Se após um ano de relações sexuais desprotegidas, o casal não tiver conseguido a gravidez, homem ou mulher podem ser inférteis, um problema que afeta milhares de casais no mundo todo.
A infertilidade masculina é responsável por 20% a 40% dos casos de infertilidade conjugal. Pode ser provocada por diferentes condições, entre elas a azoospermia.
Neste artigo, explicamos mais sobre a azoospermia, como diagnosticá-la e tratá-la. Confira!
O que é azoospermia e quais são os principais sintomas?
Azoospermia é a ausência de espermatozoides no sêmen. Ou seja, os gametas masculinos, produzidos pelos testÃculos, não estão presentes no sêmen ejaculado durante a relação sexual. Â
O principal sinal de azoospermia é a incapacidade de concepção. Além disso, sintomas associados à infertilidade masculina incluem:
- Problemas com a função sexual – por exemplo, dificuldade com a ejaculação ou pequenos volumes de fluido ejaculado, desejo sexual reduzido ou dificuldade em manter uma ereção (disfunção erétil);
- Dor, inchaço ou nódulo na região dos testÃculos;
- Crescimento anormal da mama (ginecomastia);
- Diminuição de pelos faciais, corporais e outros sinais de anomalia cromossômica ou hormonal;
- Baixa contagem de espermatozoides no sêmen.
Como é diagnosticada a azoospermia?
Para diagnosticar a azoospermia, o homem precisa realizar o espermograma. Recomendamos que sejam feitas pelo menos duas análises de sêmen.
A azoospermia é constatada quando, em nenhuma das duas análises, há espermatozoides nas amostras de fluido seminal.
Como parte do diagnóstico, o médico também deverá considerar o histórico médico do paciente, incluindo as seguintes situações:
- Histórico de fertilidade (sucesso ou falha no passado);
- Doenças da infância;
- Lesões ou cirurgias na região pélvica (que podem causar obstrução do ducto ou fornecimento insuficiente de sangue aos testÃculos);
- Infecções do trato urinário ou reprodutivo;
- Infecções sexualmente transmissÃveis (ISTs);
- Exposição à radiação ou quimioterapia;
- Qualquer uso de medicamentos – atualmente ou no passado;
- Abuso de substâncias como álcool, maconha ou outras drogas;
- Febres recentes ou exposição excessiva ao calor;
- Histórico familiar de defeitos congênitos, transtornos mentais, dificuldade de reprodução ou fibrose cÃstica.
O médico também fará um exame fÃsico e verificará:
- Tamanho e forma dos órgãos reprodutores;
- Conteúdo do pênis e escroto;
- O ducto deferente que conduz os espermatozoides;
- Sensibilidade ou inchaço do epidÃdimo;
- A presença ou ausência de varicocele;
- Obstrução do ducto ejaculatório.
De acordo com os resultados, poderá solicitar ainda os seguintes exames:
- Medição dos nÃveis de hormônios, como testosterona e hormônio folÃculo-estimulante (FSH);
- Teste genético;
- Raios-X ou ultrassonografia dos órgãos reprodutivos para verificar problemas com a forma e o tamanho, a presença de tumores, bloqueios, ou se a quantidade de sangue está adequada;
- Imagem do cérebro para identificar distúrbios do hipotálamo ou hipófise.
Quando o tamanho dos testÃculos e os nÃveis hormonais estão normais, uma biópsia (amostragem de tecido) dos testÃculos é feita para análise. O objetivo é saber se a azoospermia é obstrutiva ou não obstrutiva.
Cerca de 1% dos homens sofrem com essa condição. Já a taxa entre os homens inférteis varia entre 10% e 15%.
O que provoca a azoospermia?
A azoospermia pode ser provocada por problemas que impedem a produção de espermatozoides pelos testÃculos ou a sua ejaculação. Existem três tipos principais de azoospermia:
Azoospermia pré-testicular: quando os testÃculos são normais, mas não há produção de espermatozoides. Pode ser provocado por baixos nÃveis hormonais, problemas genéticos, distúrbios do hipotálamo ou glândula pituitária, estimulados ​​por tratamentos de radiação e por alguns medicamentos, especialmente os utilizados em tratamentos de quimioterapia. Classificado como não obstrutivo, esse tipo, entretanto, é bastante raro.
Azoospermia testicular: quando danos nos testÃculos impedem a produção normal de espermatozoides, o que pode ser ocasionado por diferentes condições:
- Infecção no trato reprodutivo, como epididimite e uretrite;
- Doença infantil, entre elas a orquite papeira (testÃculos inflamados causados ​​por caxumba no final da puberdade);
- Lesões na virilha;
- Câncer ou seus tratamentos;
- Condições genéticas, incluindo a sÃndrome de Klinefelter;
- Doenças como diabetes, cirrose ou insuficiência renal;
- Cirurgia;
- Varicocele (veias do testÃculo dilatadas).
A azoospermia testicular também é classificada como não obstrutiva.
Azoospermia pós-testicular ou obstrutiva: problemas com ejaculação ou uma obstrução no trato reprodutivo impedem que o espermatozoide seja transportado para o lÃquido seminal. Ocorre em cerca de 40% dos homens com azoospermia. Pode ser causado por:
- Uma obstrução ou ausência de conexão no epidÃdimo – ducto que coleta e armazena os espermatozoides produzidos –, ducto deferente ou em outro local do sistema reprodutivo;
- Quando o paciente sofreu uma vasectomia;
- Ejaculação retrógrada: quando o sêmen não é ejaculado durante um orgasmo e retrocede;
- Infecção;
- Crescimento de um cisto.
Nos homens com baixa ou nenhuma produção de espermatozoides, a herança genética é responsável por um percentual entre 10% e 15%. Defeitos nos cromossomos podem afetar o número, a forma e o tamanho dos espermatozoides.
Como é tratada a azoospermia?
O objetivo principal do tratamento da azoospermia é restituir a capacidade de fecundação. Nos casos de azoospermia obstrutiva, a reconstrução ou reconexão de ductos obstruÃdos ou desconectados pode ser realizada por meio de microcirurgias. Isso é feito na reversão de vasectomia, por exemplo. Já os tratamentos hormonais podem solucionar casos em que o problema é a baixa produção de hormônios.
Quando isso não é possÃvel, os espermatozoides são coletados diretamente dos testÃculos ou dos epidÃdimos com a utilização de uma agulha para posterior utilização em processos de reprodução assistida (RA), tais como a fertilização in vitro (FIV). Esses procedimentos são chamados PESA, MESA, TESE e Micro-TESE e são importantes para a reprodução assistida.
O procedimento necessita de anestesia local, portanto, geralmente é realizado em um centro cirúrgico, embora o paciente possa ser liberado no mesmo dia. As taxas para uma gravidez bem-sucedida variam entre 25 e 65%.
Para os homens que tiveram quaisquer fatores que potencialmente afetam a produção de espermatozoides tratados e, ainda assim, permanecem azoospérmicos, a recuperação dos espermatozoides dos testÃculos pode ser eficaz em 30% a 70% dos casos, com taxas de gravidez entre 20% e 50%.
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