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ISCA e reprodução assistida: qual é a conduta?

por Dr. Augusto Bussab



"Quando um casal tem dificuldades para engravidar, após 12 meses de tentativas malsucedidas sem o uso de métodos contraceptivos é considerado infértil. Para identificar a causa a saúde reprodutiva de ambos é investigada, uma vez que os fatores de infertilidade podem ser tanto femininos quanto […]"
ISCA e reprodução assistida: qual é a conduta?

Quando um casal tem dificuldades para engravidar, após 12 meses de tentativas malsucedidas sem o uso de métodos contraceptivos é considerado infértil. Para identificar a causa a saúde reprodutiva de ambos é investigada, uma vez que os fatores de infertilidade podem ser tanto femininos quanto masculinos.

Porém, muitas vezes os exames tradicionalmente realizados não conseguem apontar o que motivou o problema, assim, o diagnóstico é de infertilidade sem causa aparente (ISCA). Receber esse diagnóstico aumenta ainda mais a ansiedade de não poder engravidar, além de despertar emoções como o medo de nunca conseguir ter filhos biológicos.

No entanto, com a evolução tecnológica, atualmente a reprodução assistida possibilita o tratamento na maioria dos casos de infertilidade, mesmo quando o diagnóstico é de ISCA as diferentes técnicas podem aumentar as chances de engravidar.

Para entender sobre ISCA e reprodução assistida é só continuar a leitura deste texto até o final, que explica, além da conduta, como é feita a investigação da infertilidade. Confira!

Entenda como a infertilidade é investigada

Quando um casal enfrenta dificuldades para engravidar e procura um especialista em reprodução assistida, a investigação é feita em diferentes etapas. Veja abaixo:

Anamnese

Anamnese é o termo utilizado para denominar a entrevista inicial, fundamental para conhecer o melhor diferentes características dos pacientes. Na ocasião são abordados aspectos como a idade, o histórico clínico e familiar de ambos, com o relato de doenças pregressas, incluindo infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), além de ser feito o acolhimento de possíveis sintomas presentes em condições que podem resultar em infertilidade.

A partir da anamnese, são determinados os exames inicialmente realizados para determinar a causa, laboratoriais e de imagem.

Exames

Normalmente, o primeiro exame solicitado para as mulheres é a avaliação da reserva ovariana, que determina a quantidade de folículos, estruturas que contêm o óvulo imaturo presentes no momento, incluindo os que possuem capacidade para ovular chamados de pré-antrais ou antrais.

Já para os homens inicialmente é solicitado o espermograma, exame que avalia a qualidade do sêmen e dos espermatozoides abrigados nas amostras analisadas, apontando critérios como a baixa concentração ou ausência deles no sêmen ou alterações na morfologia (forma) e motilidade (movimento).

De acordo com os resultados, são solicitados outros. Entre os laboratoriais estão os testes hormonais, que avaliam os níveis dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo; exames de sangue e de urina para identificar a possível presença de bactérias sexualmente transmissíveis, como a Chlamydia trachomatis, causadora da clamídia e a Neisseria gonorrhoeae, da gonorreia, duas ISTs bastante comuns.

Os exames de imagem geralmente solicitados inicialmente às mulheres são a ultrassonografia transvaginal, que analisa os órgãos reprodutores, indicando a presença de possíveis massas uterinas, como miomas e pólipos endometriais, além de cistos ovarianos, e a histerossalpingografia, para avaliar a permeabilidade tubária e verificar se há obstruções.

Enquanto para os homens é solicitada a ultrassonografia da bolsa testicular, com e sem Doppler, para avaliar a saúde dos testículos e identificar possíveis alterações.

Os resultados diagnósticos podem indicar doenças comuns durante a fase reprodutiva das mulheres como a Síndrome dos ovários policísticos (SOP), endometriose, miomas uterinos e pólipos endometriais, que interferem na fertilidade feminina de diversas formas, resultando em distúrbios de ovulação, alterações na receptividade endometrial e na morfologia uterina, dificultando ou impedindo a ovulação, a implantação do embrião ou o desenvolvimento da gravidez.

Os problemas masculinos identificados pelos exames, por outro lado, são obstruções que podem impedir o transporte dos espermatozoides, causadas por cicatrizes consequentes de processos inflamatórios, cistos, tumores, ou alterações na produção dos gametas masculinos, que podem ser provocadas por doenças como a varicocele.

Ambos os casos podem resultar na baixa concentração ou ausência de espermatozoides no sêmen, condições denominadas oligozoospermia e azoospermia, respectivamente.

Se a causa da infertilidade não for identificada por esses exames, o diagnóstico passa a ser de ISCA. Estudos sugerem que as possíveis causas de ISCA podem estar relacionadas a obstruções tubárias mais leves e endometriose nos estágios iniciais, quando pode interferir no desenvolvimento dos folículos e na receptividade do endométrio, não identificadas pelos exames tradicionais.

Ou a doenças autoimunes como Lúpus, que também interferem no processo reprodutivo, e à fragmentação do DNA espermático, atualmente apontada como uma das principais causas de infertilidade masculina, que não pode ser detectada pelo espermograma.

Independentemente da causa, entretanto, ISCA e reprodução assistida é uma ótima associação para aumentar as chances de engravidar.

Reprodução assistida para o diagnóstico de ISCA: conduta

As técnicas de reprodução assistida possibilitam, hoje, o tratamento de praticamente todos os fatores de infertilidade feminina ou masculina, de maior ou menor gravidade. As três principais são a relação sexual programada (RSP), a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV).

Pessoas diagnosticadas com ISCA normalmente iniciam o tratamento com a utilização da RSP ou IA, técnicas de menor complexidade em que a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas, indicadas para os casos mais leves como distúrbios de ovulação ou pequenas alterações nos espermatozoides.

A RSP normalmente é indicada quando a suspeita é apenas de fatores femininos, pois o objetivo do tratamento é estimular o desenvolvimento de mais folículos e programar o melhor período para intensificar a relação sexual, assim, os espermatozoides devem estar saudáveis.

Já a IA possibilita o tratamento quando há pequenas alterações na forma ou movimento dos gametas masculinos, uma vez que eles são selecionados por técnicas de preparo seminal e inseridos diretamente no útero durante o período fértil da mulher.

As duas, entretanto, por preverem a fecundação de forma natural, são adequadas apenas para mulheres que possuam as tubas uterinas permeáveis e que tenham até 35 anos, idade em que os níveis da reserva ovariana são mais altos.

Para as acima dessa idade ou com possíveis obstruções tubárias é indicado o tratamento com a FIV. A diminuição natural da reserva ovariana e qualidade dos óvulos é uma das possíveis causas de ISCA, que pode ser solucionada por protocolos mais robustos de estimulação ovariana aplicados na técnica.

Por outro lado, como a fecundação é realizada em laboratório e os embriões posteriormente transferidos ao útero materno as tubas uterinas não têm nenhuma função, possibilitando a gravidez mesmo quando há obstruções.

A FIV também é indicada se os procedimentos anteriores falharem. A ISCA e reprodução assistida, portanto, considera a mesma conduta dos tratamentos para infertilidade por fatores femininos ou masculinos e, consequentemente, proporciona as mesmas chances de sucesso gestacional

Siga o link e saiba tudo sobre a ISCA!


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