A infertilidade masculina pode ser provocada por diferentes fatores. Eles variam de alterações nos gametas masculinos, como a morfologia e motilidade, por exemplo, a doenças, processos infecciosos e defeitos genitais congênitos. Porém, a azoospermia é considerada a principal causa.
Azoospermia é uma patologia masculina caracterizada pela ausência de espermatozoides no fluÃdo seminal. Pode ser obstrutiva, quando um bloqueio impede o transporte dos gametas masculinos pelo lÃquido seminal, ou não obstrutiva, quando um problema provoca a diminuição da produção pelos testÃculos.
Em ambos os casos, no entanto, a azoospermia pode ser revertida a partir de tratamentos de reprodução assistida, em especial a FIV com ICSI (fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática de espermatozoides). O tratamento possibilita a recuperação dos gametas masculinos dos epidÃdimos ou testÃculos.
Conheça mais sobre a azoospermia e saiba como a condição pode ser revertida neste texto.
Tipos de azoospermia e as causas de cada um
Para entender melhor a azoospermia, é importante observar que a produção dos gametas masculinos acontece nos túbulos seminÃferos, localizados nos testÃculos. O processo é conhecido como espermatogênese, quando ocorre a divisão e diferenciação celular, originando os espermatozoides.
A azoospermia não obstrutiva, caracterizada por um problema que causa a diminuição na produção dos gametas masculinos, é classificada ainda como pré-testicular e testicular.
Na azoospermia não obstrutiva pré-testicular, embora os testÃculos sejam normais, eles não produzem espermatozoides. As causas podem ser genéticas ou hormonais. No entanto, esse tipo de azoospermia é raro.
A azoospermia não obstrutiva testicular, por outro lado, é principalmente provocada por danos nos testÃculos, que também interferem diretamente na produção dos gametas masculinos.
Entre as principais causas estão doenças, como a caxumba, diabetes e insuficiência renal, infecções, como epididimite e uretrite, lesões na virilha ou nos testÃculos e varicocele, condição em que há dilatação das veias que sustentam os testÃculos.
Já a azoospermia obstrutiva, também conhecida como pós-testicular, é o tipo mais comum de azoospermia, provocada por obstruções que impedem o transporte dos espermatozoides.
Elas ocorrem mais comumente no epidÃdimo, duto que coleta e armazena os espermatozoides após serem produzidos pelos testÃculos, no duto deferente, que conduz os gametas a partir do epidÃdimo, e duto ejaculatório, canal por onde passa o esperma.
Podem resultar de infecções, crescimento de cistos ou tumores e da ejaculação retrógada, quando o sêmen entra na bexiga em vez de ser ejaculado.
Fatores de risco, como superaquecimento dos testÃculos, estilo de vida e transtornos emocionais, também afetam a produção de espermatozoides.
Espermograma e outros métodos diagnósticos
Assintomática na maioria dos casos, a azoospermia geralmente é percebida após tentativas malsucedidas de engravidar a parceira. O primeiro exame para confirmar o diagnóstico é o espermograma.
O espermograma é o exame realizado para avaliar a fertilidade masculina. Possibilita a análise de diferentes parâmetros, entre eles a concentração e a quantidade de espermatozoides, que indicam problemas na produção dos gametas.
Além disso, a análise permite identificar outros problemas que também podem provocar infertilidade, como alterações na forma (morfologia) e motilidade (movimento) dos espermatozoides ou no sêmen, como viscosidade e pH. Dessa forma, também é importante para exclusão de outras causas.
O diagnóstico é posteriormente confirmado por outros exames, entre eles testes hormonais, para avaliar os nÃveis de hormônios sexuais masculinos, e exames de imagem, como raio-X e ultrassonografia, para identificar os bloqueios e se há presença de tumores.
Como é feita a reversão da azoospermia?
Nos casos em que a azoospermia é obstrutiva, os dutos obstruÃdos podem ser reconstruÃdos a partir de microcirurgias. Os tratamentos hormonais são indicados quando o problema é a baixa produção de hormônios, e a administração de antibióticos, se for provocado por infecções.
O objetivo principal é a restituição da capacidade reprodutiva. Se isso não acontecer, quando a azoospermia evoluiu e causou maiores danos ou é provocada por outras causas, a indicação é o tratamento por FIV com ICSI.
A FIV com ICSI surgiu na década de 1990 e revolucionou o tratamento de infertilidade masculina causada por fatores graves, como a azoospermia. A técnica possibilita a recuperação dos gametas masculinos por métodos cirúrgicos.
Na azoospermia obstrutiva, os gametas podem ser recuperados diretamente do epidÃdimo, com a utilização de duas técnicas: PESA e MESA.
A PESA, sigla em inglês para percutaneous epididymal sperm aspiration, ou aspiração percutânea de espermatozoides do epidÃdimo, como o nome indica, prevê a aspiração dos espermatozoides com a utilização de uma agulha fina conectada a uma seringa. O procedimento é realizado em ambiente laboratorial e requer apenas anestesia local.
A MESA, microsurgical epididymal sperm aspiration, ou aspiração microcirúrgica de espermatozoides do epidÃdimo, por ser de maior complexidade, possibilita a recuperação de uma quantidade maior de espermatozoides.
É realizada em ambiente hospitalar, com a utilização de anestesia local ou geral. O procedimento prevê uma incisão na bolsa escrotal para exposição dos testÃculos e túbulos seminÃferos. Os que contêm maior quantidade de lÃquido seminal são identificados e aspirados com o auxÃlio de um microscópio.
Na azoospermia não obstrutiva, os espermatozoides são recuperados diretamente dos testÃculos pelas técnicas TESE e micro-TESE. Na TESE (testicular sperm extraction), a recuperação é feita por biópsia aberta, também a partir de uma incisão na bolsa escrotal para expor os testÃculos e extrair os túbulos seminÃferos que podem conter espermatozoides, posteriormente avaliados em laboratório. O procedimento é repetido em diferentes locais e nos dois testÃculos, até que uma quantidade suficiente seja coletada.
Já a Micro-TESE (microdissection testicular sperm extraction), apesar de ser semelhante à TESE, se diferencia ao ser realizada com o auxÃlio de um microscópio, que permite melhor avaliação dos túbulos seminÃferos. Dessa forma, são identificados e coletados apenas os que possuem a presença de gametas ou quando possuem focos de espermatogênese.
Minimamente invasiva, possibilita a coleta de uma quantidade maior de gametas, com menores taxas de contaminação das amostras e danos de vascularização.
Ambos os procedimentos ocorrem em ambiente laboratorial, com a utilização de anestesia local.
Após serem coletados, cada espermatozoide é ainda individualmente avaliado com o auxÃlio de um microscópio de alta potência e resolução, antes de ser injetado no óvulo.
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