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Menopausa precoce: diagnóstico e reprodução assistida

por Dr. Augusto Bussab



"Diferente dos homens que produzem espermatozoides continuamente, durante toda a vida, as mulheres já nascem com uma quantidade de folículos armazenados nos ovários, bolsas que contêm o óvulo imaturo, para serem utilizados durante a fase fértil, o que é chamado de reserva ovariana. A fase […]"
Menopausa precoce: diagnóstico e reprodução assistida

Diferente dos homens que produzem espermatozoides continuamente, durante toda a vida, as mulheres já nascem com uma quantidade de folículos armazenados nos ovários, bolsas que contêm o óvulo imaturo, para serem utilizados durante a fase fértil, o que é chamado de reserva ovariana.

A fase fértil ou reprodutiva feminina inicia na puberdade, quando a primeira menstruação inaugura os ciclos menstruais. A cada ciclo, diversos folículos são recrutados, porém apenas um deles se desenvolve e amadurece liberando o óvulo na ovulação. Os que não desenvolveram são naturalmente eliminados.

Esse processo, coordenado por diferentes hormônios, se repete até que não existam mais folículos e os ovários entram em falência, o que é marcado pela última menstruação, fase em que a capacidade reprodutiva se encerra denominada menopausa.

A menopausa, portanto, é um evento fisiológico natural e normalmente ocorre entre os 45 e 50 anos. Porém, em alguns casos pode ocorrer mais cedo, o que é chamado de menopausa precoce.

A infertilidade é um dos sintomas das mulheres com menopausa precoce, embora outros, comuns ao processo natural, também possam se apresentar, o que contribui para diagnosticar a condição. A reprodução assistida, nesse caso, é uma alternativa importante se houver o desejo de engravidar.

Acompanhe o texto até o final e entenda mais sobre a menopausa precoce, como essa condição é diagnosticada e a técnica de reprodução assistida mais indicada para auxiliar a gravidez. Boa leitura!

O que é a menopausa precoce e quais as causas?

A menopausa precoce é uma condição em que os ovários entram em falência antes dos 40 anos, ou seja, sua função de produzir hormônios e liberar óvulos nos ciclos menstruais é comprometida. O principal sintoma é a ausência de menstruação ou amenorreia.

Também conhecida como falência ovariana precoce (FOP), pode ser motivada por diferentes fatores, o mais comum são distúrbios genéticos associados a alterações no cromossoma X, como a Síndrome de Turner, e doenças autoimunes associadas à tireoide, incluindo a tireoidite de Hashimoto, principal causa de hipotireoidismo.

No entanto, também pode ocorrer como consequência da remoção dos ovários, alterações metabólicas, hábitos de vida como a prática excessiva de exercícios físicos ou tabagismo e tratamento oncológicos, que podem causar danos permanentes à reserva ovariana.

Como a menopausa precoce é diagnosticada?

Os sintomas da menopausa precoce, semelhantes aos da natural, são um importante alerta para a condição. No entanto, nem todas as mulheres são sintomáticas, assim como eles podem se apresentar em momentos e intensidades diferentes. Por isso, geralmente a condição é diagnosticada quando há dificuldades para engravidar, durante os exames realizados para identificar as causas.

Quando a mulher apresenta sintomas os mais comuns são:

  • amenorreia;
  • fogacho (ondas de calor);
  • secura vaginal;
  • diminuição da libido;
  • irritabilidade;
  • alterações de humor;
  • dificuldades para dormir;
  • infertilidade.

Para ser considerada infértil, entretanto, é preciso haver pelo menos um ano de tentativas malsucedidas, sem o uso de qualquer método contraceptivo.

A suspeita de menopausa precoce é confirmada por exames de sangue e de imagem. Os exames de sangue avaliam os níveis dos hormônios envolvidos no ciclo menstrual, dosagem que deve ser feita durante algumas semanas, de acordo com a orientação médica. Níveis altos de FSH e baixos de estrogênio, por exemplo, são indicativos dessa condição.

O exame de imagem realizado é ultrassonografia transvaginal, que possibilita a contagem dos folículos pré-antrais e antrais, aqueles com capacidade para desenvolver e ovular. Os resultados indicam os níveis da reserva ovariana.

A menopausa precoce de origem genética, por outro lado, geralmente é diagnosticada na puberdade, quando não ocorre a primeira menstruação ou menarca. Nesse caso, é realizado o rastreio para identificar as possíveis causas ou confirmar históricos familiares.

O teste de gravidez também deve ser realizado como primeira opção para descartar essa possibilidade, uma vez que vários sintomas são comuns ao período gestacional, incluindo a ausência de menstruação.

Os sintomas da menopausa precoce podem ser controlados por medicamentos hormonais, porém eles nem sempre promovem a restauração da fertilidade e muitas vezes a infertilidade pode ser permanente, especialmente quando a condição demora a ser diagnosticada ou se os ovários forem removidos.

No entanto, mulheres que desejam engravidar podem contar com o auxílio da reprodução assistida.

Reprodução assistida

A técnica de reprodução assistida indicada quando a menopausa precoce provoca infertilidade permanente é a fertilização in vitro (FIV).

Nessa técnica, a fecundação é realizada em laboratório. Óvulos e espermatozoides são anteriormente coletados e selecionados e, posteriormente, cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulo por um micromanipulador de gametas, método conhecido como ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide).

Os embriões formados também se desenvolvem por alguns dias em laboratório, acomodados em incubadoras, e são transferidos diretamente ao útero materno.

Mulheres com menopausa precoce, que não podem engravidar com óvulos próprios podem recorrer à doação de óvulos ou ovodoação, técnica complementar ao tratamento. Os óvulos de doadoras são fecundados com os espermatozoides do parceiro, formando embriões posteriormente transferidos ao seu útero.

As doadoras podem ser anônimas, selecionadas nas clínicas de reprodução assistida de acordo com as características biológicas do casal, ou ser parentes de até quarto grau da paciente, como permite o CFM, Conselho Federal de Medicina, que regulamenta a reprodução assistida no Brasil. Segundo as regras do CFM, em ambos os casos não pode haver caráter lucrativo ou comercial.

A FIV também é opção para mulheres que vão ser submetidas a tratamentos oncológicos. Inicialmente, para congelar os óvulos antes que esses tratamentos iniciem, permitindo a gravidez no futuro. Para isso, são descongelados e usados na fecundação.

Os percentuais de sucesso gestacional proporcionados pela FIV são os mais altos da reprodução assistida, e não sofrem variações quando é realizada com óvulos doados, frescos ou congelados.

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