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SOP: quais são os critérios diagnósticos?

por Dr. Augusto Bussab



"Os ovários são glândulas extremamente importantes para a vida fértil feminina. Eles são responsáveis pela produção dos hormônios sexuais (progesterona e estrogênio) e pela produção e armazenamento dos óvulos. Ou seja, os ovários estão diretamente relacionados à fertilidade da mulher. Quando acontecem alterações nos níveis […]"
SOP: quais são os critérios diagnósticos?

Os ovários são glândulas extremamente importantes para a vida fértil feminina. Eles são responsáveis pela produção dos hormônios sexuais (progesterona e estrogênio) e pela produção e armazenamento dos óvulos. Ou seja, os ovários estão diretamente relacionados à fertilidade da mulher.

Quando acontecem alterações nos níveis hormonais, pode acontecer a formação de pequenos cistos nos ovários, que resultam no que chamamos de ovários policísticos. Essa alteração que resulta no surgimento dos cistos é chamada de síndrome dos ovários policísticos (SOP). Para entender melhor o que é e como diagnosticar, leia o conteúdo a seguir:

O que é SOP?

A SOP, ou síndrome dos ovários policísticos, é uma síndrome que atinge cerca de 7% das mulheres em idade reprodutiva e é uma das principais causas da infertilidade feminina. Sua principal característica é o excesso androgênico, ou seja, níveis muito elevados de hormônios masculinos.

Os principais sintomas da SOP são:

  • disfunções menstruais;
  • obesidade;
  • aparecimento de pelos em excesso;
  • acne;
  • seborreia;
  • queda de cabelo;
  • alterações metabólicas;
  • resistência à insulina.

Ao identificar estes e outros sintomas, o médico pode solicitar exames como ultrassonografia, exames metabólicos e outros. Para diagnosticar a SOP, é necessário analisar os possíveis sintomas, realizar exames clínicos e laboratoriais, além de analisar o histórico da paciente e excluir a possibilidade de outras doenças.

Quais são os critérios diagnósticos da SOP?

Os critérios para o diagnóstico da SOP passaram por algumas atualizações ao longo dos anos. O primeiro consenso foi elaborado pelo National Institutes of Health (NIH), em 1990, definindo a síndrome como um quadro de anovulação crônica hiperandrogênica, ou seja, apresentando disfunção menstrual e excesso androgênico.

O consenso mais aceito ao longo do tempo foi o Consenso de Roterdã, elaborado pela European Society of Human Reproduction and Embryology/American Society of Reproductive Medicine. Pouco tempo depois, a The Androgen Excess and PCOS Society (AE-PCOS Society) elaborou um novo consenso com base no anterior.

Consenso de Roterdã

O Consenso de Roterdã, de 2004, é usado como referência até hoje, apesar de não ser o mais recente. Em 2012 este consenso foi confirmado pelo National Institute of Health (NIH) – USA, e ainda hoje os critérios atuais o usam como base, apesar das modificações feitas após estudos mais recentes.

Segundo o Consenso de Roterdã, para diagnosticar a SOP é necessário identificar pelo menos dois de três critérios:

  • Oligo ou anovulação;
  • Hiperandrogenismo clínico ou bioquímico;
  • Ovários policísticos à ultrassonografia.

AE-PCOS Society

Já em 2006 foi elaborado um novo consenso pela AE-PCOS Society, que aponta o excesso androgênico como uma obrigatoriedade para o diagnóstico da SOP. Além desse critério, também é necessário identificar a presença de oligo e/ou anovulação ou ovários policísticos.

Ou seja, segundo o Consenso da AE-PCOS Society, é necessário identificar dois entre os dois critérios:

  • Excesso androgênico: hiperandrogenismo ou hiperandrogenemia;
  • Oligo ou anovulação ou ovários policísticos.

Anovulação x SOP x Infertilidade

Causada pelo excesso de hormônios masculinos, a menstruação irregular é um dos principais sintomas da síndrome dos ovários policísticos. Uma das consequências da SOP é a anovulação ou a ausência de ovulação durante o ciclo menstrual.

Em resumo, a ovulação é o processo de liberação de um óvulo, que pode ser fecundado por um espermatozoide e resultar em uma gravidez. Quando este óvulo não é fecundado, ele é eliminado pelo corpo pelo processo que chamamos de menstruação. Esse processo deve acontecer a cada 28 dias, aproximadamente.

Se a mulher passa um período muito maior que esse sem menstruar, pode ser um sinal de que ela não está ovulando, ou seja, está passando pela anovulação — causada pelo excesso androgênico.

E qual a relação da anovulação com a infertilidade? Se a mulher não libera um óvulo, não há a possibilidade de fecundação, então não há a possibilidade de uma gravidez. É por isso que a SOP é uma das principais causas da infertilidade feminina.

Quais são os tratamentos da SOP?

O tratamento da SOP vai variar muito de paciente para paciente, de acordo com os sintomas apresentados por cada uma e dependendo se há ou não o desejo de engravidar.

O tratamento mais comum é feito com o uso de anticoncepcionais orais, com ação antiandrogênica. Porém, este método não pode ser utilizado por mulheres que estão tentando engravidar. Nesse caso, uma das possibilidades é o uso de indutores de ovulação.

Além disso, é importante tratar todos sintomas com o acompanhamento de especialistas, como dermatologistas e esteticistas para casos de acne ou alopecia, por exemplo; nutricionistas e educadores físicos para o combate à obesidade; endocrinologistas para casos de alterações metabólicas e resistência à insulina, entre outros.

Para mais informações sobre o assunto, recomendo a leitura do artigo sobre a síndrome dos ovários policísticos.


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