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Endometriose e aderências: qual é a relação?

por Dr. Augusto Bussab



"Endometriose é uma condição médica que afeta cerca de uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva. Entretanto, infelizmente, ainda é frequentemente mal compreendida. Na endometriose, o tecido que normalmente reveste o útero (endométrio) cresce em locais fora do útero. Os locais de acometimentos mais […]"
Endometriose e aderências: qual é a relação?

Endometriose é uma condição médica que afeta cerca de uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva. Entretanto, infelizmente, ainda é frequentemente mal compreendida. Na endometriose, o tecido que normalmente reveste o útero (endométrio) cresce em locais fora do útero.

Os locais de acometimentos mais comuns incluem os ovários, o peritônio, as tubas uterinas e outros órgãos da pelve. Esse crescimento anormal de tecido desencadeia um processo inflamatório que pode causar uma série de sintomas, incluindo dor pélvica e infertilidade.

A endometriose é classificada como uma doença crônica, mas, embora não exista uma cura definitiva, existem muitas opções de tratamento disponíveis para melhorar os sintomas. Para isso, é fundamental entender cada caso de endometriose é único, o que significa que o que funciona para uma mulher pode não funcionar para outra. Por isso, o tratamento deve ser sempre individualizado, principalmente nos casos de dificuldade para engravidar.

Neste post, vamos explorar uma das complicações mais comuns da endometriose: as aderências. Elas dificultam ainda mais a fertilidade da mulher e precisam ser tratadas. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post!

O que é endometriose?

Endometriose é uma doença crônica que ocorre quando o endométrio, o tecido que normalmente reveste o interior do útero, cresce fora dele. Com isso, ela pode causar dor pélvica crônica, dor no período menstrual (dismenorreia), infertilidade, dor durante as relações sexuais, dificuldade para evacuar e para urinar.

Causas da endometriose

As causas exatas da endometriose ainda são desconhecidas, mas existem várias teorias. Uma das mais aceitas é a teoria da menstruação retrógrada. Ela sugere que, durante a menstruação, parte do tecido uterino reflui para as tubas uterinas e para a cavidade pélvica, em vez de sair do corpo através da menstruação.

No entanto, 90% das mulheres têm episódios de menstruação retrógrada, mas a endometriose está presente em apenas 10% da população feminina. Então, outros fatores possivelmente desempenham um papel no surgimento da doença.

Por exemplo, a teoria imunológica da endometriose propõe que a doença surja quando o sistema imunológico não consegue eliminar adequadamente as células endometriais que se deslocam para fora do útero, permitindo que elas se implantem em outros locais. Além disso, a resposta inflamatória induzida pela presença de tecido endometrial fora do útero pode piorar os sintomas e promover o desenvolvimento de aderências.

Tipos de endometriose

Existem três tipos principais de endometriose:

  • Endometriose peritoneal superficial: os implantes de endometriose se instalam no peritônio (o revestimento do abdômen), mas não se infiltram muito abaixo da superfície do órgão;
  • Endometrioma: ocorre quando a endometriose forma cistos grandes nos ovários;
  • Endometriose profunda infiltrante (DEI): parte da literatura a considera a forma mais grave da doença, pois as lesões se infiltram no tecido dos órgãos pélvicos com mais de 0,5 centímetros de profundidade.

O que são aderências?

Aderências, também conhecidas como sinequias, são faixas de tecido cicatricial que podem formar-se entre tecidos e órgãos no corpo. Elas podem se desenvolver como uma resposta natural do corpo a inflamações causadas por doenças, cirurgias, traumas ou exposição à radiação.

Aderências e Endometriose

As aderências são uma complicação relativamente comum da endometriose. A presença do tecido endometrial provoca uma resposta inflamatória, que pode lesionar os tecidos saudáveis próximos aos implantes. Assim, o corpo pode formar aderências na tentativa de curar esses locais inflamados.

As aderências pélvicas podem levar a várias alterações na anatomia dos órgãos pélvicos, como:

  • Restrição do movimento dos órgãos: elas podem limitar o movimento normal dos órgãos pélvicos, como o útero, os ovários, as tubas uterinas e o intestino. Isso pode levar a uma redução da mobilidade deles, resultando em desconforto, dor e disfunção;
  • Deslocamento dos órgãos elas podem deslocar os órgãos pélvicos de sua posição anatômica normal. Por exemplo, as aderências podem causar a fixação do útero a estruturas próximas, levando a um posicionamento anormal;
  • Obstrução das tubas uterinas: elas também podem causar obstrução tubária parcial ou completa. Isso pode dificultar a passagem dos óvulos liberados pelos ovários em direção ao útero, aumentando o risco de infertilidade e de gravidez ectópica;
  • Distorção da anatomia uterina: elas podem alterar a forma do útero, causando distorções na sua anatomia. Isso pode levar a complicações durante a gravidez, como aumento do risco de aborto espontâneo, parto prematuro ou restrição de crescimento fetal. Por isso, quando diagnosticadas, as aderências geralmente devem ser tratadas antes de procedimentos de reprodução assistida.

O tratamento de aderências relacionadas à endometriose pode envolver cirurgia para destruir ou remover as aderências. No entanto, a cirurgia também pode, paradoxalmente, levar à formação de mais aderências. Por isso, a indicação do procedimento dependerá de cada caso individual. Além disso, deve preferir realizá-la com uma técnica minimamente invasiva, como a laparoscopia.

Endometriose e reprodução assistida

Felizmente, existem várias técnicas de reprodução assistida que podem ajudar as mulheres com endometriose a conceber, como:

  • Inseminação intrauterina (IIU): é um procedimento relativamente simples que pode ser eficaz para mulheres com endometriose Nele, o sêmen é coletado, preparado em laboratório e inseridos diretamente no útero da mulher após a estimulação da ovulação;
  • Fertilização in vitro (FIV): é frequentemente o tratamento de escolha para mulheres com endometriose moderada a grave, especialmente quando outros tratamentos não foram bem-sucedidos. A FIV envolve a estimulação dos ovários da mulher para produzir múltiplos óvulos. Eles são, então, coletados e fertilizados com espermatozoides em laboratório. Os embriões resultantes são cultivados e podem ser criopreservados ou transferidos para o útero.

Escolher um ginecologista experiente é de extrema importância no tratamento da endometriose e das aderências pélvicas. Essas condições requerem um plano terapêutico personalizado e cuidadoso, pois são complexas e podem afetar significativamente a qualidade de vida das pacientes.

Quer saber mais sobre a fertilização in vitro? Confira nosso artigo completo sobre o tema!


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