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Manobra de Valsalva: o que é e como é feita?

por Dr. Augusto Bussab



"A saúde reprodutiva de um casal pode ser ameaçada por fatores femininos e masculinos. Sabe-se hoje que homens e mulheres podem ser inférteis e isso acontece na mesma proporção. A infertilidade está associada a doenças, condições e outros fatores, como idade, principalmente feminina. Um desses […]"
Manobra de Valsalva: o que é e como é feita?

A saúde reprodutiva de um casal pode ser ameaçada por fatores femininos e masculinos. Sabe-se hoje que homens e mulheres podem ser inférteis e isso acontece na mesma proporção. A infertilidade está associada a doenças, condições e outros fatores, como idade, principalmente feminina.

Um desses fatores é a varicocele, cujo diagnóstico pode ser auxiliado pela aplicação de uma técnica conhecida como manobra de Valsalva.

Este texto, além de abordar a doença, explica esse procedimento e para quais fins ele é utilizado, destacando sua aplicação no diagnóstico de infertilidade masculina. Leia até o final para saber mais!

Para o que serve a manobra de Valsalva?

A manobra da Valsalva é uma técnica bastante conhecida por ser utilizada em diferentes contextos de saúde e para diversos objetivos. Ela consiste na expiração do ar contra os lábios e nariz tampados.

Esse esforço para expirar causa um aumento da pressão no tórax e, por isso, uma consequente redução de entrada de sangue no coração. Isso diminuição a pressão arterial e causa um aumento da frequência cardíaca.

A manobra de Valsalva é utilizada, por exemplo, para equalizar a pressão dos ouvidos, avaliar alguma insuficiência cardíaca, como possíveis arritmias, além de evidenciar a possível presença hérnias abdominais e de varizes características de varicoceles.

O que é varicocele?

A varicocele é uma doença caracterizada pelo surgimento de varizes no cordão espermático, que sustenta os testículos na bolsa testicular. As veias de um ou dos dois testículos sofrem uma dilatação anormal, fazendo com que o órgão diminua em volume e/ou aumente a temperatura.

Não se sabe ao certo qual é a causa de sua ocorrência, mas considera-se que fatores genéticos e anatômicos possam influenciar, uma vez que a varicocele, comumente, aparece quando há uma ausência congênita das válvulas que drenam as veias dos testículos ou quando há o funcionamento inadequado dessas válvulas venosas, que impedem o fluxo sanguíneo reverso, ou seja, que o sangue retorne.

Assim, com o retorno, ocorrem obstruções que levam à dilatação das veias. A doença geralmente começa na puberdade, embora possa afetar homens de qualquer idade. Se a partir desse momento inicial o jovem já tiver um acompanhamento médico, é possível que o diagnóstico seja realizado precocemente e sua fertilidade não seja afetada.

Varicocele e infertilidade

A varicocele é conhecida como uma das principais causas de infertilidade masculina. Isso acontece porque a doença afeta diretamente a etapa primária do processo reprodutivo no homem, a espermatogênese, processo de produção dos gametas sexuais masculinos, os espermatozoides.

A dilatação das veias compromete a temperatura da bolsa testicular, que mantém os testículos entre 2 e 3 graus abaixo da temperatura corporal, condição necessária para a espermatogênese. Assim, a produção é afetada, o que pode resultar em baixas concentrações de gametas no sêmen (oligozoospermia, por exemplo) ou na ausência total, condição conhecida como azoospermia, causa de infertilidade masculina, que pode ser obstrutiva ou não obstrutiva. No caso de distúrbios de produção dos gametas, a azoospermia é considerada não obstrutiva.

Diagnóstico e tratamento da varicocele

O diagnóstico da varicocele é realizado mediante avaliação clínica dos sintomas. Durante o exame físico, é possível identificar alterações como assimetria e sensibilidade testicular, além de dor, que pode surgir com o desenvolvimento da doença.

Na ocasião do exame clínico, é realizada a Manobra de Valsalva, que, além de confirmar a suspeita, ajuda a classificar a varicocele segundo o grau de desenvolvimento, do I ao III:

  • Grau I: são classificadas nesse grau as varizes pequenas, dificilmente visualizadas e palpadas apenas com a manobra de Valsalva;
  • Grau II: nesse grau, considerado moderado, as varizes já estão mais desenvolvidas e podem ser palpadas sem a manobra de Valsalva;
  • Grau III: as varizes são facilmente visualizadas. Nesse grau há maior possibilidade de a doença afetar a fertilidade.

A varicocele é posteriormente confirmada por exames de imagem, como o ultrassom com o uso de Doppler, que avalia a circulação dos vasos sanguíneos e o fluxo de sangue na região. Já para saber sua interferência na fertilidade, é solicitado o espermograma.

Esse exame avalia características do sêmen, como cor, pH, viscosidade, entre outras, e características dos espermatozoides, como concentração, motilidade (movimento progressivo), morfologia (formato), vitalidade, entre outras. Ou seja, indica se há espermatozoides presentes nas amostras, a quantidade e a integridade de sua estrutura.

Uma vez diagnosticada a varicocele, com o acompanhamento médico devido ela pode ser tratada de acordo com o grau de desenvolvimento e interferência na fertilidade.

  • Em casos leves: é suficiente que a varicocele seja acompanhada e o tratamento realizado com medicamentos para alívio da dor e com uso de recursos como suspensório para sustentação da bolsa testicular;
  • Em casos graves: quando há infertilidade, é recomendado o tratamento cirúrgico conhecido como varicocelectomia, para a oclusão das veias dilatas.

Em muitos casos o tratamento restaura a fertilidade, mas não é uma regra. Se isso não acontecer, os tratamentos de reprodução assistida podem ser indicados. Nesse caso, a técnica mais indicada é a fertilização in vitro com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que cada um dos espermatozoides coletados é injetado diretamente no óvulo (um espermatozoide para cada óvulo) e os embriões formados são transferidos ao útero.

Quer saber mais sobre varicocele? Siga o link!


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