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Teste de gravidez na reprodução assistida

por Dr. Augusto Bussab



"O resultado do teste de gravidez é um momento bastante esperado pelas mulheres ou casais em tentativa de engravidar. A expectativa das pessoas submetidas aos tratamentos de reprodução assistida é ainda maior, pois, nesse caso, o objetivo é auxiliar a gravidez, por problemas de infertilidade […]"
Teste de gravidez na reprodução assistida

O resultado do teste de gravidez é um momento bastante esperado pelas mulheres ou casais em tentativa de engravidar. A expectativa das pessoas submetidas aos tratamentos de reprodução assistida é ainda maior, pois, nesse caso, o objetivo é auxiliar a gravidez, por problemas de infertilidade ou outras demandas reprodutivas.

As técnicas de reprodução assistida são o tratamento padrão quando há o diagnóstico de infertilidade, feminina e masculina, bem como possibilitam a gravidez de casais homoafetivos, pessoas transgênero ou solteiras que desejam ter filhos biológicos, por exemplo.

O teste de gravidez é a forma de avaliar o sucesso gestacional em ambos os casos, ou seja, na gestação espontânea e na obtida com auxílio médico. Para isso, mede os níveis do hormônio hCG, detectado nos estágios iniciais. No entanto, na reprodução assistida alguns diferenciais são considerados, incluindo a provável data da implantação do embrião.

Continue a leitura até o final para saber mais sobre o teste de gravidez na reprodução assistida.

O que é hCG e quando é produzido?

Diferentes hormônios atuam durante todo o processo reprodutivo, coordenando funções importantes para o sucesso gestacional, o hCG, sigla em para human chorionic gonadotropin (gonadotrofina coriônica humana), popularmente conhecido como hormônio da gravidez, está entre eles.

No início dos ciclos menstruais, por exemplo, o FSH (hormônio folículo-estimulante), promove o recrutamento e crescimento de diversos folículos ovarianos, estruturas que armazenam o óvulo imaturo.

Entre os folículos recrutados, um se desenvolve e amadurece o suficiente motivado pela ação do LH (hormônio luteinizante). Chamado folículo dominante, passa a secretar estrogênio enquanto se desenvolve, hormônio que inicia o preparo do endométrio, camada de revestimento interno do útero na qual o embrião se implanta.

Aproximadamente na metade do ciclo menstrual, quando esse folículo já está maduro, um pico de LH o induz ao rompimento para liberação do óvulo, também maduro, evento conhecido como ovulação.

Na última fase do ciclo menstrual, o folículo rompido se transforma em corpo lúteo, estrutura que libera progesterona, hormônio cuja função é promover o espessamento final do endométrio, o tornando receptivo ao embrião.

No momento em que o óvulo é liberado, ele é captado pelas tubas uterinas e aguarda por 24h pelo espermatozoide para fecundá-lo. A fecundação, portanto, acontece nesses órgãos, bem como o início do desenvolvimento embrionário. Logo após ser formada a primeira célula com a fusão dos gametas, o embrião inicia o processo de multiplicação celular, desenvolvendo-se enquanto é transportado ao útero.

O embrião chega aproximadamente no quinto dia de desenvolvimento, fase chamada blastocisto. Suas células externas formam a placenta além de outros anexos embrionários e, as internas, o embrião propriamente dito com seus diferentes sistemas.

O hCG é produzido inicialmente pelas células embrionárias, ajudando na manutenção do corpo lúteo, garantindo, dessa forma, que a progesterona finalize o preparo endometrial, e na implantação do embrião.

Posteriormente, as células placentárias continuam a produzir o hormônio até que a placenta esteja formada, o que acontece normalmente na 8ª semana de gravidez, quando os níveis de hCG começam a diminuir.

Por outro lado, logo após a implantação os níveis do hormônio começam a aumentar, o que ocorre progressivamente até o estabelecimento da placenta. Assim, são um importante indicativo do sucesso gestacional, e sua medida é proporcionada pelo teste de gravidez.

Teste de gravidez na gestação natural

Mulheres que estão tentando engravidar naturalmente geralmente se baseiam no atraso da menstruação para fazer o teste de gravidez, assim como em outros sintomas que podem indicar que a implantação do embrião, evento que marca o início da gestação, foi bem-sucedida.

Os mais comuns são a sensibilidade das mamas e os enjoos matinais, porém, o sangramento de nidação, que ocorre muitas vezes no momento da implantação, também sinaliza para possibilidade.

O hCG pode ser detectado no sangue ou na urina cerca de 11 dias depois da fecundação, confirmando a gravidez. Apesar de o teste de gravidez que analisa a urina ser facilmente encontrado em farmácias, o exame de sangue Beta-hCG quantitativo, que mede os níveis do hormônio, geralmente é o mais indicado, pois determina ao mesmo tempo a quantidade de semanas da gravidez.

Teste de gravidez na reprodução assistida

Na técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA) a fecundação acontece como na gestação natural, nas tubas uterinas, assim como as etapas seguintes, desenvolvimento inicial do embrião e posterior implantação. No entanto, nessas técnicas é possível prever com maior precisão a data provável da ovulação. As mulheres são submetidas a um procedimento denominado estimulação ovariana, em que são utilizados medicamentos hormonais, semelhantes aos naturais, para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos ovarianos.

Exames de ultrassonografia acompanham o desenvolvimento folicular, indicando o momento em que eles estão próximos ao rompimento para liberação do óvulo, quando é administrado o hCG sintético para induzi-los ao rompimento e ovulação, que ocorre em cerca de 36h.

Assim, a partir do cálculo da provável fecundação, é possível programar a melhor data para fazer o teste de gravidez.

Já a fertilização in vitro (FIV), técnica mais complexa, prevê a fecundação e o desenvolvimento inicial do embrião em laboratório, com posterior transferência diretamente ao útero materno para se implantar naturalmente. Os óvulos são previamente coletados e selecionados após a mulher passar pela estimulação ovariana, enquanto os melhores espermatozoides são selecionados por técnicas de preparo seminal.

Como a fixação completa do embrião normalmente pode durar entre 12 e 13 dias, a recomendação é que o teste de gravidez seja feito aproximadamente 15 dias após a transferência, o que acontece muitas vezes na própria clínica de reprodução assistida.

Em ambos os casos o exame de escolha é o Beta-hCG quantitativo, que proporciona mais informações e confirma a gravidez de forma mais segura.

Valores de referência do Beta-hCG são:

  • Gestações com menos de 3 semanas: menor que 5 mlU/ml;
  • Gestações de 3 semanas: entre 5 e 50 mlU/ml;
  • Gestações de 4 semanas: entre 5 e 426 mlU/ml;
  • Gestações de 5 semanas: entre 18 e 7.340 mlU/ml;
  • Gestações de 6 semanas: entre 1.080 e 56.500 mlU/ml;
  • Gestações entre 7 e 8 semanas: entre 7.650 e 229.000 mlU/ml.

Todas as técnicas de reprodução assistida registram percentuais expressivos de sucesso gestacional, de acordo com a complexidade dos procedimentos. No entanto, muitas vezes o teste de gravidez pode ser repetido alguns dias depois, pois com o uso dos medicamentos hormonais utilizados na estimulação ovariana, há um risco maior de falso-positivo.

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