Sinequias ou aderências uterinas, são cicatrizes que geralmente se formam como consequência de traumas na região. Quando acumulam na cavidade uterina a condição é denominada sÃndrome de Asherman.
Elas podem ter diferentes espessuras, se espalhar e ocupar todo o espaço, comprometendo, dessa forma, o desenvolvimento de uma possÃvel gestação. Além disso, podem interferir processo de implantação do embrião, fundamental para a gravidez ser bem-sucedida. Ambos os casos provocam abortamento, muitas vezes de repetição, um dos fatores que caracterizam a infertilidade feminina.
Continue a leitura deste texto para conhecer mais sobre a sÃndrome de Asherman, que aborda das causas e fatores de risco, ao diagnóstico e tratamento dessa condição, quando há ou não o desejo de engravidar. Confira!
SÃndrome de Asherman: causas e fatores de risco
O principal fator de risco associado à sÃndrome de Asherman é a realização diversos procedimentos de dilatação e curetagem (D&C) para remoção de fragmentos placentários ou abortivos.
Porém, outros traumas na região e doenças também podem resultar no problema, como processos inflamatórios, incluindo endometrite, do endométrio e cervicite, do colo do útero, além de outras intervenções médicas, como cesariana ou a retirada de miomas e pólipos endometriais.
Entre as doenças estão a endometriose, em que há presença anormal de um tecido semelhante ao endométrio fora do útero em órgãos próximos, como os ovários e as tubas uterinas. O tecido ectópico causa um processo inflamatório caracterÃstico da doença, que pode levar à formação de sinequias na região afetada, espalhando para outros órgãos, incluindo o próprio útero.
A tuberculose do trato genital superior, é ainda apontada como um potencial fator de risco. É uma das consequências do tratamento inadequado da tuberculose pulmonar, que pode levar à disseminação do agente causador da doença pela corrente sanguÃnea, afetando inicialmente os rins e, assim, o trato urinário e posteriormente os órgãos reprodutores.
A sÃndrome de Asherman geralmente é diagnosticada incidentalmente durante os exames de rotina, no entanto, uma das formas de garantir que o diagnóstico e tratamento sejam feitos precocemente é observar os possÃveis sintomas provocados pela condição.
Sintomas e diagnóstico da sÃndrome de Asherman
Embora algumas pacientes com sÃndrome de Asherman sejam totalmente assintomáticas, o que dificulta diagnóstico e tratamento precoces e aumenta as chances de a condição provocar danos à saúde reprodutiva, a maioria das mulheres apresenta pouco fluxo menstrual ou ausência de menstruação, amenorreia.
A amenorreia pode ser consequência da menstruação retrógada, fenômeno em que o sangue menstrual retorna pelas tubas uterinas em vez de ser expelido pelo do corpo, que pode ocorrer em casos mais graves, quando as sinequias causam o bloqueio total ou parcial do útero.
Cólicas severas antes e durante o perÃodo menstrual (dismenorreia) também estão entre os possÃveis sintomas.
A infertilidade é um dos sintomas da sÃndrome de Asherman, normalmente sinalizada por abortamentos recorrentes. As sinequias podem funcionar como uma barreira e impedir com o embrião se implante no endométrio, ou ocupar todo o espaço uterino dificultando ou impedindo a evolução da gestação quando a implantação é bem-sucedida.
Podem causar, ainda, alterações na anatomia do útero, o que compromete da mesma forma o desenvolvimento da gestação.
Por isso, é importante consultar um especialista se houver suspeita de sÃndrome de Asherman. O tratamento mais adequado para cada paciente é definido a partir dos resultados diagnósticos.
A investigação é feita por dois exames de imagem: a histerossalpingografia, um exame de raio-X com contraste, que destaca as sinequias nas imagens e a vÃdeo-histeroscopia ginecológica, que utiliza um aparelho chamado histeroscópio. Introduzido pela vagina, permite a visualização direta da cavidade uterina, facilitando a identificação.
Tratamento da sÃndrome de Asherman para as mulheres que desejam ou não engravidar
Mulheres com sÃndrome de Asherman que não desejam engravidar e apresentam sintomas leves ou ausentes normalmente são apenas observadas periodicamente, como a realização de exames para observar a evolução do quadro.
Se houver a manifestação de sintomas severos, por outro lado, como cólicas que podem ser incapacitantes ou infertilidade, a cirurgia é indicada para a remoção das aderências e correção de possÃveis alterações na anatomia uterina.
O procedimento é realizado por vÃdeo-histeroscopia cirúrgica. Os casos mais leves são solucionados ainda durante o diagnóstico com a técnica, enquanto nos mais graves, por ser necessária anestesia geral a cirurgia acontece em ambiente hospitalar.
Muitas vezes é possÃvel engravidar naturalmente após a remoção. Se não houver sucesso, entretanto, a fertilização in vitro (FIV), é indicada para aumentar as chances.
Na FIV, a fecundação é realizada em laboratório, precedida pela coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides. Os embriões formados se desenvolvem por alguns dias em laboratório, processo acompanhado diariamente por um embriologista.
Posteriormente, são transferidos ao útero materno, já devidamente preparado e em condições favoráveis para recebê-los após a remoção das sinequias e correção das possÃveis distorções anatômicas.
Além disso, nos casos em que a sÃndrome de Asherman causa maiores danos uterinos, a gravidez pode ser obtida com auxÃlio de uma das técnicas complementares ao tratamento, o útero de substituição ou cessão temporária do útero, popularmente conhecida como barriga de aluguel.
Nessa técnica, o embrião é formado com os gametas dos pais e transferido para o útero de uma mulher parente de até quarto grau dos pacientes em tratamento.
A FIV apresenta altos percentuais de sucesso gestacional por ciclo de tratamento, possibilitando a gravidez mesmo quando há fatores de infertilidade de maior gravidade, como a sÃndrome de Asherman.
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