A infertilidade é um empecilho na vida de pessoas que desejam engravidar. Esse problema gera frustração e desconforto, mas hoje existem muitos recursos para tratar a condição. Entre as diferentes técnicas de reprodução assistida que têm como objetivo contornar a infertilidade, a que tem maiores taxas de sucesso é a fertilização in vitro (FIV), técnica de alta complexidade que tem sido cada vez mais realizada no mundo.
Um casal que tenha o sonho de ter filhos pode se frustrar ao perceber que, após certo tempo de relações regulares sem o uso de métodos contraceptivos, a gravidez não ocorre. Define-se como infertilidade a ausência da gestação após um ano de tentativas regulares sem a utilização de métodos de contracepção.
É comum que o casal procure um profissional para entender qual o problema. Após a realização de exames que buscam diagnosticar as causas da infertilidade, o médico pode indicar uma técnica de reprodução assistida a fim de potencializar as chances de que uma gravidez ocorra.
Saiba neste texto quando a FIV pode ser indicada e veja se você pode recorrer a ela.
O que é FIV?
O desenvolvimento de técnicas de reprodução assistida representou uma revolução no tratamento da infertilidade, permitindo que casais inférteis pudessem ter filhos. Entre os diferentes métodos existentes, o mais efetivo é a FIV.
Desenvolvida na década de 1970, o primeiro bebê fruto dessa técnica nasceu no ano de 1978. Devido à sua eficácia e segurança, é um dos métodos de reprodução assistida mais procurados por casais que desejam ter filhos, mas por algum motivo não conseguem, casais homoafetivos e pessoas solteiras.
Os primeiros procedimentos de FIV realizados foram voltados para mulheres inférteis por fatores tubários. No entanto, com a evolução da técnica, houve uma ampliação nas suas possibilidades de aplicação, resultante das melhorias de resultados e facilidade no tratamento.
Indicações da FIV
A FIV é indicada para pacientes que tenham problemas de infertilidade. Mulheres que sofram de doenças que afetem as tubas uterinas ou que tenham, por algum motivo, removido tais tubas, por exemplo, podem se beneficiar dessa técnica.
A FIV é indicada também para pacientes que foram submetidos a outras técnicas de reprodução assistida e não obtiveram sucesso. Pacientes com infertilidade por fatores graves, sejam eles femininos, como no caso das portadoras de endometriose, sejam masculinos, por exemplo homens que sofrem de azoospermia, podem ser submetidos à técnica a fim de obter a gravidez.
A qualidade dos gametas femininos e masculinos está relacionada ao sucesso da fecundação e do inÃcio da gestação em si, seja ela por métodos naturais, seja por meio da reprodução assistida. No caso de mulheres, a qualidade dos óvulos se relaciona com a idade, visto que, quanto mais velha for a mulher, menor é a qualidade.
Dessa forma, a fim de melhorar a qualidade dos óvulos em gestações de mulheres maduras, a FIV também pode ser indicada. Isso porque gametas de má qualidade podem causar diversos tipos de problemas, como falhas na implantação e a abortos espontâneos.
Pacientes com infecções sexualmente transmissÃveis (ISTs), como a clamÃdia, podem também ser submetidos à FIV para aumentar a probabilidade de uma gestação.
As técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade são suficientes para a resolução de problemas menos complexos. Para casos de maior complexidade, o médico pode indicar a realização da FIV.
É importante destacar que a indicação do tratamento sempre é individualizada. Fazemos uma avaliação ampla do casal para indicar o melhor tratamento e técnica de reprodução assistida.
Como é realizada?
A FIV é realizada em uma série de etapas. Em um primeiro momento, é feita a estimulação ovariana, em que a paciente é submetida a um tratamento com hormônios para estimular o amadurecimento dos folÃculos e a ovulação em si.
Pouco antes da ovulação, é feita a punção ovariana, ao mesmo tempo que a coleta dos espermatozoides. Esses gametas são manipulados em laboratório, o que permite escolher os de melhor qualidade para a etapa seguinte, a fecundação.
A fecundação é feita por injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ISCI). Na ICSI, cada espermatozoide é injetado dentro do citoplasma de cada óvulo disponÃvel, aumentando as chances de fecundação.
Os embriões formados são cultivados em laboratório por 2 a 5 dias. Durante esse perÃodo, eles são observados e podem ser realizados testes, como o PGT (teste genético pré-implantacional).
Por fim, são selecionados os melhores embriões para serem transferidos para o útero da mulher, o que pode ser feito em duas etapas: D3 (clivagem) ou D5 (blastocisto).
Falhas de FIV
O sucesso da FIV depende da qualidade embrionária, que por sua vez depende da qualidade dos gametas. Mesmo sendo uma técnica com altas taxas de sucesso, podem ocorrer falhas de implantação do embrião.
Essas falhas podem estar ligadas ao útero, em caso de doenças ou fatores que interfiram, por exemplo, no tecido endometrial, local no qual o embrião se implanta.
Taxas de sucesso
As taxas de sucesso da FIV são altas, sendo as maiores entre as técnicas de reprodução assistida. Entretanto, é necessário considerar fatores como a idade da paciente, que interfere na qualidade embrionária, entre outros.
Portanto, essas taxas de sucesso tendem a ser menores a partir dos 35 anos de idade.
A FIV é a técnica de reprodução assistida com maiores taxas de sucesso, sendo indicada para diversos casos. Sua realização depende da análise médica dos fatores de infertilidade.
Para mais informações, leia nosso artigo sobre essa técnica.
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