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O que é FIV?

por Dr. Augusto Bussab



"A infertilidade conjugal acomete cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva, mas o avanço das técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), já ajudou muitos casais a tornar realidade o desejo de ter um filho. Devido a sua alta taxa de […]"
O que é FIV?

A infertilidade conjugal acomete cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva, mas o avanço das técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), já ajudou muitos casais a tornar realidade o desejo de ter um filho.

Devido a sua alta taxa de sucesso, a FIV é uma técnica cada vez mais conhecida do público em geral, mas ainda gera muitas dúvidas.

Neste texto, abordarei os principais mitos relacionados a essa técnica. Continue lendo e confira.

FIV e Inseminação Artificial são a mesma técnica?

A Inseminação Artificial (IA) é uma técnica de baixa complexidade indicada para casais com problemas específicos de fertilidade, principalmente por fator masculino, como alteração leve de qualidade e quantidade dos espermatozoides.

O sêmen é coletado e capacitado em laboratório para melhorar sua qualidade e maximizar as chances de gravidez.

Simultaneamente, é feita a estimulação ovariana e a indução da ovulação.

Na etapa seguinte, os espermatozoides selecionados são depositados diretamente no útero durante a ovulação.

A fertilização acontece de forma natural, dentro do organismo da mulher, especificamente nas tubas uterinas (trompas de Falópio), diferentemente da FIV, que promove a fecundação em laboratório.

O procedimento é indicado:

  • Para homens com fatores leves de infertilidade;
  • Mulheres de até 35 anos, com as tubas uterinas permeáveis;
  • Mulheres com anticorpos antiespermatozoides no colo do útero;
  • Casais que não têm a possibilidade de fazer a relação sexual programada (RSP).

Também é recomendada para mulheres e homens que querem fazer produção independente e casais homoafetivos femininos.

O tratamento é feito por meio de um processo indolor que não necessita de sedação.

É uma opção de baixa complexidade, menos invasiva e de baixo custo. Sua taxa de sucesso fica entre 15% e 20%.

A FIV é uma técnica de alta complexidade, que envolve a utilização de diversos recursos. Nela, após a estimulação ovariana e indução da ovulação, é feita a punção dos óvulos, que serão fecundados pelos gametas masculinos em laboratório.

Os embriões formados se desenvolvem em incubadoras por 2 a 6 dias, de acordo com a estratégia de transferência para o útero da paciente, que é a etapa posterior. A taxa de gravidez é mais alta que a da IA.

A FIV é o tratamento ideal para mulheres ou casais em que a infertilidade persiste após outros tratamentos mais simples, mas ela também pode ser indicada diretamente, dependendo das características do casal.

É um tratamento mais complexo, apresentando maiores percentuais de sucesso, cerca de 40%.

Em ambas as técnicas, o esperma pode ser de um doador, e, na FIV, o óvulo também pode ser de um doador.

As diferenças baseiam-se na complexidade do tratamento, o que reflete na taxa de sucesso.

Cada um é adequado para um tipo de paciente, dependendo de sua idade, causa da infertilidade e outras alterações.

Na FIV, a fecundação ocorre em laboratório. Como?

A paciente faz uso de medicamentos que estimulam os ovários a produzirem um número maior de óvulos e induzem a ovulação.

Uma vez que os ovários os óvulos estejam maduros, eles são retirados por meio da aspiração folicular (punção).

Atualmente, o principal método de fecundação é a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).

Ambos os gametas, óvulos e espermatozoides, depois de selecionados os melhores, são colocados em uma placa de cultivo, e o embriologista, com o auxílio de uma agulha extremamente fina, injeta cada espermatozoide dentro de cada óvulo, aumentando significativamente as chances de fecundação e de gravidez.

Os embriões formados são mantidos em incubadoras até o momento da transferência ao útero materno.

Posso escolher o sexo do bebê na FIV?

No Brasil, a seleção do sexo do bebê em FIV é proibida. A única exceção é a de evitar a transmissão de uma doença ao descendente:

  • As técnicas de RA não podem ser aplicadas com a intenção de selecionar o sexo (presença ou ausência de cromossomo Y) ou qualquer outra característica biológica do futuro filho, exceto para evitar doenças no possível descendente.

Durante a FIV, podem ser feitos testes genéticos para identificar alterações genéticas (PGT-A) ou cromossômicas (PGT-M e PGT-SR).

Nesses testes, é possível identificar o sexo. Caso esteja presente alguma doença relacionada ao sexo, os embriões saudáveis podem ser selecionados.

Quando procurar um profissional para avaliar a fertilidade?

A infertilidade é definida como a falha em conseguir a gravidez após 12 meses de relações sexuais sem a utilização de métodos contraceptivos por casais em que a mulher tenha menos de 35 anos de idade e não tenha alterações de fertilidade conhecidas.

Para os casais em que a mulher tem mais de 35 anos de idade, esse tempo é reduzido a 6 meses de tentativas.

Também é aconselhável que casais vejam especialista em fertilidade se:

  • a mulher tem menstruação irregular ou ausência;
  • a mulher tem história de infecções pélvicas ou cirurgias abdominais anteriores;
  • a mulher tem histórico de abortamento de repetição;
  • o homem tem problemas sexuais, incluindo dificuldade de ereção e/ou ejaculação;
  • o homem tem alteração no sêmen;
  • qualquer um dos parceiros tem histórico de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), principalmente clamídia ou gonorreia;
  • a mulher tem dor intensa durante a menstruação (pode ser um sintoma de endometriose)

Este texto te ajudou a entender melhor o que é FIV e os mitos relacionados?

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