A gestação é um processo que afeta o corpo da mulher de diversas formas. Além de haver um bebê se formando dentro do útero, há o fato de que o corpo precisa se preparar para a hora do parto.
A barriga cresce, os hormônios se alteram e muitas outras transformações acontecem — e uma delas é o aumento do volume sanguíneo. Sabia que durante a gestação o volume de sangue no corpo da mulher pode chegar a aumentar 50%?
Essa alteração no sistema sanguíneo pode causar diversos sintomas, como varizes, edema (inchaço) e até problemas mais graves, como a trombofilia.
Inicialmente, as varizes são muito comuns, causadas pelo aumento da quantidade de sangue no corpo, além do estrogênio e da progesterona — hormônios que agem no relaxamento das veias. Já no fim da gestação, por volta do sétimo mês, o edema (ou inchaço) é muito comum, principalmente nas pernas e nos pés.
Isso acontece não só pela retenção de líquidos, que é muito comum nessa fase, mas também pelo fato de que o crescimento do bebê no útero faz com que os vasos sanguíneos da região pélvica sejam comprimidos. Dessa forma, o sangue que está nas pernas e nos pés tem dificuldade de subir para retornar ao coração, e o inchaço é causado pelo excesso de sangue contido ali.
Para evitar uma possível hemorragia na hora do parto, a gestação faz com que o corpo da mulher entre em estado de hipercoagulabilidade, o que aumentam as chances de ocorrência de doenças como a trombose.
Mas o que é hipercoagulabilidade? O que é trombofilia e como ela pode afetar a gestação? Como tratá-la? Essas e outras dúvidas serão respondidas a seguir:
O que é trombofilia?
A trombofilia é considerada uma pré-disposição para a formação de coágulos no sangue, o que pode entupir as veias e causar doenças como trombose e embolia pulmonar. Além disso, a trombofilia está relacionada a problemas de infertilidade.
Segundo estudos da Sociedade Espanhola de Trombose e Hemostasia, 1 a cada 4 mulheres que não conseguem engravidar ou que apresentam problemas durante a gestação são portadoras de trombofilia hereditária.
Existem dois tipos de trombofilia, a hereditária e a adquirida — sendo a gravidez um dos fatores de risco do segundo tipo. Durante a gestação as mulheres entram em estado de hipercoagulabilidade por causa do aumento do hormônio estrogênio, ou seja, o sangue fica mais grosso e as chances de coagulação crescem muito.
Esse é um problema que deve deixar qualquer pessoa em estado de alerta, em especial as gestantes, já que as consequências são sérias e podem afetar tanto a mãe quanto o bebê.
Sintomas e diagnóstico da trombofilia
Muitas vezes os sintomas da trombofilia são silenciosos ou podem ser confundidos com sintomas comuns da gravidez. Em muitos casos a doença só é diagnosticada após a ocorrência de um de seus possíveis problemas. Sintomas que podem servir de alerta e ajudar na identificação da trombofilia antes de algo grave acontecer são:
- inchaço repentino;
- pré-eclâmpsia;
- atraso no crescimento fetal.
Além disso, outros sintomas — que também podem ser considerados consequências da doença – são:
- descolamento prematuro da placenta;
- aborto de repetição;
- óbito fetal;
- parto prematuro;
- trombose na gestante;
- AVC;
- falhas em procedimentos de reprodução assistida.
Quando há o entupimento das veias, o fluxo sanguíneo que chega ao bebê diminui e, consequentemente, ele recebe menos nutrientes. Isso prejudica o crescimento do bebê e pode causar alguns dos sintomas já citados. Outra consequência da trombofilia pode ser a embolia pulmonar na gestante, caso as veias do pulmão sejam obstruídas.
Também pode acontecer de se diagnosticar a trombofilia antes mesmo da gestação, já que essa é uma das causas de falha na FIV, o método de reprodução assistida mais eficaz que existe atualmente. Quando há falha de FIV, o médico pode suspeitar da doença e solicitar um exame de sangue para identificar o problema.
Qual a importância do acompanhamento durante a gestação?
Apesar das graves consequências causadas pela trombofilia, é possível conciliar a doença a uma gestação e garantir a saúde tanto da mãe quanto do bebê.
Para isso, o acompanhamento médico é mais que fundamental e deve ser aliado a outros profissionais como nutricionistas e educadores físicos para que a gestante se mantenha o mais saudável possível durante a gravidez e o puerpério.
Caso a doença seja diagnosticada, é possível controlá-la com o uso de medicamentos para regular a coagulação sanguínea. O mais comum é por via subcutânea, mas também há a opção via oral.
Mulheres com trombofilia podem realizar tratamentos de reprodução assistida?
Este é um assunto bastante delicado e deve ser avaliado. No geral, a reprodução assistida não é recomendada antes de um tratamento com heparina, medicamento anticoagulante, já que as chances de falha aumentam e muitas vezes os tratamentos hormonais que costumam anteceder os procedimentos não são indicados.
Caso tenha descoberto a trombofilia durante a gestação, não é preciso se preocupar. Com apoio profissional, tratamento adequado e hábitos saudáveis é possível contornar essa situação. Se gostou deste conteúdo, obtenha mais informações com o e-book gratuito sobre doenças que causam infertilidade no homem e na mulher.
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