A síndrome dos ovários policísticos, que podemos chamar pela sigla SOP, é uma condição bastante complexa e que pode ter repercussões negativas na vida da mulher. As consequências dessa endocrinopatia incluem desde baixa autoestima devido às alterações estéticas até infertilidade. Além disso, há o risco aumentado para diabetes, dislipidemia e doenças cardiovasculares.
A SOP afeta uma importante fração de mulheres em idade fértil, mas muitas não buscam diagnóstico e tratamento porque desconhecem essa condição e seus possíveis impactos. O fato de não causar sintomas de dor também retarda a procura por avaliação médica.
Pensando nisso, trouxemos informações relevantes para que você possa suspeitar de ter SOP. Confira!
O que é SOP?
A SOP é uma disfunção endócrina que afeta a mulher em vários aspectos. Sua prevalência é de 5% a 15% entre as mulheres que estão em idade reprodutiva. A doença é caracterizada por apresentações clínicas de hiperandrogenismo e irregularidades menstruais.
Hiperandrogenismo na SOP é o termo que se refere ao aumento nos níveis de hormônios andrógenos (masculinos) no corpo feminino. Há uma série de sintomas que indicam essa alteração. Exames laboratoriais também podem identificar o problema.
O nome “síndrome dos ovários policísticos” pode levar a entender que tal condição tem origem nos ovários. No entanto, é uma endocrinopatia, isto é, uma alteração do sistema endócrino que prejudica as funções ovarianas em razão do excesso de andrógenos.
Os ovários são os órgãos responsáveis pelo armazenamento e desenvolvimento dos óvulos. O nível elevado de andrógenos interfere na síntese dos hormônios femininos e na foliculogênese — processo que leva ao crescimento folicular e à ovulação.
As causas da SOP estão relacionadas a alterações hormonais, hiperinsulinemia (resistência aumentada à insulina), fatores genéticos e até estilo de vida — mulheres sedentárias e com obesidade são mais propensas a desenvolver essa condição.
Afinal, como saber se tenho SOP?
Como já esclarecemos, a SOP não desencadeia sintomas dolorosos, de forma que muitas portadoras convivem com essa alteração endócrina sem tanto incômodo e, assim, protelam a avaliação médica. Entretanto, é de grande importância que a mulher fique atenta aos sinais da síndrome e busque o diagnóstico para evitar as consequências dessa disfunção.
Veja, então, o que você pode fazer para saber se tem SOP!
Observe os sinais e sintomas
As manifestações da SOP estão relacionadas ao hiperandrogenismo. O excesso de hormônios masculinos pode desencadear alterações estéticas como:
- acne;
- seborreia;
- alopecia (queda de cabelo);
- hirsutismo (crescimento de pelos com padrão masculino em áreas faciais e corporais).
Irregularidades menstruais também sinalizam a SOP. Mulheres com essa condição podem apresentar oligomenorreia ou amenorreia — respectivamente, períodos menstruais infrequentes ou ausência de menstruação.
Outro importante sinal de SOP é a infertilidade feminina. Trata-se da maior causa de infecundidade por anovulação (ausência de ovulação). A disfunção ovulatória ocorre porque o excesso de androgênios aumenta a sensibilidade dos folículos ao estímulo do hormônio folículo-estimulante (FSH), secretado pela glândula hipófise.
Isso faz com que vários folículos comecem a se desenvolver, mas não há dominância folicular e nenhum deles chega a ovular. Assim, os folículos não ovulados formam microcistos que podem ser vistos com um exame de ultrassonografia.
Realize o acompanhamento médico para diagnóstico
Além do ultrassom que revela os ovários policísticos, a avaliação diagnóstica da SOP inclui exames laboratoriais que dão a certeza de ter a condição. Análises de sangue comprovam as alterações hormonais associadas ao quadro de hiperandrogenismo.
O acompanhamento médico também é necessário para identificar e tratar as repercussões clínicas da SOP, como diabetes, dislipidemia (colesterol elevado) e esteatose hepática (gordura no fígado).
A obesidade é outra condição frequentemente relacionada à SOP. O tecido adiposo é um dos tecidos periféricos que participam do metabolismo da testosterona, principal hormônio andrógeno. O aumento da gordura abdominal, além de impactar a autoestima da mulher, aumenta os riscos cardiovasculares.
A paciente com SOP é orientada a adotar novos hábitos de vida como forma de complementar o tratamento clínico. A redução de 10% do peso corporal pode ajudar a diminuir os níveis de hormônios andrógenos. Assim, os riscos metabólicos também reduzem, a ovulação se torna mais regular e a mulher tem mais chances de engravidar espontaneamente.
É possível tratar a SOP e engravidar?
O tratamento da SOP depende dos objetivos reprodutivos da paciente. Mulheres que não têm planos imediatos de gravidez podem fazer uso de anticoncepcionais hormonais para normalizar a menstruação e reduzir a policistose ovariana. Medicamentos antiandrogênicos também são importantes para diminuir as manifestações de hiperandrogenismo.
Já as pacientes que querem engravidar podem contar com os tratamentos de reprodução assistida. Se o casal apresentar apenas a disfunção ovulatória como fator de infertilidade, realiza-se a indução da ovulação associada às técnicas de baixa complexidade — relação sexual programada ou inseminação artificial.
Quando a investigação da infertilidade conjugal revela outros fatores além da SOP, a fertilização in vitro (FIV) também é uma opção para chegar à gravidez.
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