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Sangue no sêmen: o que pode ser?

por Dr. Augusto Bussab



"O sêmen carrega boa parte do potencial reprodutivo masculino, por ser a solução em que estão contidos os espermatozoides, as células reprodutivas dos homens. Além de abrigar os espermatozoides durante a ejaculação, facilita o transporte até as tubas uterinas onde a fecundação acontece e os […]"
Sangue no sêmen: o que pode ser?

O sêmen carrega boa parte do potencial reprodutivo masculino, por ser a solução em que estão contidos os espermatozoides, as células reprodutivas dos homens.

Além de abrigar os espermatozoides durante a ejaculação, facilita o transporte até as tubas uterinas onde a fecundação acontece e os protege contra o ambiente ácido da vagina.

Por isso, qualquer alteração no sêmen ou no processo ejaculatório pode indicar problemas de infertilidade masculina.

Apesar de as alterações nos aspectos microscópicos do sêmen só serem possíveis de identificação por exames laboratoriais, nos macroscópicos podem ser observadas pelo homem, ao ejacular: cor, viscosidade, odor e capacidade de liquefação do sêmen, além da presença de outros componentes como sangue, estão entre elas.

A hemospermia ou hematospermia é o nome dado à condição em que o homem manifesta a presença de sangue no sêmen, e apesar da baixa incidência, é sintoma de diversas doenças.

É importante que o homem busque atendimento médico assim que notar qualquer alteração no sêmen, possibilitando o diagnóstico precoce e um tratamento mais bem-sucedido.

Este texto mostra quais as principais causas do aparecimento de sangue no sêmen e como essa condição pode ser tratada, inclusive no contexto da reprodução assistida.

Qual a importância do sêmen?

O sêmen é composto pelas células reprodutivas masculinas, os espermatozoides, e líquidos produzidos pelas glândulas anexas: próstata, vesículas seminais e glândulas bulbouretrais.

Os testículos são formados por um emaranhado de ductos, chamados túbulos seminíferos, que contém, em suas paredes, as células primordiais que darão origem aos espermatozoides pela ação da testosterona.

A espermatogênese acontece nos túbulos seminíferos, com auxílio das células de Leydig e de Sertoli, que fornecem nutrição ao espermatócito e metabolizam a testosterona, porém a cauda do espermatozoide só se desenvolve nos epidídimos. As células reprodutivas masculinas devem misturar-se, então, aos líquidos glandulares, e são transportadas pelo ducto deferente para serem ejaculados, que os recebe prontos.

No momento da ejaculação parte da musculatura do períneo se contrai para expulsar o sêmen, que percorre o trajeto a partir do cordão espermático em direção à uretra e, depois, para fora do corpo.

Por isso, o sêmen é fundamental para que a fecundação ocorra: a partir desse mecanismo os espermatozoides conseguem encontrar o óvulo no interior das tubas uterinas, em uma relação sexual sem o uso de preservativos e durante o período fértil, para realizar a fecundação.

O que pode provocar a presença de sangue no sêmen?

Apesar de em 75% dos casos a presença de sangue no sêmen referir-se a episódios esporádicos, e em até 70% dos homens com esse sintoma as origens da hemospermia serem idiopáticas, ou seja, impossíveis de serem encontradas, ainda assim a presença de sangue no sêmen pode ser indicativo de algumas doenças do sistema reprodutivo masculino.

Entre as principais causas da presença de sangue no sêmen, destacamos:

As principais ISTs com potencial para o aparecimento de sangue no sêmen são aquelas causadas pelas bactérias Chlamydia trachomatis, Herpes simplex e Ureaplasma urealyticum.

Esse sintoma pode ser observado também em alguns casos de câncer de próstata, ou como resultado de traumas e lesões mecânicas, na maior parte das vezes provocadas, inclusive, pelos exames ou tratamentos para o próprio câncer de próstata, como a biópsia prostática.

Choques intensos na região do períneo e fraturas na bacia podem causar em curto e médio prazo episódios de sangue no sêmen.

A presença de veias varicosas na rede que irriga as glândulas anexas, especialmente a próstata e as vesículas seminais, altera o fluxo sanguíneo na região podendo causar pontos de necrose e morte tecidual, altamente prejudiciais para fertilidade masculina.

Outras condições sistêmicas envolvidas com esses sintomas podem incluir hipertensão arterial, leucemia, hemofilia e distúrbios de coagulação.

Sangue no sêmen pode indicar infertilidade?

A simples presença de sangue no sêmen não significa obrigatoriamente que a fertilidade masculina esteja em risco. Essa relação só pode ser estabelecida após a realização de exames específicos, que determinam as causas.

Na maior parte das vezes está relacionado à infertilidade quando provocado por quadros infecciosos localizados no cordão espermático, ou nos casos de uretrite, já que o processo inflamatório na uretra pode danificar a integridade dos espermatozoides, diminuindo as taxas de fertilidade, ainda que de forma temporária.

Sangue no sêmen pode indicar alterações seminais?

As principais alterações seminais podem ser identificadas pelo espermograma, exame solicitado nos casos em que o homem busca atendimento médico quando nota a presença de sangue no sêmen.

Entre elas estão azoospermia, teratozoospermia e astenozoospermia, respectivamente ausência de espermatozoides no sêmen, muitos espermatozoides com anomalias morfológicas e poucos espermatozoides com a motilidade íntegra.

As alterações na fase líquida do sêmen também podem ser observadas. Quando ocorrem no líquido prostático, por exemplo, podem indicar processos infecciosos ou a presença de tumores na glândula, que têm a hemospermia como um dos principais sintomas.

Principais formas de tratamento

Se o diagnóstico for de câncer prostático, o homem deve iniciar o tratamento oncológico. Nesse caso, é importante buscar orientação para a preservação oncológica da fertilidade, pois os procedimentos envolvidos no tratamento para o câncer podem danificar as células reprodutivas resultando em um quadro de infertilidade permanente.

O tratamento para as causas infecciosas da hemospermia, por outro lado, é feito a partir da combinação de tipos diferentes de antibióticos, com o objetivo de incluir todas as possíveis bactérias que possam causar a condição.

Reprodução assistida

Em alguns casos, mesmo após o tratamento com os antibióticos, os locais parasitados pelas bactérias podem conter cicatrizes residuais, em forma de aderências salientes, que prejudicam o trajeto percorrido pelo sêmen durante a ejaculação, provocando um quadro de infertilidade por azoospermia obstrutiva.

Nessas situações ou se outros fatores contribuírem para a infertilidade conjugal, a reprodução assistida pode ser indicada.

A infertilidade masculina por azoospermia obstrutiva, entretanto, só pode ser solucionada pela FIV (fertilização in vitro), que permite a recuperação espermática e a seleção dos melhores espermatozoides para a fecundação, realizada em ambiente laboratorial.

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