Muitos casais desejam engravidar, mas nem todos conseguem. Quando isso ocorre, a ajuda médica é essencial. O especialista em reprodução humana é o profissional indicado para ajudar o casal com a infertilidade conjugal e sugerir o tratamento necessário.
A primeira etapa do acompanhamento é a investigação da infertilidade, que tem inÃcio na entrevista realizada na primeira consulta e no exame fÃsico detalhado. Depois disso, o médico solicita exames de sangue e laboratoriais para identificar as possÃveis causas.
No caso das mulheres, são solicitados diferentes exames de imagem (ultrassonografia transvaginal, vÃdeo-histeroscopia, histerossalpingografia) que possam identificar malformações ou alterações na cavidade e nas tubas uterinas.
Neste post, vamos falar sobre uma dessas anomalias: a adenomiose uterina. Confira!
O que é adenomiose uterina?
Primeiro, é importante entender como os tecidos que formam a parede do útero são formados. A camada interna, mucosa que reveste o interior do útero, é o endométrio, onde o embrião se implanta para que a gestação se desenvolva. A intermediária é o miométrio, camada muscular que reveste o órgão. Já a parte externa é a serosa, que separa o útero dos outros órgãos da cavidade abdominal.
A adenomiose uterina é a condição na qual o tecido endometrial se desenvolve dentro do miométrio, incluindo as glândulas endometriais. Ela pode variar de pequenos pontos de crescimento glandular até extensas infiltrações nas paredes uterinas. É mais comum em mulheres entre 35 e 50 anos.
Qual a relação entre adenomiose uterina e infertilidade?
A adenomiose uterina pode ser uma das causas da infertilidade. O corpo entende a anomalia como uma lesão à parede do útero e desencadeia um processo de cicatrização, que aumenta a liberação de estradiol e prostaglandina. Como consequência, a progesterona (hormônio que está envolvido com o desenvolvimento do útero e a implantação do embrião) diminui.
A prostaglandina também aumenta a contratilidade do útero, o que pode acarretar abortos espontâneos. Além disso, a ação imune do corpo e a resposta inflamatória ficam exacerbadas, o que contribui para a falha de implantação e abortamentos.
Quais as suas causas?
As razões da adenomiose não são claramente compreendidas. Sabe-se que seu desenvolvimento depende da presença do estrogênio, por isso é comum que ela esteja presente com outras doenças que dependam desse hormônio (endometriose, miomas, pólipos, entre outras).
No entanto, algumas teorias defendem que as causas podem estar relacionadas a:
- trauma uterino, que leva ao rompimento da barreira entre as camadas;
- influência do uso de hormônios exógenos;
- formação irregular do útero.
Como é feito o diagnóstico?
A descoberta da adenomiose pode demorar para acontecer, pois, em grande parte dos casos, a alteração não provoca sintomas. Quando presentes, os sinais incluem cólicas uterinas fortes, crescimento do volume do útero e aumento do fluxo menstrual, com presença de coágulos.
O diagnóstico é feito com base na entrevista e nos resultados da ultrassonografia transvaginal, ressonância magnética e exame anatomopatológico para confirmação da doença (retirada de uma parte de tecido para análise).
Como é realizado o tratamento?
O tratamento depende da extensão da adenomiose no útero da mulher. Em casos extremos, a retirada do órgão é o indicado. Porém, quando a patologia está em grau leve, podem ser utilizados medicamentos anti-inflamatórios para a diminuição dos sintomas e da inflamação local, pÃlulas anticoncepcionais para controle da liberação hormonal e pequenas cirurgias locais.
A retirada do útero ocorre por meio da cirurgia de histerectomia, que pode ser parcial ou total, conforme a extensão da doença. O procedimento pode ser feito por meio da técnica vaginal, abdominal ou laparoscópica (cirurgia por vÃdeo feita com pequenas incisões no abdome).
O diagnóstico de adenomiose uterina exige acompanhamento por médico especialista, principalmente para as mulheres que desejam engravidar. Portanto, não deixe de fazer consultas periodicamente e seguir o tratamento indicado.
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