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Laparoscopia para tratamento da infertilidade

por Dr. Augusto Bussab



"O desenvolvimento das técnicas de vídeo cirurgia, como a histeroscopia cirúrgica e a laparoscopia, ou videolaparoscopia, simultaneamente aumentou a precisão dos procedimentos e diminuiu a necessidade de cirurgia aberta, com mais riscos de infecção e hemorragias. Embora a videolaparoscopia seja mais amplamente utilizada pela ginecologia […]"
Laparoscopia para tratamento da infertilidade

O desenvolvimento das técnicas de vídeo cirurgia, como a histeroscopia cirúrgica e a laparoscopia, ou videolaparoscopia, simultaneamente aumentou a precisão dos procedimentos e diminuiu a necessidade de cirurgia aberta, com mais riscos de infecção e hemorragias.

Embora a videolaparoscopia seja mais amplamente utilizada pela ginecologia e medicina reprodutiva, essa técnica também é parte dos procedimentos de outras áreas médicas, utilizada para a abordagem de doenças, como as que seguem:

  • Hepatectomia;
  • Tratamento cirúrgico da obesidade;
  • Retirada de tumores abdominais e pélvicos;
  • Tratamento da obstrução intestinal;
  • Retirada de miomas uterinos;
  • Retirada de focos endometrióticos.

Os miomas uterinos, assim como a endometriose, são doenças que afetam mulheres em idade reprodutiva e podem causar infertilidade feminina por anovulação e dificuldades na implantação embrionária.

Este texto mostra como essas e outras condições, que afetam a função reprodutiva das mulheres, podem ser tratadas pela videolaparoscopia. Aproveite a leitura!

O que é laparoscopia ou videolaparoscopia?

A laparoscopia é também chamada de videolaparoscopia, nomenclatura que destaca uma das principais ferramentas desse procedimento: a possibilidade de obter imagens em tempo real do interior das cavidades abdominal e pélvica.

Para isso, são realizadas pequenas incisões abdominais, por onde são introduzidos os instrumentos cirúrgicos acompanhados de hastes contendo uma microcâmera e um foco de luz. As imagens são transmitidas para a tela de um monitor e servem de guia para a cirurgia.

Como é feita a videolaparoscopia?

A videolaparoscopia, apesar de minimamente invasiva, é um procedimento cirúrgico que dá acesso aos órgãos das cavidades abdominal e pélvica e, por isso, deve ser feito com anestesia geral, em ambiente hospitalar.

A preparação para a cirurgia pode variar de acordo com os tratamentos em questão, mas de forma geral é necessário apresentar-se com o intestino e a bexiga esvaziados, além de realizar um jejum de ao menos 8h, com administração preventiva de antibióticos, que diminuem os riscos após a cirurgia.

Os esvaziamentos intestinal e urinário podem ser auxiliados por laxantes e diuréticos.

Dependendo do que motivou a videolaparoscopia, as incisões para inserção da microcâmera e dos instrumentos cirúrgicos podem ser feitas próximas ao umbigo, quando a área abordada é a cavidade abdominal, ou à virilha, nos casos de tratamentos pélvicos.

Após a cirurgia, a mulher pode ficar internada por 24h, em observação para completa recuperação da anestesia. O período de recuperação total do pós-operatório é curto, mas pode variar de acordo com o diagnóstico pré-cirúrgico.

Quando esse procedimento é realizado?

A videolaparoscopia é, em alguns casos, o único método diagnóstico e também a principal abordagem para o tratamento de algumas doenças com potencial para causar infertilidade feminina, contudo, as indicações dependem principalmente do estágio de desenvolvimento das doenças.

Os miomas uterinos e diversos casos de endometriose podem ter seus diagnósticos confirmados somente quando é possível o acesso direto e a realização de uma biópsia, que define a composição real dessas massas tumorais.

Contudo, outros exames, como a histeroscopia e a ultrassonografia pélvica, podem estimar o desenvolvimento dessas doenças, que quando não estão acompanhadas de sintomas dolorosos são abordadas de forma expectante, especialmente nos casos em que os miomas e focos endometrióticos são pequenos e pouco numerosos.

Apesar de demonstrar boas taxas de sucesso, a videolaparoscopia também oferece riscos de dano tecidual, dependendo das estruturas que serão manipuladas. Nos casos de endometriose ovariana, quando a retirada dos endometriomas pode danificar a reserva ovariana, por exemplo, a indicação pode ser feita diretamente para reprodução assistida.

Reprodução assistida

Exceto nos casos de endometriose ovariana, é comum que mesmo as mulheres diagnosticadas com as doenças mencionadas, e que recebem indicação para reprodução assistida, precisem tratá-las para não prejudicar as taxas de gestação da técnica escolhida.

Nesses casos, é possível que seja necessário aguardar um tempo entre a laparoscopia e o início dos tratamentos com a reprodução assistida, para que os tecidos manipulados se recuperem adequadamente.

A medicina reprodutiva oferece hoje três principais técnicas para auxiliar mulheres com infertilidade: a RSP (relação sexual programada) a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro). A infertilidade por danos uterinos ou tubários, no entanto, só pode ser tratada com a FIV.

Por realizar a fecundação em laboratório, a FIV permite um alto nível de controle dos processos envolvidos, incluindo a preparação endometrial, que minimiza problemas com a receptividade endometrial, e a possibilidade de coletar gametas diretamente dos ovários, contornando os problemas causados por possíveis obstruções tubárias.

A RSP e a IA ainda podem ser indicadas para casos leves de endometriose ovariana, já que,– assim como a FIV, realizam a etapa inicial de estimulação ovariana e indução da ovulação, com potencial para melhorar as taxas ovulatórias dessas mulheres e resultar em gestação.

Leia mais sobre videolaparoscopia tocando este link.


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