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Hirsutismo e SOP: qual a relação?

por Dr. Augusto Bussab



"Qualquer pelo indesejado já é motivo de aborrecimento para muitas mulheres e isso é completamente compreensível. Existe uma condição que pode trazer ainda mais desconforto e preocupação para o público feminino e afetar a autoestima: o hirsutismo, condição em que há crescimento de pelos em […]"
Hirsutismo e SOP: qual a relação?

Qualquer pelo indesejado já é motivo de aborrecimento para muitas mulheres e isso é completamente compreensível. Existe uma condição que pode trazer ainda mais desconforto e preocupação para o público feminino e afetar a autoestima: o hirsutismo, condição em que há crescimento de pelos em regiões do corpo da mulher que não costumam ter pelos. São regiões que costumam ter pelos nos homens, não nas mulheres.

E esse quadro merece atenção não apenas pelo aspecto estético, mas porque pode haver relação entre hirsutismo e SOP, condição que pode levar à infertilidade e causar outros tipos de problema.

O aumento de pelos, além de causas genéticas ou relacionadas ao uso de medicamentos, pode ter ligação com distúrbios hormonais, como é o caso da SOP. Para entender melhor o que é a SOP, por que ela pode provocar o hirsutismo, além de outros sintomas da síndrome, não perca as informações a seguir!

Afinal, o que é SOP?

A SOP, sigla para síndrome dos ovários policísticos, é caracterizada como um desequilíbrio endócrino, ou seja, uma condição em que os hormônios estão alterados no organismo feminino e que afeta entre 5% e 10% das mulheres em idade reprodutiva.

As causas da doença ainda não estão totalmente definidas, mas ela pode estar associada a fatores genéticos, estilo de vida, uso de medicamentos ou ainda a um aumento da resistência à insulina, por isso é importante investigar quando os sintomas surgem.

É importante observar que somente ter cistos no ovário não significa ter SOP. Há mulheres que têm cistos, mas não apresentam a síndrome. Na doença, o que ocorre é uma alteração hormonal, com a produção elevada do hormônio masculino testosterona, além de irregularidades na menstruação, o que pode (não é sempre que acontece) levar à formação de múltiplos cistos.

Por que a síndrome pode provocar hirsutismo?

O surgimento de pelos em locais que não são comuns às mulheres, como rosto (buço e queixo), nádegas, barriga ou mamas, por exemplo, é sinal de hirsutismo. Mas por que esse quadro tem ligação com a SOP?

Justamente porque na síndrome dos ovários policísticos ocorre um aumento da produção do hormônio testosterona. Logo, as mulheres podem apresentar esse sintoma, com o crescimento de pelos em locais tipicamente masculinos.

Quais outros sintomas estão associados à SOP?

A SOP e hirsutismo estão fortemente relacionados, no entanto é preciso destacar outros possíveis sinais e sintomas decorrentes dessa síndrome, como:

  • irregularidade ou ausência de menstruação;
  • pele mais oleosa, o que contribui para o surgimento de acne;
  • cabelos mais oleosos;
  • ganho de peso;
  • queda capilar;
  • alteração no sono;
  • infertilidade.

A suspeita começa com o relato de sintomas que podem ser de SOP. Já o diagnóstico em si tem critérios bem definidos: alterações na ovulação (oligovulação ou anovulação), hiperandrogenismo e ovários policísticos à ultrassonografia. Se dois desses sintomas estiverem presentes, a SOP pode ser diagnosticada.

Qual a relação entre síndrome dos ovários policísticos e infertilidade?

Mulheres que relatam dificuldade para engravidar podem ter SOP e isso ocorre devido à desordem hormonal causada pela condição. O desenvolvimento e amadurecimento dos óvulos fica prejudicado pelo desequilíbrio hormonal, podendo resultar em anovulação, que é a ausência de ovulação, ou oligovulação, que é a ovulação intermitente.

Os folículos que não se desenvolveram podem ficar nos ovários, dando o aspecto policístico dos ovários na ultrassonografia.

É possível amenizar os sintomas da SOP com um estilo de vida mais saudável e, caso seja constatada a resistência à insulina, com o uso de medicamentos. Nesse caso, o tratamento adequado pode possibilitar que muitas mulheres engravidem.

Como a reprodução assistida pode ajudar mulheres com SOP?

Na situação de a mulher não conseguir engravidar como consequência da SOP, mesmo após os tratamentos, a reprodução assistida pode aumentar as chances. Existem técnicas que podem ajudar casais com diferentes problemas relacionados à infertilidade e que sonham em ter filhos biológicos.

Nos casos de SOP leve, por exemplo, a relação sexual programada (RSP), uma técnica de baixa complexidade, geralmente é a primeira indicação. Já nos casos mais graves, cuja principal consequência é a anovulação crônica, a técnica mais adequada é fertilização in vitro (FIV), de alta complexidade e a mais indicada hoje no mundo.

Em ambas, é feita a estimulação ovariana, procedimento que estimula o crescimento dos folículos. Os protocolos, entretanto, são diferentes. Na RSP é mais leve, para obter no máximo três óvulos, aumentando as chances de pelo menos um deles amadurecer suficientemente para se romper e liberar o óvulo, que vai ser fecundado pelo espermatozoide nas tubas uterinas após a relação sexual.

Na FIV, por outro lado, as dosagens hormonais são mais altas, pois, como a fecundação é realizada em laboratório, o objetivo é obter uma quantidade maior de óvulos. Não há risco de gemelaridade nessa fase. Esses óvulos são fecundados em laboratório e os embriões formados são posteriormente transferidos ao útero.

As duas técnicas ajudam, portanto, a superar os distúrbios de ovulação consequentes da SOP que podem levar à infertilidade feminina.

Hirsutismo e SOP podem estar relacionados, visto que a síndrome é caracterizada pela elevação de hormônios masculinos. É necessário que as mulheres fiquem atentas ao surgimento anormal de pelos no rosto, abdômen e em outras regiões corporais tipicamente masculinas, bem como a irregularidades da menstruação, já que a SOP pode prejudicar a fertilidade.

Siga o link e conheça em detalhes tudo sobre a síndrome dos ovários policísticos (SOP), considerada uma causa importante de infertilidade feminina!


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