Quando se fala em tratamentos de reprodução assistida, muitas pessoas ainda confundem as técnicas e acreditam que inseminação artificial é a mesma coisa que fertilização in vitro (FIV). No entanto, são técnicas que diferem uma da outra em termos de complexidade, indicações, etapas de realização e até local da fecundação.
A inseminação artificial, que pode ser heteróloga ou homóloga — explicaremos o que isso significa, ao longo do post —, consiste na introdução de uma amostra de sêmen no útero da paciente para que os espermatozoides sigam até as tubas uterinas e o óvulo seja fertilizado in vivo, isto é, no corpo da mulher.
A FIV já é uma técnica mais complexa e que passa por várias etapas. Nesse caso, os óvulos e os espermatozoides são coletados e a fecundação é feita em laboratório. Depois de serem monitorados por alguns dias, os embriões, que começaram a se desenvolver em incubadora, são transferidos para o útero.
Neste post, vamos explicar o que é exatamente inseminação artificial heteróloga. Confira!
O que é inseminação artificial?
Inseminação artificial — cujo termo clÃnico mais correto é inseminação intrauterina (IIU) — é uma técnica de baixa complexidade da reprodução assistida. É assim classificada porque requer poucas intervenções no processo reprodutivo e a fecundação acontece nas tubas uterinas, assim como na concepção natural.
Nos tratamentos atuais, há poucas indicações para o uso de inseminação artificial, uma vez que os casos mais graves de infertilidade têm chances maiores de sucesso com a FIV. Por outro lado, as disfunções mais simples, como falhas de ovulação, podem ser solucionadas com a relação sexual programada — outra técnica de baixa complexidade —, desde que o casal não apresente alterações masculinas.
Contudo, quando bem indicada, a inseminação artificial pode alcançar bons resultados para o casal que não pode se reproduzir com os próprios gametas ou apresenta outros problemas reprodutivos de baixa gravidade. Sendo assim, é possÃvel tentar a gravidez com essa técnica nas seguintes situações:
- disfunções ovulatórias;
- endometriose em estágio leve;
- problemas no muco cervical;
- disfunções ejaculatórias, como ejaculação retrógrada;
- alterações seminais leves (na morfologia ou na motilidade dos espermatozoides);
- infertilidade sem causa aparente (ISCA);
- gravidez de casais homoafetivos
O que significa inseminação artificial heteróloga?
A técnica de inseminação artificial heteróloga permite que os casais inférteis cheguem à gravidez utilizando o material genético de um doador anônimo. Fica claro, então, que na inseminação homóloga, tanto os óvulos quanto o sêmen pertencem ao casal em tratamento, isto é, aos futuros pais da criança.
A doação de sêmen é uma possibilidade prevista pelas normas que regem os serviços de reprodução assistida e pode ser empregada tanto na inseminação artificial heteróloga quanto na FIV.
A doação de gametas traz novas chances para pessoas que sofrem com infertilidade e esterilidade, uma vez que os recursos cientÃficos existentes podem ajudar na concretização do sonho de gravidez.
É oportuno distinguir a infertilidade da esterilidade. Na primeira condição, existe dificuldade de reprodução espontânea, mas o quadro é reversÃvel com o tratamento correto. Com esterilidade, a pessoa definitivamente não pode ter filhos e sua situação biológica não pode ser revertida.
Na reprodução assistida, entretanto, há recursos importantes para pessoas inférteis e estéreis, os quais incluem doação de óvulos e sêmen, doação de embriões e útero de substituição.
Voltando à definição da inseminação artificial heteróloga, realiza-se essa técnica, portanto, quando o casal precisa realizar a fecundação com doação de sêmen. O material geralmente se encontra em um banco de esperma e o anonimato do doador é preservado.
Além dos tratamentos com inseminação artificial heteróloga e homóloga, existe a possibilidade de utilizar uma amostra bisseminal, isto é, o material fecundante masculino pertence a duas pessoas diferentes. Essa é uma alternativa quando há espermatozoides viáveis do companheiro da paciente, mas não em número suficiente para a inseminação intrauterina, sendo necessário misturá-los aos de um doador.
A inseminação artificial, heteróloga ou homóloga, é preferencialmente indicada para mulheres com idade inferior a 35 anos, com boa reserva ovariana e que tenha ao menos uma das tubas uterinas desobstruÃda.
Como a inseminação artificial é feita?
A inseminação artificial é realizada em três etapas: estimulação ovariana, preparo seminal e introdução do sêmen no útero.
A estimulação ovariana é feita com medicamentos que intensificam a função dos ovários, promovendo o desenvolvimento de vários folÃculos, com o objetivo de obter 2 ou 3 óvulos maduros. Vale dizer que, na ovulação natural, somente um óvulo é liberado por ciclo, enquanto na FIV, o protocolo é mais intenso visando à coleta do maior número possÃvel de oócitos.
O crescimento dos folÃculos ovarianos é monitorado por ultrassons e dosagens hormonais, facilitando a previsão do dia da ovulação. Nesse dia, a amostra de sêmen é preparada em laboratório com métodos de capacitação espermática para identificar e selecionar os espermatozoides saudáveis, quanto aos aspectos de motilidade e morfologia.
A última etapa consiste na inseminação intrauterina propriamente. O procedimento é simples e indolor, realizado em consultório. Com a paciente em posição ginecológica, a amostra preparada de sêmen é introduzida em seu útero pelo canal vaginal, com o auxÃlio de uma cânula fina.
As taxas de sucesso da inseminação artificial heteróloga, assim como da inseminação homóloga, chegam a aproximadamente 20% em pacientes com menos de 35 anos. Idade materna avançada, obstrução tubária, entre outros fatores, reduzem as chances de êxito da IIU, sendo a FIV uma indicação mais promissora para esses casos.
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