Dr. Augusto Bussab | Reprodução Humana | WhatsApp
Ebook SOP Baixe agora o e-book sobre Síndrome dos Ovários Policísticos e entenda tudo sobre essa doença! Clique Aqui!
Ficou com alguma dúvida? Agende sua consulta agora! Clique Aqui!

TSH: o que é?

por Dr. Augusto Bussab



"Mensageiros químicos, os hormônios são produzidos pelas glândulas endócrinas e regulam diferentes processos corporais, como apetite, sono, crescimento e reprodução, por exemplo. O TSH é um desses hormônios e sua produção acontece em um sistema complexo, o eixo hipófise-hipotálamo-tireoide.  A hipófise, ou glândula pituitária, é […]"
TSH: o que é?

Mensageiros químicos, os hormônios são produzidos pelas glândulas endócrinas e regulam diferentes processos corporais, como apetite, sono, crescimento e reprodução, por exemplo. O TSH é um desses hormônios e sua produção acontece em um sistema complexo, o eixo hipófise-hipotálamo-tireoide. 

A hipófise, ou glândula pituitária, é uma pequena glândula em forma de feijão situada na base do cérebro, um pouco atrás do nariz e entre as orelhas, que responde pela secreção de hormônios importantes, entre eles o TSH. 

Enquanto o hipotálamo se localiza na base do encéfalo, centro do sistema nervoso, acima da hipófise e tem mais ou menos o tamanho de uma amêndoa. Controla a secreção hipofisária por sinais hormonais e nervosos.

Já a tireoide, uma das maiores glândulas do corpo humano, tem um formato semelhante ao de uma borboleta e fica localizada no pescoço, abaixo da laringe. 

Continue a leitura para saber o que TSH, como ele é produzido, qual a sua função, consequências do desequilíbrio desse hormônio para a fertilidade e tratamentos indicados. Confira!

O que é TSH?

TSH é a sigla em inglês para thyroid stimulating hormone, hormônio estimulante da tireoide, cuja função, como o nome indica, é estimular essa glândula a produzir outros dois hormônios, a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4), responsáveis por regular o metabolismo das células.

Entenda como o TSH é produzido no eixo hipófise-hipotálamo-tireoide:

  • Primeiro, o hipotálamo produz o hormônio liberador de tireotrofina (thyrotropin releasing hormone – TRH), que controla a hipófise e estimula a produção e liberação de TSH;
  • Em seguida, a hipófise passa, então, a produzir TSH, que ao ser liberado na corrente sanguínea se liga aos receptores da tireoide estimulando a produção de T3 e T4;
  • Quando os níveis desses dois hormônios atingem um certo limite, um feedback negativo é enviado para a hipófise interromper a produção de TSH. Esse ciclo ajuda a manter os níveis hormonais equilibrados.

O T4, tiroxina, é o hormônio responsável pelo metabolismo, humor e temperatura corporal, por exemplo. E, o T3, produzido pela conversão enzimática do T4 (desiodação), mantém o controle muscular, função e desenvolvimento do cérebro, do coração e sistema digestivo.

Os hormônios tireoidianos também desempenham uma papel importante no sistema reprodutor. Atuam no desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos, que contém os óvulos imaturos, na produção de espermatozoides e na implantação do embrião, quando se fixa ao endométrio, camada interna do útero, para dar início à gestação. 

Níveis desequilibrados dos hormônios T3 e T4 sinalizam para a liberação de quantidades maiores ou menores de TSH, provocando alterações e prejudicando a saúde reprodutiva de mulheres e homens, resultando em infertilidade feminina ou masculina. 

Infertilidade relacionada ao TSH

Quando a tireoide não produz uma quantidade suficiente de hormônios a condição é conhecida como hipotireoidismo e, ao contrário, quando a produção é muito alta, como hipertireoidismo. No primeiro caso, a liberação de TSH pela hipófise aumenta para estimular maior produção dos hormônios tireoidianos e, no segundo, diminui. 

Ambos provocam disfunções no ciclo menstrual, interferindo no processo de desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos, o que resulta em distúrbios como anovulação, ausência de ovulação, ou oligovulação, quando a liberação do óvulo ocorre de forma irregular. Assim, a fecundação não acontece ou é mais difícil. 

Também podem causar falhas na implantação do embrião e abortamento, ou afetar a produção de testosterona, principal hormônio masculino envolvido no processo de produção dos espermatozoides (espermatogênese), o que pode levar à ausência deles no sêmen, azoospermia. 

Podem, ainda, provocar complicações na gravidez, incluindo pré-eclâmpsia, abortamento espontâneo e parto prematuro, uma vez que o processo gestacional naturalmente altera a função tireoidiana e pode agravar o quadro. 

Mulheres com hipertireoidismo têm um risco aumentado de abortamento nos estágios iniciais e de complicações como hipertensão arterial durante o período (pré-eclâmpsia), baixo crescimento do feto e parto prematuro. Já o hipotireoidismo é particularmente associado ao abortamento e ao parto prematuro.

Alguns sintomas ajudam a identificar os distúrbios da tireoide, como ciclos menstruais irregulares, fluxos menstruais mais intensos ou menstruação ausente (amenorreia), problemas na potência sexual masculina, ganho ou perda de peso, alterações na libido, cansaço e depressão. 

Além disso, o exame realizado para avaliar os níveis de TSH é bastante simples, feito a partir da coleta de amostras de sangue, e é recomendado para todas as mulheres em idade reprodutiva, independentemente de terem ou não problemas de fertilidade, que podem ser percebidos após um ano de tentativas frustradas sem o uso de nenhum método contraceptivo. 

O tratamento também é simples, embora seja diário e vitalício. Prevê a reposição dos hormônios, aliviando possíveis sintomas e regulando a função reprodutiva. 

Por outro lado, da mesma forma que os hormônios tireoidianos atuam na gestação espontânea, também exercem influência em tratamentos de reprodução assistida como a fertilização in vitro (FIV), técnica que reproduz etapas importantes em laboratório, como a fecundação e o desenvolvimento de embriões, posteriormente transferidos ao útero materno para se implantar naturalmente e dar início à gestação. 

Os níveis inadequados podem igualmente resultar em falhas de implantação e abortamento na FIV. Por isso, a avaliação hormonal faz parte da investigação de casos de infertilidade conjugal, para que a condição seja controlada antes de o tratamento com a técnica iniciar. 

Com o controle adequado, as taxas de sucesso gestacional são semelhantes às das mulheres que não apresentam nenhum desequilíbrio hormonal, em média 40% por ciclo, as mais altas da reprodução assistida. 

Toque aqui e conheça outras doenças e condições que podem resultar em infertilidade feminina!


Se inscrever
Notificação de
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Pr¨®xima leitura
Mórula, embrião e blastocisto: qual é a relação?

A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]

Ler mais...