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Menstruação retrógrada e endometriose: qual é a relação?

por Dr. Augusto Bussab



"Entre os órgãos reprodutores femininos o útero é considerado o principal por sua importante função de abrigar o embrião-feto até o nascimento. Muscular e oco, o que permite acomodá-lo à medida que cresce, tem o formato de pera invertida, cerca de 8 cm de comprimento […]"
Menstruação retrógrada e endometriose: qual é a relação?

Entre os órgãos reprodutores femininos o útero é considerado o principal por sua importante função de abrigar o embrião-feto até o nascimento. Muscular e oco, o que permite acomodá-lo à medida que cresce, tem o formato de pera invertida, cerca de 8 cm de comprimento e fica localizado na cavidade pélvica feminina, superior e posteriormente à bexiga.

Anatomicamente, pode ser dividido em três partes: colo, istmo e corpo. O colo do útero, a inferior, se abre à vagina, o istmo faz a ligação entre as partes, enquanto o corpo do útero, a superior e maior, está conectado às tubas uterinas e é formado por três camadas de revestimento, endométrio, a interna, miométrio, a intermediária e perimétrio, a externa.

O endométrio é constituído por tecido epitelial, glândulas e estromas. Durante o ciclo menstrual, sofre variações em espessura e vascularização para receber um possível embrião formado na fecundação. O início desse preparo acontece pela ação do estrogênio e é finalizado pela progesterona, hormônios sexuais femininos.

Durante a idade reprodutiva, diversas doenças podem afetar a útero. A endometriose é atualmente a mais frequentemente registrada no mundo todo e seu surgimento está associado à menstruação retrógada.

Continue a leitura até o final para entender a relação entre menstruação retrógada e endometriose. Confira?

O que é menstruação?

Menstruação é um fenômeno fisiológico que acontece desde a puberdade, quando marca o início dos ciclos menstruais e a mulher se torna apta a engravidar, encerrando-se na menopausa, sinalizando o fim da idade fértil, localizada entre essas duas fases.

Se não houver fecundação durante os ciclos menstruais, ou seja, o espermatozoide não penetrar o óvulo permitindo a formação da primeira célula do embrião, os níveis hormonais diminuem levando a descamação do endométrio e originando a menstruação. O sangue menstrual é, então, expulso pelo colo do útero e vagina.

A menstruação indica o início de cada ciclo durante a idade fértil, ocorrendo, portanto, de forma contínua da puberdade à menopausa. Assim, variações como o intervalo maior entre menstruações, bem como no volume do fluxo, podem indicar alterações na fertilidade.

Menstruação retrógada

Quando o fluxo menstrual é reverso, ou seja, em vez de ser expulso pelo útero o sangue retorna pelas tubas uterinas, a condição é denominada menstruação retrógada. Embora a maioria das mulheres a experimentem em algum momento da idade fértil, alguns casos podem resultar no surgimento da endometriose.

Menstruação retrógada e endometriose

A endometriose é uma doença em que um tecido semelhante ao endométrio cresce em locais ectópicos, normalmente próximos ao útero como o peritônio, membrana que recobre a cavidade pélvica e a superfície dos órgãos que abriga, incluindo os outros do sistema reprodutor feminino, ovários, tubas uterinas, vagina, além dos ureteres, bexiga e a parte final do intestino grosso.

Ainda que a doença tenha sido relata pela primeira vez no final do século XIX, sua causa exata permanece desconhecida pela ciência. No entanto, várias teoria surgiram para justificar seu surgimento, a mais aceita pela comunidade científica é a da menstruação retrógada. Sugere que os fragmentos do endométrio, expulsos junto com o sangue menstrual, também retornam pelas tubas uterinas quando o fluxo reverso acontece e se implantam em outros locais.

Foi proposta pelo ginecologista norte americano John Albertson Sampson no início do século XX, e passou a ser chamada ‘Teoria da implantação de Sampson’.

Porém, segundo estudos registrados na literatura médica, outros fatores também podem aumentar o risco de a doença se desenvolver, entre eles estão a exposição ao estrogênio por longo período e a genética.

O primeiro caso é justificado pela observação de que o tecido ectópico também reage à ação do estrogênio, o que motiva, inclusive, a progressão da doença e, o segundo, pela alta incidência em mulheres cujas mães também são portadoras.

Assim, além do componente genético, as nulíparas, que nunca tiveram filhos; quando há um intervalo maior entre as gestações, bem como as menstruaram precocemente ou entraram tardiamente na menopausa, têm mais risco de desenvolvê-la.

A infertilidade, por outro lado, ocorre como consequência do processo inflamatório motivado pela presença anormal do tecido. As interferências podem ocorrer dos estágios iniciais, quando as leões ainda estão localizadas apenas o peritônio, aos mais avançados, quando invadiram profundamente os órgãos afetados.

O processo inflamatório pode causar ainda outros sintomas dolorosos que comprometem a qualidade de vida das portadoras, entre eles a dor pélvica se destaca como o mais comum. Inicialmente pode ser percebida pelo aumento da intensidade das cólicas menstruais e, com o avanço da doença tende a tornar-se crônica, ocorrendo também fora dos períodos menstruais.

No entanto, esses sintomas podem ser aliviados com o tratamento adequado, bem como a gravidez obtida em boa parte dos casos.

Infertilidade e reprodução assistida

Duas técnicas de reprodução assistida podem auxiliar a gravidez de mulheres com infertilidade consequente da endometriose, a relação sexual programada (RSP) e a fertilização in vitro (FIV).

A RSP é um tratamento de baixa complexidade em que a fecundação acontece como na gestação espontânea, nas tubas uterinas. Por isso, é indicada para os casos mais leves da doença, quando ainda está nos estágios iniciais.

Já na FIV esse processo é realizado em ambiente laboratorial e os embriões formados são transferidos diretamente ao útero materno após alguns dias de desenvolvimento. Por isso, permite o tratamento mesmo quando a doença está em estágios mais avançados e já provou maiores danos à saúde reprodutiva.

Siga o link e saiba tudo sobre a endometriose, dos efeitos que causa na fertilidade das mulheres, ao diagnóstico e tratamentos indicados se desejar ou não engravidar!


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