos e espermatozoides, as células sexuais com as informações genéticas.
Assim, alterações na hipófise podem comprometer diversas funções corporais. A infertilidade, nesse caso, pode ser uma das consequências. Continue a leitura até o final para saber em detalhes o que é a hipófise, suas principais funções e atuação na fertilidade. Confira!
Função da hipófise
A hipófise tem dois lobos, o anterior e o posterior. Cada um contém células responsáveis pela produção de diferentes hormônios. O lobo anterior constitui cerca de 80% da glândula, regula o crescimento, o metabolismo e a reprodução por meio dos hormônios secretados. Os principais são:
- hormônio do crescimento humano (HGH ou GH);
- hormônio estimulante da tireoide (TSH);
- hormônio adrenocorticotrófico (ATCH);
- hormônio folÃculo-estimulante (FSH);
- hormônio luteinizante (LH);
- prolactina.
O FSH e o LH, as gonadotrofinas, são essenciais para fertilidade feminina e masculina.
Entenda como a hipófise atua na fertilidade feminina
Os ciclos menstruais ou reprodutivos femininos têm inÃcio na puberdade, com a primeira menstruação e acontecem continuamente até a menopausa, quando se enceram com a última menstruação.
São coordenados pelo eixo HHO (hipotálamo-hipófise-ovários), que regula a secreção e inibição dos hormônios envolvidos no processo, atuando em etapas importantes da gravidez.
Na primeira fase, chamada folicular, o hipotálamo secreta o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), estimulando a hipófise a liberar as gonadotrofinas FSH e LH, que viajam pela corrente sanguÃnea até os ovários.
O FSH atua no recrutamento e crescimento de vários folÃculos ovarianos, estruturas que armazenam o óvulo imaturo presentes desde o nascimento. Embora vários folÃculos cresçam, apenas um deles se desenvolve e amadurece motivado pelo LH.
Enquanto se desenvolve o folÃculo dominante secreta estrogênio, hormônio responsável pelo preparo do endométrio, camada interna uterina na qual se implanta marcando o inÃcio da gravidez.
Aproximadamente na metade do ciclo, na segunda fase, a ovulatória, um pico de LH induz o folÃculo dominante ao amadurecimento final e rompimento para liberação do seu óvulo, também maduro, na ovulação.
O óvulo liberado é captado pelas tubas uterinas e aguarda por 2h o encontro com o espermatozoide para fecundá-lo. Fecundação é o evento em que o espermatozoide penetra o óvulo gerando a primeira célula do embrião.
Na última fase, lútea, as células do folÃculo rompido se transformam em corpo-lúteo, uma glândula endócrina temporária cuja função é secretar progesterona, hormônio que atua no preparo final do endométrio e garante a manutenção da gravidez.
Se não houver fecundação, por outro lado, o corpo-lúteo degenera, ocorre um rebaixamento dos nÃveis hormonais levando à descamação do endométrio, originando a menstruação e um novo ciclo.
É possÃvel perceber a importância do papel da hipófise em todos esse processo. Alterações na glândula, resultam no desequilÃbrio das gonadotrofinas. Baixos nÃveis, por exemplo, são fortemente associados à infertilidade.
Os nÃveis inadequados comprometem o crescimento, desenvolvimento e amadurecimento dos folÃculos ovarianos, resultando em distúrbios de ovulação como oligovulação, ovulação irregular, que acontece apenas em alguns ciclos e anovulação, totalmente ausente.
O desequilÃbrio pode resultar de problemas na hipófise, como inflamações, tumores, geralmente benignos, ou um suprimento insuficiente de sangue para a hipófise, decorrente de hemorragia grave, coágulos sanguÃneos ou anemia, bem como de lesões cirúrgicas e doenças autoimunes, por exemplo, bem como pode ser consequência dos que afetam o hipotálamo interferindo na função da hipófise.
Além da deficiência de gonadotrofinas, leva ainda ao rebaixamento dos hormônios tireoidianos, que também atuam no processo de desenvolvimento e amadurecimento dos folÃculos ovarianos e na implantação do embrião e, de prolactina, hormônio que ajuda no preparo as glândulas mamárias para o aleitamento e estimula a produção de leite após o parto.
Contudo, mulheres com infertilidade causada por deficiência na produção dos hormônios hipofisários, podem contar com a reprodução assistida para auxiliar a gravidez. Em todas as técnicas, relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV), a primeira etapa é a estimulação ovariana.
Estimulação ovariana é um procedimento em que são utilizados medicamentos hormonais sintéticos, semelhantes aos naturais, para estimular a função ovariana e o desenvolvimento e amadurecimento de mais folÃculos, obtendo, dessa forma, mais óvulos disponÃveis para a fecundação.
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