Trombofilia é uma condição médica que aumenta a probabilidade de o sangue coagular, aumentando o risco de formação de coágulos obstrutivos (trombos) no corpo. A trombofilia pode ser hereditária (genética) ou adquirida.
A trombofilia hereditária é causada por mutações que são passadas de pais para filhos. Já a trombofilia adquirida geralmente ocorre como resultado de uma condição médica subjacente ou de um fator ambiental. Os coágulos sanguÃneos podem ocorrer em qualquer parte do corpo e podem ser muito perigosos, dependendo de onde se formam.
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Como suspeitar de trombofilia?
O diagnóstico de trombofilia geralmente não é simples, porque a maioria das pessoas com esta condição não apresenta sintomas até que ocorra um coágulo sanguÃneo. No entanto, há certos sinais, sintomas e fatores que podem sugerir a possibilidade de trombofilia:
- Histórico familiar: ter parentes de primeiro grau que apresentaram coágulos sanguÃneos sem uma causa óbvia (como cirurgia e imobilização prolongada) pode sugerir uma predisposição genética à trombofilia;
- Coágulos sanguÃneos prévios: se você já teve embolia ou trombose sem uma causa clara, isso pode ser uma indicação de trombofilia;
- Complicações da gravidez: em algumas mulheres, a trombofilia pode manifestar-se durante a gravidez com complicações como pré-eclâmpsia, crescimento intrauterino restrito, aborto espontâneo recorrente ou morte fetal intraútero;
- Coágulos sanguÃneos em locais incomuns: a formação de coágulos sanguÃneos em locais pouco comuns, como as veias do fÃgado e o intestino, pode sugerir trombofilia;
- Idade e localização do coágulo: A formação de coágulos sanguÃneos em pessoas jovens ou em locais incomuns pode sugerir uma condição de coagulação anormal como a trombofilia.
Se você suspeita que possa ter trombofilia, deve consultar um médico. Testes de sangue podem ser realizados para identificar alterações em certos genes e proteÃnas que afetam a coagulação do sangue.
Como é o processo de diagnóstico da trombofilia?
O diagnóstico de trombofilia geralmente é feito a partir de uma avaliação clÃnica em combinação com exames de sangue que identificam anormalidades na coagulação. O processo geralmente inclui as seguintes etapas:
- Anamnese: o médico recolherá informações sobre o seu passado médico, incluindo qualquer histórico de coágulos sanguÃneos. Ele também perguntará sobre o histórico de coágulos sanguÃneos na sua famÃlia, pois a trombofilia pode ser hereditária;
- Exames fÃsicos: embora a trombofilia em si não possa ser diagnosticada através de um exame fÃsico, o médico pode procurar sinais de coágulos sanguÃneos, como inchaço, vermelhidão ou calor em uma perna ou braço;
- Exames de sangue: esses exames são usados para identificar quaisquer anormalidades na coagulação do sangue.
Quais testes podem ser realizados para investigar a trombofilia?
Alguns dos testes que podem ser realizados incluem:
- Contagem de plaquetas: avalia o número de plaquetas no sangue, que são células vitais para a coagulação;
- Tempo de protrombina (PT) e Tempo de tromboplastina parcial ativada (aPTT): medem quanto tempo leva para o sangue coagular;
- Teste de dÃmero D: pode ajudar a identificar a presença de um coágulo sanguÃneo. No entanto, um resultado positivo não é especÃfico para trombofilia, pois o dÃmero D pode estar elevado em várias outras condições;
- Anticorpos antifosfolipÃdeos: testes, como anticardiolipina e anticoagulante lúpico são feitos se houver suspeita de sÃndrome antifosfolipÃdica, uma forma de trombofilia adquirida;
- Teste de resistência à proteÃna C ativada (RPCA): é feito para detectar a presença de fator V de Leiden, uma mutação genética comum que aumenta o risco de formação de coágulos sanguÃneos;
- Testes genéticos: em alguns casos, podem ser realizados testes genéticos para procurar mutações que aumentam o risco de coágulos sanguÃneos, como a mutação do gene da protrombina;
- Avaliação de proteÃnas especÃficas: nÃveis de proteÃnas, como proteÃna C, proteÃna S e antitrombina III, relacionadas à coagulação do sangue, podem ser avaliados.
Esses testes geralmente são realizados em laboratórios especializados, e os resultados são interpretados juntamente com a história clÃnica do paciente. A maioria deles requer que o paciente esteja fora de anticoagulantes, uma vez que esses medicamentos podem interferir nos resultados. Além disso, é importante notar que os testes nem sempre são conclusivos e que nem todos os pacientes com trombofilia têm um teste anormal.
Trombofilia, reprodução assistida e gestação
Como vimos, a trombofilia é uma condição que pode estar associada a complicações na gravidez. No entanto, a relação entre trombofilia e infertilidade feminina (definida como a incapacidade de conceber após um ano de tentativas sem contracepção) ainda é um tema de debate na literatura médica.
Acredita-se que a trombofilia possa levar a problemas com a formação e o desenvolvimento da placenta. Isso, por sua vez, pode resultar em aborto espontâneo antes de a paciente sequer suspeitar de uma gestação. Além disso, os coágulos sanguÃneos podem interferir no fluxo sanguÃneo para o útero ou para os ovários, potencialmente afetando a fertilidade.
Quando se trata de técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), em mulheres diagnosticadas com trombofilia, o plano de tratamento geralmente é individualizado. Ele dependerá de fatores como a presença de sintomas, o histórico de trombose ou complicações em gestações anteriores.
Em alguns casos, pode ser recomendado o uso de anticoagulantes durante o tratamento de reprodução assistida ou durante a gravidez para reduzir o risco de formação de coágulos sanguÃneos e ajudar a melhorar os resultados da gravidez.
No entanto, o uso de anticoagulantes deve ser avaliado tendo em vista o risco potencial de sangramento de cada paciente. Além disso, a trombofilia durante a gravidez geralmente envolve o acompanhamento em pré-natal de alto risco com consultas mais frequentes.
Lembre-se, a gestão da trombofilia em qualquer contexto, incluindo a reprodução assistida, deve ser feita sob o cuidado de um médico com experiência em distúrbios de coagulação e medicina reprodutiva. Isso garante que ele tenha um olhar mais sensÃvel para as necessidades especiais de pacientes com a condição.
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