Dr. Augusto Bussab | Reprodução Humana | WhatsApp
Ebook SOP Baixe agora o e-book sobre Síndrome dos Ovários Policísticos e entenda tudo sobre essa doença! Clique Aqui!
Ficou com alguma dúvida? Agende sua consulta agora! Clique Aqui!

Como saber se tenho pólipo endometrial?

por Dr. Augusto Bussab



"Essencial para a reprodução humana, o útero é o órgão responsável por abrigar o futuro bebê durante toda a gestação. Em formato de pera invertida, muscular e oco, tem três camadas. A externa, chamada perimétrio, a intermediária, o miométrio e a interna, o endométrio. O […]"
Como saber se tenho pólipo endometrial?

Essencial para a reprodução humana, o útero é o órgão responsável por abrigar o futuro bebê durante toda a gestação. Em formato de pera invertida, muscular e oco, tem três camadas. A externa, chamada perimétrio, a intermediária, o miométrio e a interna, o endométrio.

O endométrio é um tecido epitelial altamente vascularizado, que reveste a cavidade uterina. Nele, ocorre a implantação do embrião, evento que marca o início do processo gestacional. Para recebê-lo, é preparado durante os ciclos menstruais pelos hormônios sexuais femininos, estrogênio e progesterona.

Se a fecundação não ocorrer, o endométrio descama provocando a menstruação, iniciando um novo ciclo de desenvolvimento. Algumas vezes, as células podem se desenvolver de forma desordenada, originando o pólipo endometrial, tumor benigno que pode crescer e/ou espalhar pela cavidade uterina e raramente evolui para malignização.

Em maior número ou tamanho, podem interferir na fertilidade feminina, por isso é importante diagnosticá-los precocemente.

Continue a leitura até o final para saber como o pólipo endometrial é identificado, interferências que pode causar na fertilidade e tratamentos indicados. Confira!

Sintomas de pólipo endometrial

O pólipo endometrial é uma doença estrogênio-dependente, ou seja, assim como o endométrio normal, se desenvolve motivado pela ação desse hormônio. Pode ser séssil ou pediculado, quando se fixa por um talo que o sustenta, e tem tamanhos que variam de poucos milímetros a alguns centímetros.

Embora os pólipos sejam assintomáticos na maioria dos casos, em maior número ou tamanho (podem ser únicos ou múltiplos) tendem a causar um processo inflamatório e, assim, a manifestação de diferentes sintomas, um importante alerta para suspeitar da doença.

O mais comum é o sangramento anormal, porém também pode provocar cólicas intensas, além de infertilidade. Veja abaixo os principais:

  • sangramento entre os períodos menstruais;
  • aumento do fluxo menstrual;
  • sangramento e dor durante as relações sexuais;
  • sangramento após a menopausa;
  • cólicas intensas durante o período menstrual;
  • infertilidade.

A causa exata de pólipo endometrial ainda não é conhecida, no entanto, diferentes estudos atribuem a proliferação anormal das células ao desequilíbrio de estrogênio e apontam como risco alguns fatores, incluindo genética e obesidade.

Infertilidade

A infertilidade é o principal sintoma do pólipo endometrial, que pode afetar a receptividade do endométrio, quando o tecido se encontra devidamente preparado para receber o embrião, resultando em falhas de implantação e abortamento, muitas vezes de repetição.

Alterações na receptividade endometrial surgem como consequência do processo inflamatório, que também pode levar à formação de aderências. Quando estão próximas à porção das tubas uterinas que se liga ao útero, podem causar obstruções e impedir a passagem dos espermatozoides para fecundar o óvulo.

Pólipos maiores ou mais numerosos tendem a causar, ainda, distorções na anatomia uterina, dificultando ou impedindo o desenvolvimento fetal e da gestação, da mesma forma que aumentam o risco de hemorragia durante o parto.

Como saber se tenho pólipo endometrial?

Apesar de os sintomas serem um importante alerta para a presença do pólipo endometrial, por sua característica assintomática a doença geralmente é descoberta de forma incidental, durante exames de rotina ou investigação das causas da dificuldade reprodutiva.

Porém, quando há suspeita o diagnóstico deve ser de exclusão, ou seja, outras doenças estrogênio-dependentes, que também causam sintomas semelhantes, devem ser descartadas, ao mesmo tempo que a presença de pólipos é confirmada.

Normalmente, o exame inicial é a ultrassonografia transvaginal, realizada ainda durante a primeira consulta. No entanto, o exame considerado padrão-ouro para o diagnóstico de pólipos é a vídeo-histeroscopia ginecológica, que pode ser primária ou complementar.

Utiliza um aparelho ótico com uma câmera incorporada chamado histeroscópio. Introduzido pela vagina, possibilita a iluminação adequada do espaço investigado e a transmissão em tempo real do procedimento para um monitor.

Assim, é possível ter uma percepção mais detalha da cavidade uterina, confirmando a presença de pólipos e descartando a de outras massas, como os miomas submucosos, que crescem próximos ao endométrio e são o tipo mais associado à infertilidade feminina.

A vídeo-histeroscopia permite também a realização de biópsia para avaliar o potencial de malignização do pólipo endometrial, ainda que a ocorrência seja mais rara.

Tratamento e reprodução assistida

O tratamento de pólipo endometrial considera o tamanho, a quantidade, a gravidade dos sintomas e o desejo reprodutivo da paciente. Pólipos pequenos, normalmente assintomáticos, tendem e regredir naturalmente, dessa forma, devem apenas ser observados periodicamente.

Quando são maiores ou mais numerosos e causam sintomas mais dolorosos, o tratamento pode ser hormonal ou cirúrgico. Os medicamentos hormonais têm como objetivo suspender menstruação e, assim, a exposição ao estrogênio, induzindo a uma diminuição da quantidade e do tamanho dos pólipos.

Contudo, por terem um efeito contraceptivo, não são indicados para as mulheres que têm o desejo engravidar no momento. Para esses casos, ou se os pólipos provocarem infertilidade e abortamento recorrente, a abordagem passa a ser cirúrgica para removê-los.

O procedimento, chamado polipectomia, geralmente é realizado por vídeo-histeroscopia cirúrgica. Por possibilitar uma visualização mais detalhada da cavidade uterina, torna mais fácil a separação total dos pólipos e a remoção. A separação parcial, pode resultar em novo crescimento.

Boa parte das mulheres consegue engravidar após a remoção. Porém, se não houver sucesso, a reprodução assistida ajuda aumentar as chances de ter filhos biológicos.

A técnica mais indicada é a fertilização in vitro (FIV), em que a fecundação acontece em laboratório e os embriões são posteriormente transferidos ao útero materno.

Na FIV, o endométrio pode ser preparado por medicamentos hormonais, os embriões congelados e transferidos apenas no ciclo seguinte, quando estiver receptivo. O período de maior receptividade pode ser confirmado ainda pelo teste ERA, que analisa os genes envolvidos no ciclo endometrial, determinando-o com bastante precisão.

Os percentuais de sucesso gestacional proporcionado pela FIV são os mais altos da reprodução assistida.

Quer saber mais sobre infertilidade feminina e doenças que podem resultar no problema? Siga o link!


Se inscrever
Notificação de
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Pr¨®xima leitura
Mórula, embrião e blastocisto: qual é a relação?

A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]

Ler mais...