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Útero unicorno e fertilidade: qual a relação?

por Dr. Augusto Bussab



"Entenda o que é o útero unicorno e como a reprodução assistida pode ajudar mulheres com esse problema"
Útero unicorno e fertilidade: qual a relação?

O útero é um órgão muscular, em formato de pera, que tem como principal função abrigar o embrião – posteriormente feto – durante todo o seu desenvolvimento, até o momento do parto. A saúde do útero é, portanto, essencial não só para a gestação, como também para a fertilidade feminina.

A parte de baixo desse órgão tão importante é chamada de colo do útero e é ela que se liga ao canal vaginal, que faz a comunicação com o exterior do corpo da mulher. Já a parte de cima do útero é onde começam as duas trompas de Falópio (ou tubas uterinas), que fazem a conexão com os ovários.

Ainda durante o desenvolvimento do feto, no ventre da mãe, quando se formam os órgãos sexuais do bebê, podem ocorrer malformações no útero da menina. Uma dessas alterações é o útero unicorno, que consiste, de maneira geral, em um útero com a metade do tamanho normal e apenas uma trompa.

Neste artigo vamos falar sobre esse tipo de malformação e as implicações que ela pode ter na fertilidade da mulher e na gestação. Continue a leitura para saber mais.

O que é o útero unicorno?

O útero unicorno é uma malformação uterina em que o útero tem tamanho reduzido (cerca de metade das dimensões normais) e apenas uma tuba uterina ligando o útero a um ovário. A outra trompa pode ser inexistente ou se desenvolver na forma de um corno rudimentar, que pode ou não se comunicar com o exterior do útero.

A presença de apenas uma tuba que se comunica com um ovário pode, naturalmente, levar a dificuldades na concepção, porém essa condição não é sinônimo de infertilidade. A mulher com útero unicorno pode engravidar naturalmente, porém a gestação está sujeita a problemas diversos, causados sobretudo pelo tamanho reduzido do órgão.

Por que ocorre?

O útero unicorno ocorre por uma falha no desenvolvimento dos chamados ductos müllerianos ou ductos de Müller. Os embriões têm sempre dois desses ductos, sendo que, em determinado ponto do desenvolvimento intrauterino, nas meninas, eles formam as tubas uterinas, o útero e parte da vagina. O útero unicorno ocorre por um problema no desenvolvimento de um dos ductos müllerianos.

Esse tipo de malformação uterina é considerado incomum, correspondendo a 4,4% das anomalias relacionadas ao desenvolvimento dos ductos de Müller. Outros exemplos de malformações müllerianas são:

  • Útero septado: nesse tipo de malformação, a parte externa do útero tem aspecto normal, porém internamente existe um septo dividindo a cavidade uterina, total ou parcialmente;
  • Útero bicorno: ocorre quando há uma falha na fusão dos ductos de Müller e, assim como no útero septado, o órgão é dividido em dois. No entanto, essa divisão é visível também externamente, sendo que o útero tem formato mais semelhante ao de um coração do que ao de uma pera. Essa divisão também pode ser parcial ou total. Neste último caso, o quadro é chamado útero didelfo.

Complicações na gravidez

Entre os problemas mais frequentes na gestação de mulheres com útero unicorno estão abortamentos espontâneos, parto prematuro, gravidez ectópica, ruptura uterina e restrição do crescimento intrauterino.

Útero unicorno e reprodução assistida

As técnicas de reprodução assistida podem ajudar casais em que a mulher tem dificuldade para engravidar ou já teve abortos ou outras complicações durante a gestação devido ao útero unicorno ou outras malformações uterinas. Dependendo do caso, pode ser indicado o uso de um útero de substituição, popularmente conhecido como barriga de aluguel.

Para isso, a paciente deve se submeter a um tratamento de fertilização in vitro (FIV). Nessa técnica, a mulher passa por um processo e estimulação ovariana, com o objetivo de que ela produza mais de um óvulo naquele ciclo. Essa etapa deve ocorrer normalmente, uma vez que o útero unicorno não interfere no funcionamento dos ovários.

Quando os folículos ovarianos atingem o estágio de maturação necessário, eles são retirados em um procedimento de punção, em que são aspirados por meio de uma agulha muito fina. Ao mesmo tempo, os espermatozoides do parceiro são colhidos por meio da masturbação ou técnicas de recuperação espermática, se necessário.

A partir dos gametas femininos e masculinos já coletados, é realizada a fertilização em laboratório. Os embriões que resultarem desse processo ficam de três a cinco dias em cultivo para então serem transferidos ao útero.

Útero de substituição

Em uma FIV convencional, a transferência dos embriões é realizada para o útero da mesma paciente. No entanto, nos casos de malformação uterina, como o útero unicorno, a indicação pode ser a de transferir os embriões para um útero de substituição. De acordo com normas do Conselho Federal de Medicina (CFM), a mulher que ceder o útero para a gestação deve ser parente de até quarto grau de um dos parceiros e não pode haver uma relação comercial ou lucrativa envolvida.

Dessa forma, a reprodução assistida pode contribuir para aumentar as chances de uma paciente com útero unicorno ter um filho biológico. Para saber mais sobre a FIV, como ela é realizada e outras indicações da técnica, toque aqui.

 

 


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