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Endometriose intestinal e infertilidade

por Dr. Augusto Bussab



"Uma doença de crônica, inflamatória e de crescimento lento, a endometriose afeta milhões de mulheres no mundo todo. É considerada a doença da mulher moderna e frequentemente associada à infertilidade feminina. Na endometriose, um tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, geralmente em locais […]"
Endometriose intestinal e infertilidade

Uma doença de crônica, inflamatória e de crescimento lento, a endometriose afeta milhões de mulheres no mundo todo. É considerada a doença da mulher moderna e frequentemente associada à infertilidade feminina.

Na endometriose, um tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, geralmente em locais próximos ao útero, como peritônio, membrana que recobre as paredes da cavidade pélvica e a superfície dos órgãos nela abrigados.

Endométrio é camada interna uterina, formado por tecido epitelial altamente vascularizado, glândulas e estroma. É preparado pelos hormônios femininos estrogênio e progesterona durante os ciclos menstruais para receber um possível embrião formado na fecundação, tornando-se mais espesso e vascularizado.

No endométrio o embrião se implanta para dar início à gestação, é nutrido e permanece abrigado até a formação da placenta. Se não houver fecundação, por outro lado, descama originando a menstruação, em que são eliminados seus fragmentos, e o início de um novo ciclo menstrual.

Especula-se que a endometriose surja como consequência de um fenômeno conhecido como menstruação retrógada; o sangue menstrual, em vez de ser expulso pelo útero retorna pelas tubas uterinas. Dessa forma, as células endometriais se implantam em outros locais.

Por se desenvolver lentamente a endometriose normalmente é assintomática nos estágios iniciais, o que dificulta diagnóstico e tratamentos precoces e aumenta o riscos de danos à saúde geral e reprodutiva.

A doença é classificada de acordo com a localização e profundidade das lesões. A endometriose intestinal está entre os tipos. Continue a leitura até o final para entender sua relação com a infertilidade. Confira!

O que é endometriose intestinal?

O primeiro local afetado pela endometriose é o peritônio de órgãos como os ovários, as tubas uterinas, a bexiga e o intestino. A endometriose intestinal, portanto, como o nome sugere, recebe essa nomenclatura quando as células se implantam no intestino, particularmente nas porções finais do intestino grosso localizadas na cavidade pélvica, o cólon sigmoide e o reto.

Inicialmente, as lesões são rasas e planas presentes apenas no peritônio. Nesse estágio a doença é classificada como endometriose peritoneal superficial, porém à medida que se desenvolve tende a se infiltrar nos órgãos afetados. Nos estágios mais avançados, por exemplo, já se infiltrou profundamente, invadindo vários locais ao mesmo tempo, quando recebe a classificação de infiltrativa profunda.

Com o desenvolvimento também surgem os sintomas, motivados principalmente pelo processo inflamatório consequente da presença do tecido anormal. O mais comum é a dor pélvica, reconhecida pela severidade das cólicas antes e durante o período menstrual (dismenorreia), que, entretanto, pode se tornar crônica à medida que a doença avança, manifestando-se, inclusive, fora do período menstrual.

Além da dor pélvica, sintomas característicos da endometriose intestinal também podem surgir, incluindo constipação cíclica, dor ao evacuar e presença de sangue nas fezes.

Esse desenvolvimento, como acontece com o endométrio é motivado pelo estrogênio, por isso a incidência da doença aumentou nas sociedades contemporâneas, em que a tendência é adiar os planos de gravidez.

Assim, mulheres que nunca tiveram filhos (nulíparas) e com longos intervalos entre as gestações têm mais chances de desenvolvê-la, bem como aquelas que menstruaram precocemente ou que entraram na menopausa tardiamente. Isso acontece pelo maior tempo de exposição ao hormônio.

Uma incidência mais alta entre as mulheres cujas mães são portadoras é ainda observada por diversos estudos, dessa forma, a genética é igualmente considerada fator de risco.

Endometriose intestinal e infertilidade

A infertilidade é considerada um sintoma da endometriose e, como a dor pélvica, está relacionada entre os principais. Inclusive, durante os estágios iniciais, quando a doença tende a ser assintomática, a dificuldade para engravidar é um alerta, uma vez que ela já interfere na capacidade reprodutiva.

O processo inflamatório pode, por exemplo, comprometer o preparo do endométrio, resultando em falhas na implantação do embrião e abortamento; ou o desenvolvimento dos folículos ovarianos, estruturas em que ficam armazenados os óvulos imaturos, impedindo que eles desenvolvam, amadureçam e rompam liberando seu óvulo na ovulação, resultando em distúrbios como ovulação irregular (oligovulação) ou ausente (anovulação).

Dessa forma, mesmo quando está localizada apenas no peritônio intestinal, pode interferir na fertilidade das mulheres. Em estágios mais avançados, por outro lado, quando já invadir profundamente os outros órgãos reprodutores, ovários e tubas uterinas, os danos à saúde reprodutiva são ainda maiores.

Tratamento e reprodução assistida

O tratamento da endometriose pode ser feito por medicamentos, cirurgia ou por técnicas de reprodução assistida. Entre os critérios considerados para a definição da abordagem mais adequada em caso, estão a severidade dos sintomas o desejo da mulher de engravidar no momento.

Se os sintomas forem mais leves e não houver o desejo, são prescritos medicamentos hormonais para interromper a menstruação, minimizando a exposição ao estrogênio, aliviando-os.

Nos casos em que são mais graves e/ou a mulher com infertilidade desejar engravidar, é indicada a cirurgia para remoção dos implantes, de endometriomas, um tipo de cisto que se forma nos ovários em estágios moderados e graves e aderências resultantes do processo inflamatório.

Se a mulher desejar engravidar, a reprodução assistida pode ser a escolha inicial, de acordo com caso, ou segunda opção quando os tratamento primários não são bem-sucedidos.

Duas técnicas geralmente são indicadas, a relação sexual programada (RSP) e a fertilização in vitro (FIV). A RSP pode proporcionar a gravidez nos casos em que a doença provocou apenas distúrbios ovulatórios mais leves (oligovulação). Por prever a fecundação como na gestação espontânea, por relação sexual e nas tubas uterinas, elas e os espermatozoides do parceiro devem estar saudáveis.

Enquanto na FIV a fecundação é realizada em laboratório com posterior transferência dos embriões formados diretamente ao útero materno. Assim, permite o tratamento mesmo quando há obstruções tubárias ou fatores de infertilidade mais graves, femininos ou masculinos.

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